março 31, 2011

Sócrates não pede ajuda

Só porque a ajuda ao País não o ajuda a ele...

Défices de Sócrates e Teixeira dos Santos

Como seria de esperar (ainda muitos esqueletos sairão dos armários) o défice de 2010 foi de 8,6%. Se retiramos o fundo de pensões da PT, o mesmo subiria para quase 10%...
Os ajustes tiveram impactos nos anos anteriores. Veio ao de cima - parte, por que muito deverá ainda estar por se saber - o "lixo" varrido por Teixeira dos Santos para debaixo do tapete.

Entretanto, Sócrates vai continuar a insistir que não precisamos de ajuda externa.
Até que outros avancem para isso - por ser inevitável.
Até lá, Sócrates "arruma" com Portugal, pois quanto mais tarde for solicitada a ajuda, mais caro a mesma sairá. Mas salvaguarda a sua posição pré-eleitoral. 

O facto de anos de irresponsabilidade ter deixado o País na situação actual parece se ter varrido da lembrança dos socialistas.
Criaram a avalanche e, saindo quando ela está a meia-encosta, parece o suficiente para Sócrates e para o PS.

A verdade é que as consequências serão inevitáveis (a avalanche não será contida pois isso é impossível) e a argumentação eleitoral deverá trazer com clareza, a discussão sobre o que fazer depois (da ajuda externa e remédios) para o Pais retomar o sentido ascendente (depois de muito cair). E que, para isso, não poderão ser os mesmos a tomar conta da empreitada...

Ricardo Salgado começa a pagar a dívida

É evidente o incómodo de Ricardo Salgado, a remar contra a corrente, fazendo o frete a Sócrates: "é questionável a necessidade de recurso a ajuda internacional..."
Seria de saber qual a dependência do seu banco em relação a essa "ajuda". Ou achará o presidente do BES que a ajuda do BCE é "natural" e interna?
O frete a Sócrates está mais que justificado. Afinal, o BES foi um dos "motores" da eleição de Sócrates e do seu Governo. 
Vários quadros (ou ex-quadros do BES) assumiram ministérios e, o maior "favor" deste PS ao BES consistiu no afastamento do seu maior concorrente: o BCP. 
Que, depois de uma rocambolesca novela, autentico golpe palaciano, deixou de ser o maior banco particular português, para, devidamente "amestrado", passar para a esfera (de controlo) pública, nas mãos da CGD e de gestores socialistas. Para deleite do BES que passou a estar só. Foi grande o favor de Sócrates. Cá está Salgado a paga-lo... Mesmo arriscando-se a cair no ridículo. O que acontece a todos quem, nos dias de hoje, acompanham o "texto" do primeiro-ministro demissionário.

março 30, 2011

Número de reclamações na Saúde diminuem?

Pela primeira vez, diminuíram as queixas no Serviço Nacional de Saúde, em relação ao ano anterior.
Talvez pela escassez e absoluta necessidade de boas notícias, esqueceram-se de situar os números.
Assim, na realidade, os valores de 2010 revelam uma continuidade do crescimento das reclamações, se considerarmos a excepcionalidade de 2009, um ano absolutamente atípico face à crise da Gripe A.
O ano de 2009 viu crescer o número de atendimentos no SNS e, consequentemente, o respectivo número absoluto de reclamações. Daí que, comparar 2010 com 2009, sem situar os números dos anos anteriores é típico de quem precisa de boas notícias como de "pão para a boca". 

março 28, 2011

A grande ilusão

(de que não vamos evitar novas quedas no nível de vida...)


A qualidade de vida dos Portugueses vai descer ainda mais.

Mas essa é uma das consequências do que andamos a fazer nas últimas dezenas de anos. E não do que aconteceu na semana passada...

Estivemos decénios a viver acima das nossas possibilidades, distribuindo o que tínhamos e o que não tínhamos. E o que não tínhamos, pedíamos emprestado...


Chegou a altura de pagar. De descer à realidade. E esta, está bem lá em baixo. Abaixo de onde estamos hoje, mesmo depois de vários PECs.

Essa queda está destinada e vai acontecer.
E ficou garantida, tornando-se incontornável, há anos atrás, quando o socialismo e Sócrates enveredaram pela manutenção da política (suicida) de esquerda. Pedindo emprestado - cada vez mais - para suportar as crescentes despesas públicas...

Com ou sem FMI, vamos cair (primeiro) para, só depois, poder começar a pensar na forma como voltar a crescer. Mas, se estamos num nível de vida de 120 (e só produzindo 100), vamos ter que cair primeiro para os 70 (pois, os 100 que produzimos vão descer para 90 e destes, uma grande parte, ficará destinada ao pagamento das dívidas acumuladas). 


Os 120 de que usufruíamos num passado recente ficarão para a História. O crescimento - futuro - a partir dos 70 será muito complicado, difícil, lento e sem qualquer possibilidade de regresso aquelas condições, irresponsavelmente disponibilizadas nos últimos anos.

Sócrates vai tentar fazer "parar o tempo" da sua responsabilidade, em Março de 2011.
Será essa a base argumentativa para a sua campanha eleitoral.
Caberá ao PSD demonstrar que não se consegue parar uma avalanche a meia encosta...
E também, apresentar caminhos alternativos para o que virá depois do assentamento da situação. Depois da avalanche.

Como compatibilizar essa demonstração - da situação a que se chegará - com o facto da mesma revelar uma situação incomportável para o País e para a Moeda Única face aos mercados, é o próximo problema.

Diz-se que na Irlanda, a intervenção externa não travou (pelo contrário) a queda da produtividade, da economia, do emprego e do nível de vida. E usa-se esse exemplo para pintar mais negra a possibilidade de termos por cá o FMI. 

Infelizmente, aquela queda de todos aqueles indicadores acontecerão também por cá. E serão a consequência e o resultado das governações que tivemos nos últimos anos. Não do que aconteceu na semana passada e também não da crise internacional. Apesar desta última ter criado a escassez de liquidez, a nível mundial, que obrigou os investidores a escolher melhor onde aplicar o seu dinheiro.

E tudo isso respeitou aos portugueses e não ao FMI. Este vem apenas garantir que esse regresso à realidade, essa "vinda à Terra" é feita com uma rede de segurança: o dinheiro que evita a bancarrota do País.

Passos Coelho não vai fazer parar a avalanche a meia encosta. Mas terá de garantir que, depois de tudo amainar, a direcção a tomar seja aquela que possa ser realista e sustentada, a fim de que, depois dos ciclos de Guterres e Sócrates e depois de um pequeno intervalo em que outros (mais uma vez?) venham limpar os estragos, seja aberto caminho, novamente, para que o PS venha novamente sustentar políticas irrealistas que não nos levam a lugar nenhum (que não sejam os pântanos que conhecemos).

O problema passará pela própria democracia. Permitirá a saída desta espiral?

março 25, 2011

No Blasfémias

No Blasfémias (João Miranda), o Mundo está contra Portugal...

Havia um menino que vivia com a mãe...

Havia um menino que vivia com a mãe
Pai-PSD, Mãe-PS, menino: Portugal...

Os pais estavam separados mas lutavam pela preferência do filho e pela tutela deste.
A mãe dava-lhe tudo e, principalmente, muitos doces.
O pai, ia alertando sobre a situação. Mas a criança, que gostava muito dos doces da mãe, foi-se ficando. Sempre que tinha que opinar, preferia a mãe.

A mãe tinha duas irmãs solteiras. Que adoravam o sobrinho. Para além de mais doces, ofereceram-lhe uma consola de jogos e, sempre que havia oportunidade, davam-lhe novos jogos.

O pai bem tentava. Alertava para o que o filho comia e tentava leva-lo a praticar algum desporto. Inutilmente. O desporto significava esforço. E isso, não era fácil impor.

As coisas agravaram-se.
Sem notar, foi ganhando peso e ficou doente. Muito doente.

A mãe consultou um médico. Este receitou uma determinada medicação.

O pai, procurou outro médico. Este, fez o mesmo. Apenas alterou a opção para um genérico, com o mesmíssimo efeito, mas mais barato. E foi avisando que, mais tarde ou mais cedo, seria necessária uma intervenção cirúrgica.

A discussão entre o pai a mãe impôs-se. O pai aumentou a sua insistência sobre a necessidade da criança vir viver com ele. Independentemente dos medicamentos (necessários) e da intervenção cirúrgica (incontornável). O que estava em causa era a “nova vida” que a criança teria que passar a ter, depois de todos os tratamentos necessários.

Quanto à mãe, mantinha a sua insistência no facto de ter dado os remédios certos. E fixava-se aí. Sobre a vida que deu ao filho, nada. Sobre a vida que passaria dar ao filho, depois da fase difícil: seria a mesma.

Era claro que a mãe não teria qualquer possibilidade de lhe dar uma nova vida. Afinal, não conhecia outro tipo de vida. Mas, para a criança, ainda pouco esclarecida, devido à idade, os doces eram atractivos. Afinal, não entenderia uma vida sem eles.

Quanto a viver com as tias, estava fora de questão. Era pior a emenda do que o soneto. Para além do reforço nos doces, mais vida sedentária. Aí, até a mãe entendia.

Continuaram a discutir. O pai e a mãe.
A mãe mantinha-se na sua. Que deu os remédios certos.

O pai dizia: está bem. A marca é indiferente. Não quero discutir os medicamentos. Quero apenas salientar que o problema não está nos remédios, nem sequer na necessidade da intervenção cirúrgica. Isso não é discutível, é incontornável. Ele vai ficar fraco e vai precisar de uma nova vida a partir dessa altura. Não pode cair na mesma. Afinal a doença deve-se, apenas e exclusivamente, à vida que lhe deste.

A mãe, teimosa, mantinha-se na sua: os remédios são os certos e insistia que o pai lhe daria os mesmos. Pelo que, não valeria a pena a criança passar para a tutela do pai. Afinal, dariam ambos os mesmos medicamentos…

Os dois avós entraram na discussão.
Os pais do pai, que viviam próximo, em Boliqueime, acharam que podia ser tempo de voltar a questionar a criança sobre a sua preferência de tutela.

Os pais da mãe, que viviam na Europa e que escolheram o médico, sabiam bem que a filha não teria capacidade para gerir a situação no futuro. Mas, filha é filha pelo que, validavam a fixação dela sobre a correcção da medicação dada. Claro que lhe iam dizendo que era bom que ela começasse a admitir uma ajuda deles no referente à operação necessária. Afinal, não queriam perder o neto, nem queriam que o seu problema pudesse ter efeitos junto aos outros netos dos seus outros filhos.

A mãe, mantinha-se em negação. Não conhecendo outro tipo de vida, estava cega quanto ao seu efeito na doença do filho. E teimava, chorando, que a medicação estava certa e que não seria necessária a operação.

Entenderam todos que se questionasse a criança.
Mal. Pois a criança estava doente, mas ainda não tinha atingido o fundo do problema.
A altura certa seria depois da operação, quando ela estivesse mesmo fraquinha. Aí entenderia bem melhor, o mal que lhe fazia viver com a mãe e poderia optar, mais conscientemente, por viver com o pai.

Mas, enfim. Estava decidido. Resolveram perguntar à criança naquela altura.

A mãe, fula, foi dizendo que estava tudo bem, que estava a dar os remédios certos à criança e que ia evitar sempre a operação. Apesar de todos lhe dizerem que a doença existia e estava lá há muito. E que a operação era inevitável pois os remédios dados, apesar de correctos, tinham efeitos negativos cada vez mais graves.

Continua…

março 24, 2011

Governo "lutará" para evitar ajuda externa - Silva Pereira

Ainda não "aterraram", os socialistas?
Ou acharão que estamos todos distraídos?
O BCE tem sido a nossa "ajuda externa" há muitos meses.
Talvez com uma ajuda - ao seu amigo Sócrates - de Constâncio.
O BCE, quando não compra directamente a nossa dívida, vai ao mercado secundário ou empresta aos Bancos (incluindo portugueses) para que estes "preencham" as sessões de colocação de títulos.
Resta só saber quando "esta ajuda externa" será substituída por "outra ajuda externa".
Questão que se colocava antes de ontem, como hoje.
Inevitabilidade com ou sem -este- Governo.

A contradição

Ontem:


A recusa do PEC4 poderá impedir Portugal de aceder à ajuda externa (Fundo de Equilíbrio Financeiro Europeu) e poderá empurrar o País para a ajuda externa que nos trará mais austeridade.

Sócrates disse, mais ou menos, isto.
Afinal em que ficamos: o PEC4 servia para acedermos ao fundo ou para fugirmos dele?

Livres de Sócrates

Acabou.
Seis anos que desgraçaram o País. 
A situação actual, pelo menos, tem o mérito de ter encerrado um triste capítulo.
O que virá depois?
Nada de bom.
Primeiro, Sócrates saiu alguns meses antes do que devia. Devia ter ficado para arcar com as consequências de tudo o que fez. A fim de que ele e o PS fossem fortemente penalizados em eleições no final do ano, dando lugar a um governo forte, que pudesse inflectir opções a partir do ponto para o qual (ainda) vamos cair. Para que, bem abaixo de onde estamos pudéssemos começar a subir de forma economicamente sustentada.

Vamos agora passar a fase dos "esqueletos a saírem dos armários".

Só assim, será possível destruir o reduto socrático que está a montar a trincheira no PS. Tivemos ontem a amostra da resistência que irá acontecer. 

Trataram de confundir seis anos de má gestão que colocaram Portugal (muito) doente, com a decisão de lhe aplicar alguns medicamentos (que apenas são discutíveis na marca ou genérico que melhor se ajustaria) com alguns efeitos secundários. Já todos entendemos que isto não vai (não ia) com estes medicamentos e que serão precisos mais e outros, uma intervenção cirúrgica seguida de quimioterapia.

E isso será para já. E seria sempre para já, ficasse ou não o Governo.
A questão coloca-se, agora, ao nível de quem deverá estar para reerguer o País, no pós quimioterapia.
Os mesmos? Que provocaram a doença?
Claro que não.
A esquerda, não sairá do seu registo. Que não leva a lugar nenhum. Protesto apenas.

O PS, começará a estrebuchar. Resta saber quando. Os "esqueletos" farão mossa nas trincheiras socialistas.
E já vimos de onde virá um forte empurrão: António Costa. Bastou estar atento, ontem, à SIC.
Mas também de muitos outros, da área passadista do PS. Aí, o discurso será o da esquerda, mas vingará, de alguma forma.

A coligação negativa é estranha.
O Governo tratou de explorar isso. Destrutiva apenas.
Entendemos que a direita perdeu mais do que a esquerda. A queda, tão cedo, do Governo, dá ao PS algumas hipóteses de se vitimizar e aligeirar responsabilidades (a intervenção cicurgica e a quimioterapia) já agendadas e incontornáveis, que cairão na responsabilidade (negocial) de outros. Parte da população tenderá, sob pressão da esquerda, à imputação das responsabilidades (do PS) a quem tiver que tomar as próximas decisões.

Então, com a direita (algo) sacrificada, podemos ter resultados menos bons nas eleições. Poderá não sair dali um governo tão forte como seria necessário, no pós-quimioterapia.

A solução poderia passar pelo Presidente da República. Um governo provisório que poderia gerir esta fase. A do tratamento. Colocando apenas a opção do "começar de novo" nas mãos dos Portugueses. Mas o PS não estará para isso.

Assim, tudo dependerá dos "esqueletos" que, rapidamente, virão ao de cima. Para isso, é necessário outro Governo, de imediato. Que assuma os próximos passos, sem a Assembleia, onde o PS cavará trincheiras. Depois, veremos quando António Costa se assumirá.

Não será fácil...
O nó está apertado.

março 23, 2011

Sugestão

O PSD apresenta uma moção contra o PEC4 acrescentando que as soluções da restante oposição não prestam.
O PP apresenta uma moção contra o PEC4 acrescentando que as soluções da restante oposição não prestam.
A CDU apresenta uma moção contra o PEC4 acrescentando que as soluções da restante oposição não prestam.
O BE apresenta uma moção contra o PEC4 acrescentando que as soluções da restante oposição não prestam.
O PS nada apresenta e vota contra todas as moções.
Os partidos da oposição votam as suas moções e contra as outras.
O PEC4 segue para Bruxelas e Sócrates fica com a "batata quente" (apenas mais uns meses).

Interessante: PEC4 passa?

Aparentemente, o PS não apresenta moção para validar o PEC4 e todos os outros partidos apresentam uma moção para o desaprovar. Cada um apenas aprova a sua e abstêm-se nas outras. O PS vota contra em todas e inibe-se de apresentar seja o que for. 

O PEC4 passa pois não precisa de validação da Assembleia. Basta a não desaprovação. 

Por mim seria uma boa saída: a batata quente manter-se-ia nas mãos de Sócrates...

março 22, 2011

Governo não deve cair ainda...

Tudo se conjuga para o chumbo do PEC4 e demissão de Sócrates.
Esticaram a corda e estão, ambos, Passos e Sócrates, em apuros. E com eles o País, pois o fim disto não é o necessário.

O melhor que pode acontecer ao PS é que Sócrates caia, agora.
Dessa forma, o PS vai conseguir (tal como fez aquando da saída de Guterres) evitar, junto ao eleitorado, a responsabilização, por inteiro, do que fez nos últimos anos. 
E, assim, o PS posiciona-se para um regresso, a curto-médio prazo, já sem Sócrates. O que é mau para o País.

Sócrates não estará tão satisfeito. 
Apesar de se livrar da batata quente que criou, passando-a para as mãos de outros (tal como fez Guterres), abre a possibilidade de abertura dos armários, de onde saltarão muitos esqueletos, prejudiciais - pessoalmente - para ele ...

Neste cenário, ao Presidente da República não restará qualquer solução que não sejam as eleições imediatas. Sócrates vai-se manter Secretário Geral do PS pelo que, assim, sem ele (a solução presidencial não o poderia incluir) nada feito. O PS (ainda de Sócrates) opor-se-há a qualquer intenção de Governo de iniciativa presidencial. Para que esse governo presidencial pudesse incluir o PS, Sócrates não poderia estar lá...

Marcam-se eleições para meados do ano.
Entretanto, o Governo actual, em gestão vai "maquilhar" o PEC 4 e transforma-lo em PEC 4.1 (um mero ajuste) para validação pelo PSD. Que será aplicado. Depois, é simples: Constâncio deixará de "aguentar" Sócrates e o BCE tirará o "tapete" ao financiamento. Daí à colocação de dívida "a seco" é um passo. Ajuda externa e mais PECs, seguindo o memo que o FMI já terá entregue a Sócrates e que ele tem aplicado religiosamente.

Até às eleições, teremos o nível de vida da população mais uma vez e sucessivamente reduzido.
A campanha eleitoral girará sobre este assunto: o PS a zurzir que a ajuda externa e os PECs posteriores ao 4 eram evitáveis e que são "culpa" de Passos e Cavaco, procurando esvaziar o facto do o País ter sido conduzido por Sócrates e Teixeira dos Santos, a isto.  E tentando iludir os portugueses sobre a existência de uma (impossível) saída - interna - da situação.

Infelizmente, o Governo a sair destas eleições, nestes termos, será pouco forte para o que precisamos (uma mudança total do sistema vigente) e o PS, mais uma vez, fugirá - na dimensão necessária - à responsabilização pela situação que criou.

Por tudo isto, amanhã o Governo não devia cair...

Ainda há uma saída. 
O PSD deve sair de qualquer negociação. 
O PSD e Cavaco devem colocar-se à margem e mandar o governo governar. 
E marcar uma avaliação da situação para dentro de 3 meses. Nessa altura, com execuções orçamentais de 2 meses para além do 1º trimestre (as contas públicas deste período serão manipuladas), a execução orçamental, a colocação de dívida e o BCE tratarão de fazer o resto.

Para o País é igual. O destino está traçado. A ajuda externa virá de qualquer forma. Nessa altura tomam-se as medidas incontornáveis - por obrigação - que, assim, ficarão "adjudicadas" a Sócrates e ao PS. Assim, talvez o governo que se segue, em resultado de eleições em Setembro/Outubro, possa vir forte e capaz, com o PS penalizado, como devido.

março 20, 2011

A "bomba" deve rebentar nas mãos de Sócrates

Sócrates e Teixeira dos Santos construíram a bomba e esta tem o rastilho aceso.
Rebentará inevitavelmente.
Estão como doidos para a colocar nas mãos de outros.
Passos e Cavaco têm que ficar calmos. Devem salientar claramente a sua oposição a todas as novas medidas e PECs que aí virão e esperar a altura ideal de substituir o Governo. 

Ao contrário do que vai dizendo Sócrates, a ajuda externa (a bomba) virá (rebentará) inevitavelmente pois o descalabro das contas do País não serão suportados indefinitivamente pelo BCE. Merkel não aceitará que assim seja. Está apenas a ser complacente com Sócrates a fim de lhe permitir uma saída airosa (a este). Uma saída airosa que ele não merece e que é prejudicial a Portugal. Pois poderá criar a falsa ideia de que o que aí (ainda) virá de mau é da responsabilidade dos governantes vindouros. Não é. É da responsabilidade dos governantes actuais, personificados na dupla Sócrates-Teixeira dos Santos.

Entretanto, neste processo para ganhar tempo, a execução orçamental estará a ser "camulfada" para que no final do 1º trimestre (quando Passos disse ir avalia-la) se apresente (aparentemente) dentro dos carris...

São adiadas todas as despesas (IRS devolvido mais tarde, fornecedores à míngua, apenas 150 dos 6300 milhões de juros orçamentados pagos nos primeiros 2 meses) e antecipadas todas as receitas possíveis (antecipação de dividendos e IVA de bens comprados em Dezembro antes do efeito de um dos - muitos - PECs).

Passos Coelho e Cavaco devem alertar e denunciar tudo. Mas aguardar... serenamente, que a história se faça. E a que a "bomba" rebente, nas mãos dos bombistas.

E o que vem a seguir?

Considerando que o PSD e Cavaco não caiem na esparrela de Sócrates, o Pais manter-se-há no limbo.
O limbo necessário, na fase pré-ajuda externa.
Que demorará pouco.
Enquanto Sócrates e Teixeira conseguirem adiar despesas (quando começam a pagar os 6,3 mil milhões de juros orçamentados?) e antecipar receitas.
Enquanto Constâncio_6.83 conseguir adiar a decisão do BCE (de Merkel) de “retirar o tapete” a Portugal.
Afinal, o financiamento do BCE aos Bancos portugueses não é mais do que compra encapotada de dívida soberana. E, para mais, com lucros significativos (compra a 1% e colocação a 7,5%) para os bancos intermediários que, acabam por, assim, “secarem” a economia nacional, face a esta alternativa que constitui tão chorudo “negócio”.

Tudo se deverá consumar nos próximos (poucos) meses.

Entretanto, o País vergar-se-há aos PECs anteriores e próximos, antecipando muitas das hipotéticas medidas FMI. Menos economia e mais desemprego. Juros (cada vez) mais altos a pagarem no vencimento (quem vier depois) destes novos acumulados de dívida soberana, que Sócrates não tem pejo em anotar como sucessos.

Tudo inevitável. Em resultado de anos de gestão pública danosa.
Medidas incontornáveis que devem ser tomadas por quem as tornou necessárias. Para que possa ser responsabilizado.

Mas temos que pensar no dia seguinte. E esse dia seguinte, para além de todos os problemas já a notados, trará um novo, que resultará da subida de juros pelo BCE (Euribor).

Essa subida está para breve e será um processo gradual, forçado pela recuperação económica de algumas economias mais fortes, pela inflação motivada pelo crescente custo das energias (nomeadamente do petróleo) e matérias-primas (alimentares inclusive) e pelo custo a pagar, globalmente, pela crise de 2008 e, pelos recentes acontecimentos no Japão e Norte de África.

As famílias portuguesas devem muito. Principalmente pelas habitações adquiridas.
Os Bancos portugueses estão, também, fortemente endividados nesta área.

Em 2007, aquando do último pico dos juros, foram “esticados” os prazos possíveis e reduzidos, ao mínimo, todos os spreads.

As famílias estão totalmente limitadas pelos PECs sucessivos. Esta subida dos juros no crédito habitação não terá forma de ser acomodado por muitas (mas mesmo muitas) delas. E os bancos não terão soluções nem folgas em carteira. Os incumprimentos poderão ser massivos e duros. Para as famílias, mas principalmente para os bancos que poderão se ver, de repente, com um défice de tesouraria e uma carteira de hipotecas a se vencerem, num momento em que as famílias não têm capacidade de reacção e, eles próprios, não têm financiamento extra e liquidez disponível.

Um drama.

É necessário preparar uma reacção.
Uma das possibilidades é cada família impossibilitada de cumprir as suas responsabilidades de crédito poderem efectuar um downgrade da sua habitação. Se não pode pagar 600 por um T3 numa zona boa, talvez possa pagar 500 por um T2 na mesma zona ou por outro T3, numa zona menos boa.

O problema é a forma como se poderá concretizar este “downgrade”.

A venda-compra não é solução.
O IMT envolvido e o spread do novo contrato serão tão penalizantes que os ganhos do downgrade se esfumarão.

Restará o mercado de arrendamento.
A solução arrenda-aluga.
Esta possibilidade não altera a posse do bem, nem prescinde dos (bons) termos contratuais vigentes. Os prazos e spreads actuais são irrepetíveis e devem ser preservados até quando for possível.
Cada família coloca a sua habitação no mercado e procura outra, com custos inferiores. Ou seja, concretiza o necessário downgrade, ganhando a diferença de custos entre a renda que passa a usufruir e aquela que passará a pagar. Mais tarde, quando a situação melhorar, tudo se poderá reverter.

Infelizmente, esta solução deverá ser dinamizada de alguma forma, pois é necessária “massa crítica” – uma boa carteira de habitações - para levantar esta alternativa. Os mais interessados serão os bancos. Poderá sair daí a iniciativa de criação dessa carteira. Se forem capazes de não se ligarem, egoisticamente, à possibilidade de fazerem cair os contratos actuais, com condições – pare eles -  pouco atractivas. Claro que a consequência deste procedimento será bem pior, para todos e para eles também…

Teremos que começar a ver alguma coisa para além das tricas actuais. É preciso começar a desenhar o futuro, depois de afastados os responsáveis pela actual situação. E depois de sermos colocados no nosso lugar, ao nível do que somos capazes de produzir (para viver e para pagar a dívida criada pelo que fizeram- eles – e usufruímos – nós – nos últimos anos). 

março 19, 2011

Sócrates - o seu fim deve ser "natural"

Sócrates, o PS e o socialismo levaram o País e a sociedade portuguesa para um ponto que, há muito estava ultrapassado. Recuamos muitos anos. Talvez para os níveis em que estávamos nos anos iniciais de Guterres. Tudo perdido. Precisamos de recomeçar.

As medidas agora tomadas são apenas o resultado de todos esses anos de políticas erradas.
As medidas não são boas nem são agradáveis.
São a consequência de tudo o que se fez e que conduziu à sua necessidade. São incontornáveis.
O PS, nos últimos meses, não passou a governar bem. Apenas teve que tomar, forçado, as medidas consequentes de tudo o que fizeram até agora.

Infelizmente, não chegamos ainda ao fundo.
Os impostos aumentaram, na sua generalidade.
Os ordenados da função pública foram fortemente reduzidos.
As pensões seguem-se.

A economia arrefece e o desemprego cresce.
Por via disso, cobrar-se-ão menos impostos

Ninguém nos empresta, excepto, por enquanto, Victor Constâncio. O homem do défice virtual dos 6,83% tem conseguido que o BCE absorva quase toda a dívida soberana portuguesa que vai sendo emitida. Quer directamente, quer nos mercados secundários. E ainda, através do financiamento dos bancos (portugueses e outros) a quem empresta a 1% para comprarem dívida portuguesa a 7,5%.

Sócrates e Teixeira dos Santos sabem bem o buraco onde se meteram e com eles, o País.
E estão, apenas, a criar a encenação para que possam sair o menos mal possível da situação. Deixando, para trás o País, na situação que vemos.

Tal como Guterres, que fugiu do pântano, antes de entrar nele. 
Dessa forma, iludiu os portugueses. O suficiente para que o PS não fosse massacrado nas eleições seguintes. E, assim, criou condições para que o seu partido estivesse de volta, poucos anos depois, após o golpe palaciano de Sampaio, mas agora, com Sócrates, para continuar a levar o País para o abismo. Tudo isto com a conivência de Constâncio_6.83, através da “marcação” de um ponto de partida falsa para uma descida “virtual” do défice público. O mesmo Constâncio que vai conseguindo, a partir do BCE, manter a situação de Portugal, artificialmente a salvo, no limbo desejado por Sócrates. Adiando o inevitável, o máximo possível.

Alguns defendem o derrube de Sócrates.
Não. Esse terá de cair, derrubado pelo “tsunami” resultante do “terramoto” de (má) gestão que aplicou ao País nos últimos 6 anos. Perdoem-me a imagem, mas a realidade é que a situação actual é apenas o resultado de anos de erros acumulados. 
Mais ou menos PEC, mais ou menos execução orçamental neste ou naquele mês, são tudo “amendoins”. A mudança precisa de ser estrutural. Precisamos de um “reset” do sistema. Um desliga-liga. Infelizmente, por causa destes senhores, partiremos de baixo, bem de baixo, de níveis, talvez, equivalentes aos que tínhamos há 15 anos…

Não podem ser estes (os que provocaram a situação) a fazer esse trabalho. Por causa deles, criou-se uma expectativa de uma sociedade e de um nível de vida totalmente falsa e impossível. Que não só nos fez perder todo este tempo, como nos obrigará a esforços redobrados para recomeçar… Estes, deverão chafurdar o pântano que criaram, o tempo suficiente para que o País entenda que lhes deve imputar toda a responsabilidade pela situação criada. E que deve coloca-los num “táxi”.

Merkel vai, em breve, pressionada internamente, afastar Constâncio do assunto e o BCE vai passar a estar indisponível para aguentar Sócrates (os nossos bancos e o País). 
Sócrates diz bem ao dizer que não precisa de ajuda externa. Pois não precisa. Ele. Que sabe bem que cai em sequência da aceitação (por não haver outra saída) da vinda da mesma. Vai fugir dela como o diabo da cruz. Mas será o seu fim.

Mas, infelizmente, fomos, por ele e por Teixeira dos Santos, levados a um ponto em que estamos totalmente dependentes desses financiamentos extra-mercados. Já não estamos nos mercados…

Todos estes socialistas, em conluio, estão apenas a adiar artificialmente essa retirada de tapete até que haja condições para atenuar os impactos eleitorais no PS português. Estão à espera de uma precipitação do PSD ou Cavaco. Que não podem cair na esparrela. O PS vai cair maduro. Com mais um pouco de calma, assim acontecerá.

A ideia que podemos escapar de um processo penoso em resultado da ajuda externa, é uma ideia que Sócrates quer fazer crescer, na opinião pública, a fim de a explorar na campanha eleitoral, caso consiga cair rapidamente, de preferência, por acção de Coelho ou Cavaco. 
A verdade é que não lhe escapamos e a situação estará por uma unha negra. E Sócrates, melhor que ninguém (com Teixeira dos Santos) sabe disso. Daí as suas movimentações recentes. Vai continuar a massacrar o País com PECs sucessivos e leva-los a Merkel. Sempre pedindo mais  tempo. Qual Martim Moniz, de corda ao pescoço. Para que a sua queda do Governo seja no "timing" que ele quer. Nos termos atrás indicados, para potenciar um regresso a médio prazo.

O PSD deve ter paciência. E desligar-se de tudo o que faz o Governo. Dizendo que não é conivente, mas que não dará o prazer a Sócrates de o derrubar, antes dele mesmo se confrontar com a tal ajuda externa, incontornável a curto prazo.

O País não ficará pior se esperarmos mais um pouco. Para colocar Sócrates e o socialismo num táxi, longe do poder por alguns bons anos. Aí, sim, o País ganhará muito.

É uma questão de 2 a 3 meses. A economia vai cair, os juros subir, a execução orçamental soçobrar e o BCE se indisponibilizar. Será a “campainha” para a ajuda externa.

Depois:

A ajuda externa garantirá que escapamos da bancarrota, mas o País não se livrará de um ajuste (ainda maior). Forçado. Por culpa exclusiva de todos os que governaram o País nos últimos anos.

Com a ajuda do petróleo (cada vez mais) caro e das taxas de juro (crescentes) do BCE, tudo se complicará. Menos economia. Uma enorme queda no nível de vida. Abril trouxe, Abril levou.

Haverá novos cortes de ordenados e pensões.
Reduções ou fim dos subsídios de férias e Natal.
Fim aos défices nas empresas públicas o que trará transportes ao dobro do preço.

Seremos colocados, bem em baixo, num ponto compatível com a nossa produção, sem prejuízo dos pagamentos das dívidas (soberanas e outras) contraídas. Ou seja, mesmo bem em baixo.

Nessa altura, já todo o País terá entendido que o percurso socialista não leva a nada. Apenas a ilusões e a um fim triste.

Começaremos tudo de novo.
Constituição revista.
Reformas estruturais.
Um regresso, duro, à realidade.

Obviamente, com outros.
Estes, ficarão (mal) registados na nossa triste história recente.

março 17, 2011

Ministro da Presidência - estranhezas

O ministro da Presidência, Silva Pereira, acha "... estranho que o líder do maior partido da oposição ignore que a crise das dívidas soberanas é uma crise de financiamento".
Eu acho ainda mais estranho que o ministro da Presidência não saiba que a crise das dívidas soberanas é apenas a crise resultante de sucessivas gestões públicas em défice. E que a crise de financiamento é apenas uma consequência da existência das dívidas soberanas. 
Quem não as tem ou as tem a níveis controlados não tem crises de financiamento.
Assim, o Ministro trocou as coisas: a crise das dívidas soberanas não é uma crise de financiamento, mas a crise de financiamento é o resultado do descontrolo das dívidas soberanas.

Sócrates deve "amarelar" mais um pouco

E comer o pão que amassou.

O primeiro ministro ajuizou a sua situação e lançou todos os trunfos.
De uma forma calculista, antecipou-se ao inevitável e encurralou Passos Coelho e Cavaco.

O inevitável é a ajuda externa.
Sócrates saberá bem que não a evita. E, sabendo isso - muito mais do que sabemos nós -  quererá sair antes que ela venha.
Até porque se definiu (definiu ele próprio) que a ajuda externa era o comprovativo do seu insucesso.

Com a ajuda externa vêm mais medidas difíceis. Que se sucederão umas atrás das outras.
Se Sócrates sair antes, essas medidas - provocadas pela sua gestão  - serão "varridas" pelo staff de marketing do PS para debaixo do tapete de outros (que terão essa herança para gerir). 

Melhor (para Sócrates e não para o País): essas medidas serão culpa de quem - com uma decisão - desencadear a vinda da tão temida ajuda externa, branqueando quem levou o País - em anos sucessivos de má gestão pública - à situação de as ter de enfrentar.

Passos Coelho deve deixar de negociar com o Governo - o que já terá feito.
Mas não deve provocar activamente a queda do Governo.
É ainda, cedo de mais. Sócrates deve "amarelar" mais um pouco.
O PEC4 deve passar mas por conta e exclusiva responsabilidade do PS, perante os Portugueses.

Depois, virá o PEC5 e o PEC6, até vir a ajuda externa. Porque a ajuda externa será, em alguma altura, a curto prazo, uma realidade. Só não sabemos quantos PECs terá Sócrates tempo para activar.

Finalmente (ufa...) será essa ajuda externa que, depois de assumida, deverá ser o tiro de partida para novas eleições. Para voltar a dar ao País a capacidade de decidir. Depois de ficar bem claro quais as consequências do que fizeram quem nos governou nos últimos anos.

Os outros - porque têm de ser outros - vêm depois. Para voltar a reerguer o que foi desbaratado.

Como ultrapassar a situação:

O PSD volta a abster-se na votação do PEC4, sendo o bastante, para diferenciar a situação das anteriores, o corte da negociação com o Governo e uma declaração de voto onde deve anotar que o PSD é contra as medidas, que estas são da exclusiva responsabilidade do PS e que só não vota em conformidade (ainda) perante o facto do Presidente da República - Cavaco deve iniciar aqui, activamente, a sua legislatura de intervenção -  e a Comissão Europeia terem feito essa solicitação, no interesse nacional. Uma posição a manter, a prazo, até a vida da ajuda externa.

Podem também, os deputados do PSD se ausentarem do hemiciclo, no momento da votação, discordando do facto destas medidas irem ao Parlamento (deveriam ser tomadas e aprovadas apenas pelo Governo que as assumiria sozinho), deixando apenas, para trás, o líder da bancada parlamentar que só, votaria contra as medidas e emitiria uma declaração de voto em conformidade.

Duas saídas com um só objectivo: deixar Sócrates a sós com a embrulhada em que nos meteu a todos.

março 16, 2011

Contra as tácticas de Sócrates, exige-se tacticismo de Passos

Sócrates foi táctico. Como sempre, mestre na politiquice.
Agiu com as cartas que tinha na mão e conseguiu colocar em xeque Passos Coelho.

É o tudo ou nada. O mata-mata.

Passos Coelho não tem recuo possível. Afirmou que, com o PSD, não haveria mais PECs e medidas para este ano. Colocou todas as cartas na mesa.

Sócrates idem. Avançou com as medidas (sem as ter garantido) junto dos seus parceiros europeus. E agora, depois de ter dito que se queria manter “orgulhosamente só” e que bastava-se a si próprio para resolver o problema, vem argumentar que a Europa só ajuda (afinal, precisamos de ajuda) com estas medidas em carteira (PEC4).

Temos que salientar a estratégia. É calculista. O PS aposta na saída imediata (o que só o beneficia pois deixará de assumir parte de muita da “porcaria” que criou), salvaguardando-se para o próximo embate eleitoral ou, em alternativa “alia” o PSD à responsabilização pelas medidas que, gradualmente, vai impondo (até de uma forma unilateral), adiando a mudança necessária até ao limite.

Parece tudo entalado.

Parece que tudo se alinha para que o PS atenue os efeitos da referida “porcaria” da sua responsabilidade: apressando eleições (e fugindo a uma grande parte da responsabilidade pela situação) ou associando o PSD à mesma, através da viabilização conjunta das medidas correctoras.

Mas há saída:

O Presidente da República deve iniciar já a sua magistratura activa.
E apontar já para uma rotura. Para eleições antecipadas a médio prazo, mas não para o imediato pois isso poderá causar mais prejuízos ao País. Mas não se deve inibir de referir que não deverá caber a estes decisores, que levaram o País à situação calamitosa em que se encontra, a trilhar o percurso da recuperação. Pelo menos, sem que, antes, o povo português se pronuncie. Antes, deverá assegurar que é a eles (PS e Sócrates) que dever caber a responsabilidade de tomar as medidas - correctoras - difíceis.

Perante isso, Passos Coelho não deve recuar em relação ao que afirmou – e bem – dias atrás: o PS deve tomar as suas medidas, resultantes do que fez e do que foi decidindo nos anos em que foi e tem sido poder. Mas deve toma-las só e assumir só, a responsabilidade por elas.

Sócrates quer consumar o facto rapidamente. Quer cair, pois a "batata está quente". O PSD não lhe deve fazer o favor. Na próxima semana, devem estar na Assembleia, para a votação do PEC4, apenas os deputados necessários para que o PS aprove, sozinho, as suas medidas, sem prejuízo do voto negativo, com declaração de voto associada, dos deputados do PSD presentes (que serão apenas os necessários para que o PEC4 seja viabilizado).

O PS poderia fazer o mesmo. Para provocar a queda imediata do seu Governo a fim de não cair mais ainda penalizando o resultado das eleições que se seguirão. Mas aí, cairia a máscara socialista. Pois ficaria claro que o PS não quer mais governar. Pois sabe que, em qualquer situação é incontornável a ajuda externa que "marcou" e marcaria a confirmação insucesso da sua governação.

Assim, o PSD actua no interesse nacional, reagindo ao alerta presidencial.
O PS faz vingar mais estas medidas penalizantes para a população, com a argumentação de que são necessárias para evitar e para viabilizar a ajuda externa. É confuso? É.

Em qualquer caso, virá a ajuda externa. Confirmando o insucesso da política socialista, do PS e de Sócrates. O que justifica a imediata moção de censura do PSD e as eleições antecipadas. Mas sempre depois do PS ter acompanhado os resultados da sua acção. Até ao fundo da situação. Até à ajuda externa. Seja ela qual for, do FMI ou do FMI disfarçado de qualquer outra coisa.

De tudo isto se infere que teremos eleições em breve. Mas que não podem ser a tão curto prazo como quer o PS. Pois isso só inibirá o crescimento da sua responsabilidade pela situação criada. E permitirá a Sócrates o mesmo que a Guterres. Uma fuga precoce que potencialize o regresso (do PS) ao poder a médio prazo. O que é mau para o País.


Muitos até podem criticar o procedimento e algum tacitismo político. Mas é o necessário face ao rei (Sócrates) dos tacticismos. E será aquele que, mais incisivamente, defenderá o (nosso pobre) País.

março 13, 2011

Gerações rascas e à rasca


Temos a Geração da ditadura
Temos a Geração de Abril
Temos a Geração rasca
E a Geração à rasca

A de Abril fez a revolução e “arrumou” com todo o mal que entranhava o anterior regime. Ou seja, fez bem o seu papel destrutivo. Sem derramamento de sangue. Mas construiu mal o futuro (excepto, talvez, o seu). Desenhou uma Constituição “rumo ao Socialismo” e criou um modelo Social que beneficiou a geração da ditadura. Ou por solidariedade ou talvez, para se salvaguardar a si própria…

Qual esquema de “Ponzi” ou D.Branca, o tal sistema social não era mais do que uma bola de neve a cair pela encosta abaixo. Quem trabalhava (na altura eram muitos) subsidiava os que não o faziam (que na altura eram poucos).

Passaram alguns anos.

Sucederam-se os Governos socialistas e outros, condicionados a opções socialistas. Que pouco ou nada mais fizeram do que perpetuar a situação (entretanto a bola de neve foi crescendo) e enraizar o modelo social, nomeadamente através da cristalização dos direitos adquiridos, invertíveis.

A geração rasca foi rasca na sua juventude, mas logo se integrou. E beneficiou de alguns bons anos (em comparação com o que aí vem) de fundos comunitários e orçamentos empolados. Até que, passados mais uns anos, a Dona Branca faliu e a bola de neve tornou-se incontrolável.

A geração rasca percebeu que o seu futuro estava comprometido. Apesar da maioria viver bem (mais uma vez, em comparação com o que aí vem), apercebeu-se que estava a trabalhar para a reforma da geração de Abril, não tendo qualquer perspectiva de a poder ter como garantida…

A geração à rasca pior está. Nem presente, nem futuro. Vê o mercado de trabalho fechado (pelos que lá estão, mesmo que menos formados e menos produtivos) e até, veja-se bem, as idades de reforma a serem alargadas...

Chegamos ao ponto actual. A geração de Abril entrincheira-se a fim de manter os seus (ilegítimos) benefícios. E não abre mão de nada. A geração rasca, não admite a boa vida que teve e tem (outra vez, comparado com o que aí vem) e protesta contra recuos, mesmo que insignificantes, do seu (ilegítimo) nível de vida. E reclama, legitimamente, por estar a suportar os benefícios da geração anterior que a ela não chegará. Ou melhor, chegará, em forma de dívida e juros por pagar. Finalmente, a geração à rasca protesta por tudo o que não tem e não terá nunca. E, (ilegitimamente) reclama pelo que têm e tiveram as gerações anteriores, na vida activa e na reforma.

Infelizmente, não parece que estejamos a enfrentar o touro pelos cornos…

A geração da ditadura safa-se. Viu melhorada a sua condição.

A geração de Abril defende-se como pode. Mantém rígido e inacessível o acesso aos seus empregos (por outros mais jovens, viçosos e formados). E até alarga o tempo que por lá se manterão para salvaguardar reformas chorudas face ao que descontaram, à custa dos actuais trabalhadores que descontam para esse efeito. Também está à rasca pois as suas trincheiras poderão romper-se…

A geração rasca vive bem, mas está à beira do precipício. Daí que, também, está à rasca.

A actual geração à rasca enfrentará um Mundo totalmente diferente. De que não tem qualquer ideia. O protesto para aceder aos benefícios das gerações precedentes é de uma infantilidade total. Demagogicamente explorada pelos partidos da esquerda anacrónica e parodiada por Jel e Falancio que se devem rir a bandeiras despregadas por detrás das suas máscaras perante o efeito das suas actuações na malta enganada…

Produzimos 100 e gastamos 120.
E isto por tempo demais.
Agora, não basta termos que viver com 100.
Nem com os 90 que vamos passar a produzir.
Vamos ter que nos contentar com os 70 (90 menos os 20 para pagar a dívida acumulada).
Ou com 60 pois haverá (ainda) mais custos sociais com o desemprego que crescerá.
Uma queda de 120 para 60 é uma queda grande.
Não soubemos descer a escada gradualmente. Vamos cair uns andares…

E depois, se reformarmos, poderemos crescer devagarinho, dos 60 ou 70, para os 90 e, se trabalharmos bem, voltamos a subir produções e assim, almejar a uma vida um pouco melhor. Em relação aos 70 para os quais vamos cair. Sem ou com (o mais provável) FMI.

Voltar aos 120? Esqueçam…
Esse foi o nosso erro, criado no 25 de Abril e usufruído por alguns, à custa (vamos viver isso na pele) de outros.

Socialismos.

PS: as intervenções exteriores na Grécia e Irlanda fizeram descer o nível de vida? O que estavam à espera? O FMI vem apenas impor o que é preciso. E o que é preciso é adaptar o nível de vida à produção real. A troco do dinheiro que impede a falência e a rotura total.

março 12, 2011

Chegou a hora

Sócrates, em desespero, avançou com mais medidas de austeridade.
Passos Coelho - e bem - não acompanha.
Chegou a hora.
Os mercados vão entender e "apertar" o Governo Português.
Sócrates terá que lançar a toalha e aceitar o FMI.
A Alemanha não aceitará meias medidas pois Merkel está (internamente) fragilizada.
Sócrates ainda terá tempo para aplicar as primeiras medidas exigidas pelo FMI e para preparar um orçamento nas mesmas bases.
Aí sim, viabilizados (pela abstenção) pelo PSD, num governo em gestão, com eleições marcadas.
Sócrates e o PS sofrerão pelo que fizeram. E deverão ser - com a esquerda - fortemente penalizados.
Restará uma maioria reformista (PSD) que terá MESMO que reformar.
E uma esquerda anacrónica que ficará bem com Jel e Falâncio. No sentido errado, tentando "engrossar" a bola de neve que rola pela encosta abaixo.
Pelo meio, o PS, que deverá passar a caber num táxi...

março 01, 2011

Novas (mais) medidas de austeridade

Estão pré-anunciadas mais medidas de austeridade.
Nada de imprevisível. 
Sócrates vai fazer tudo para impedir que venha o FMI. Pois isso significará que assumiu o falhanço de tudo o que fez, constituindo a justificação necessária (ao PSD) para uma imediata queda do Governo e eleições antecipadas.
Vai - afinal - fazer tudo o que faria o ... FMI. Que ficará atrás da cortina a orientar.

Daí a exigência de Sócrates em que a Europa se defina, ou seja, que assegure a necessária cobertura financeira desde que ele faça (e vai fazer) o papel de ... FMI.
Claro que esta estratégia não resultará pois as medidas de Sócrates são sempre a de mais receita e nunca menos despesa. E isso não conduzirá o País a lugar nenhum. Tal como não resultariam as do FMI que seriam pouco mais que isso. Simplesmente, estas últimas, trariam com elas a tesouraria necessária para outras opções (já com o PSD).

Que medidas de austeridade?

1)Redução dos subsídios de Férias e de Natal dos funcionários públicos em 25% (outros 25% ficarão para 2012).

2)Aumentos generalizados e substanciais de todos os títulos de transporte (sociais inclusive) de todos os sistemas de transporte público. Eliminando os défices de TODAS as empresas públicas do sector. Regra de crescimento de passivo nulo.

3)Pagamento das devoluções de IRS em títulos de dívida pública apenas revertíveis - sem penalizações - ao fim de 5 anos.

4)O mesmo poderá acontecer com os subsídios de Férias e Natal atrás indicados.

Mas o que tinha de ser feito, também:

1)Aumentar significativamente o ritmo de substituição da actual dívida pública externa por dívida pública interna. Para isso, não servem os Certificados de Aforro. Terão que ser disponibilizados, de forma muito simples, uns quaisquer "Papeis de Aforro" a taxas equiparadas às que o Estado assume ou se financiar nos "malditos" mercados externos.

2)Assegurar que TODAS as empresas pagam o seu IRC a níveis mínimos. Ou seja, que haja uma taxa mínima a garantir, após toda a "ginástica" fiscal - apenas acessíveis às grandes empresas. Aí a esquerda tem razão.

3)A título moralista, impedir que os ordenados dos gestores públicos superem o do Presidente da República. Além disso, tudo é possível, mas através de prémios de gestão. Transparentes.

O que vai suceder?


Sócrates, com mais austeridade, adia a vinda do FMI. Mas o tempo ganho (à espera da ajuda de Merkel) nada lhe valerá. O défice não chegará onde será preciso e, mesmo que chegue, os nossos credores não ficarão satisfeitos com isso. Não haverá "mercados" que cheguem para o que precisaremos. Aí, virá o FMI e, com ele, o dinheiro e (sempre) mais medidas. Eleições e o PSD. Portugal estará bem mais pobre, mas em condições para levantar a cabeça. Noutra direcção, que não aquela que se tomou desde o 25 de Abril... não tem condições para isso.


Finalmente: a recessão. 
É incontornável e faz parte dos efeitos da "cura" que necessitamos. O consumo interno vai cair, os rendimentos médios também. O nível de vida português vai entrar num período longo de "ajuste" (queda) ao qual nos teremos de adaptar. A procura pelo "crescimento" passará a ser uma ideia do passado e ultrapassada. Não acontecerá, nos anos que se seguem, se não aqui ou ali, pontualmente. Pois teremos que passar a viver com combustíveis (muito) mais caros vamos pagar tudo o que devemos ao exterior. O Estado Social continuará a afixar a nossa economia que continuará a perder muita "actividade" (empregos) para o exterior. O desemprego será uma realidade a gerir pois não haverá, simplesmente e naturalmente, trabalho para todos...


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