março 21, 2013

Alternativa ao confisco cipriota

O confisco tentado no Chipre é uma das maiores demonstrações de incompetência dos actuais líderes europeus. Claro que, agora, nenhum a propôs, nenhum a criou, nenhum a aprovou...

A falta de criatividade é enorme. Até poderíamos admitir que os governos nacionais tomassem medidas impeditivas da saída do país, das poupanças nacionais. Tomando conta delas (numa parte - digamos 20%)  para seu uso (interno), prescindindo dos empréstimos internacionais e dos financiamentos externos, sem prejuízo de as remunerar a valores razoáveis. Nada de complicado de explicar: em vez de pedir empréstimos ao exterior a taxas usuárias ficando nas mãos dos credores, impunha – extraordinariamente - um empréstimo interno obrigatório a partir desses capitais parados.

Por exemplo, poderia emitir títulos, remunerados a 3% líquidos (abaixo do custo dos empréstimos externos da troika e metade do que cobram os mercados financeiros internacionais) que seriam vendáveis mas que só se venceriam a médio prazo. No prazo necessário para o ajuste económico financeiro do País. Ninguém perderia nada e a dependência externa diminuía.  É que, o mais provável é que hoje, essas nossas poupanças estejam (não na nossa economia mas) numa qualquer aplicação segura no centro da Europa (num banco alemão?), nas mãos de um qualquer investidor internacional ou na economia de uma país emergente onde os investimentos são garantidamente retribuídos.

E isto seria o máximo admissível.
Nunca um confisco das poupanças como o que esteve prestes a ser aplicado aos cipriotas.

Claro que nada disto interessará aos Alemães cujos bancos e títulos de dívida a juro zero, são o refúgio actual de todos (ou quase) os capitais europeus. Mas, nestes termos e no que se refere às nossas poupanças, que se lixem os alemães...

março 19, 2013

Tiros nos pés - Chipre e o confisco bancário

Há cerca de um ano, escrevemos sobre os benefícios em guardar o dinheiro no colchão. A esses, junta-se um novo: a enorme possibilidade de governos e entidades ditos e acusados de neo-liberalismo concretizarem medidas (como esta, no Chipre) que, até o Bloco de Esquerda (que a defendeu, há bem pouco tempo) hesitaria em aplicar.

Dinheiro no colchão é o sítio certo para colocar as poupanças face à enorme incapacidade e incompetência dos nossos decisores, ao adoptar este tipo de medidas.

Se a economia está seca de liquidez, ainda mais irá ficar... E se os bancos estão a morrer, agora é de vez.

Certo estava o vizinho de cima em gastar os seus excedentes nas suas viagens anuais ao Nordeste brasileiro, ao invés do vizinho de baixo a poupar para os estudos dos miúdos...

Mas que estudos? É tudo confiscado pelo Estado. Liberalismo da treta. Mais comunista que esta, haverá poucas medidas. O Bloco de Esquerda estará a esfregar as mãos de contente. É esta anarquia (face à incompetência dos nossos líderes) que desejam.

Problemas de comunicação

Estamos a viver tempos muito complicados. Temos um governo com objectivos duvidosos e que erra políticas. Temos uma oposição que é pior emenda que soneto... 

A verdade é que não se consegue passar a mensagem correta. As pessoas estão fartas e em dificuldades. E isso cega... 

Precisamos de cortar 4 mil milhões na despesa do Estado. Simplesmente porque gastamos esse valor a mais, em comparação com o que o Estado arrecada. E não queremos (ainda) mais impostos. Pois não? 

A verdade é que, no que gasta o Estado, estão 8 mil milhões de juros. Isto porque devemos 120% do PIB a credores vários. Se a dívida fosse metade (60% do PIB), pagaríamos metade daquele valor, em juros (grosso modo, a menos de algumas variações nas maturidades) e não precisaríamos daquele corte nas despesas do Estado. Ora, a dívida era de 60 mil milhões quando o PS iniciou as suas políticas e a dívida é agora 120% do PIB, no fim da sua governação e após mais dois anos de défices, face à inércia estrutural das praticas públicas - socialistas - estabelecidas (mesmo depois de todos os cortes na despesa que se vão fazendo). 

A evidência revela que as medidas deste governo (dito liberal ou ultra liberal) não podiam ser mais esquerdistas, com o Estado a confiscar todas as receitas possíveis, estrangulando a liquidez na Economia. É triste ouvirmos o PS, que nos trouxe à situação actual, conseguir fazer passar um discurso de vítima e passar impune. Como quem tem as mãos limpas. E o governo a gastar o seu “liberalismo” com medidas quase comunistas... 

Temos problemas graves. Não entendemos ainda que estamos a ajustar e não em crise. Que é uma situação em forma de L e não em V ou U como todos apregoam. E mantemos como referência (perigosa porque ilusória e impossível) para o futuro, o nível de vida dos tempos socialistas (sustentado pelos défices e dívidas agora traduzidos naqueles montantes de juros a pagar) a que nunca voltaremos. 

Entretanto, o Governo (e as instâncias internacionais) seguem políticas erradas. No emprego, na fiscalidade e na criação de condições de liquidez na economia. O resultado é uma rotura social que nos pode levar para os braços de soluções de esquerda (com consequências bem piores que as actuais) e uma saída maciça do país, dos jovens e de todos os nossos melhores trabalhadores. O que sobrará? Pouco...

março 10, 2013

Euromilhões com publicidade enganosa

Primeiro prémio do Euromilhões sai em Portugal. São (seriam) 51 milhões de jackpot. Mas não. Novas regras fiscais sobre os prémios de jogo reduzem o valor do prémio a 44 milhões de Euros.
Para além de ser um novo roubo (só são distribuídos em prémios, 50% das receitas obtidas), há publicidade enganosa. Os prémios indicados não são os prémios atribuídos. O mais provável é que muitos passem a registar o Euromilhões no outro lado da fronteira e nos sítios da internet, fora do País. Aí, lá voam do País, também os 50% das receitas do jogo...

março 09, 2013

TAP em greve a 21,22 e 23 de Março

Mais uma vez, uma greve. Objetivo: fazer mossa à empresa.
Os funcionários da empresa pública TAP vão fazer greve para não terem que suportar aquilo que todos os funcionários públicos (já há dois anos) e os pensionistas (este ano) já aguentam.
O "espírito" da greve é tão negativo e tão claro é o objetivo de criar problemas (e não de conseguir recuos do governo) que cada vez mais apetece dizer: privatizem.
Os impactos econômicos podem ser tão substanciais pela coincidência da ação com as férias da Páscoa que os grevistas terão muito pouco reconhecimento público. Até porque beneficiaram 2 anos, de não terem terem os ordenados cortados tal como todos os outros funcionários públicos ou de empresas públicas.
E serão muitos mais, na opinião pública, aqueles que mais facilmente aceitarão a privatização da empresa. Um tiro no pé.
Dizem os lideres da ação que os descontos dos ordenados não serão para minimizar o estado das contas públicas mas sim para a própria empresa. Pois... mas, a dívida, o défice e os prejuízos das empresas públicas acumulam-se nas dívidas públicas.
Esperemos que vingue a razoabilidade e que esta posição seja revista.
Será (esperemos que não) uma ação absurda e totalmente impopular. Afundará ainda mais (mais que a TAP) a nossa economia, através do Turismo, com impactos em toda a fileira que dele depende. Empregos, empresas... pessoas. Atingidas por esta ação egoísta de alguns.
Requisição Civil? Esperemos que seja desnecessária ... por anulação da greve.