setembro 28, 2015

Voto útil

O PS, na sua estratégia para as eleições de 4 de Outubro, entendeu que os votos ao centro eram seus face ao desagrado criado contra o Governo, pelos anos de troika. Pelo que enveredou por um discurso à esquerda, à Syriza, com vista a ganhar o voto útil na zona, em prejuizo do PCP e do BE.
Correu tudo mal.
Primeiro, aquele grupo (ao centro) mesmo desagradado com o Governo, entendeu que os anos de troika foram uma consequência simples da governação anterior. E que os anos difíceis foram a paga dessas políticas erradas à esquerda. E perceberam que simplesmente coube a este governo (à formiga) resolver o problema antes criado (pela cigarra). Juntando este pressuposto ao dicurso irresponsável à esquerda, os indecisos não se balançaram para o PS. E mantiveram-se indecisos. Mas a indecisão já está do lado da balança que menos serve ao PS. Ou se mantêm indecisos ou renovam o voto no PaF. Mas a estes já voltamos.
À esquerda, a luta é fraticida, na conquista do voto.
Chegados à campanha eleitoral, com tudo empatado entre o PaF e PS, ficou clara a impossibilidade da maioria absoluta. Pois o PS não conquistou o centro indeciso. Foi demasiado Syriza, criou desconfiança...
Com a maioria absoluta inalcançavel, esbateu-se a importancia do voto útil à esquerda. O que leva (e levará) mais alguns pontos do PS para o PCP e BE que concentrarão os seus esforços na reta final da campanha nesta recuperação de votos.
Com o PS reduzido a intenções de voto cada vez mais "relativas" ficará claro aos indecisos do centro que à esquerda teremos um PS fragilizado e dois partidos reforçados ainda mais à esquerda, com votações ao nível dos respetivos máximos.
E é este panorama de uma maioria à esquerda onde as políticas serão controlados pelo PCP ou BE e que poderá levar o País em 2 anos à troika, que pode fazer com que os indecisos se decidam e votem pela estabilidade dada pelo PaF.
É esta perspetiva que terá de ser "batida" pelo PaF nessa reconquista (para o voto) da maioria de indecisos ao centro. O que levaria a um reforço da maioria do PaF, se não para a maioria absoluta, para uma maioria "boa e grande" que asseguraria uma governação equilibrada com um (outro) PS mais ao centro e responsavel, depois de afastadas as tendências (mais à esquerda) que lideraram o partido após Seguro. Que, a propósito deve estar com um leve sorriso, à espera do dia 4 para libertar uma enorme gargalhada.

setembro 27, 2015

Costa "cigarra"

Costa diz que Passos Coelho é o lobo que parece a "avozinha". 
Capuchinho Vermelho: uma comparação que fica muito longe da realidade que (aqui sim) nos transmite outro conto clássico: a Cigarra e a Formiga.

A cigarra (como os socialistas) acha que há sempre uma formiga algures que lhe assegura o necessário para se manter sempre em "festa".

Entendem os socialistas que há muito a distribuir. Simplesmente porque é de direito. 
Mas, distribuir o quê? Não fazem ideia. 
Então, como Sócrates, sem mais impostos para subir, querem distribuir o que pedem emprestado. Mas isso vale até onde? Quanto Sócrates saiu, já ninguém lhe emprestava mais nada e todos os credoresvexigiam o pagamento da dívida.

Tivemos 3 anos a sofrer para recuperar a confiança de quem nos empresta o dinheiro que precisamos para a renovação da dívida e o financiamento do défice. Esses empréstimos têm uma condição básica: manter o défice baixo (ou nulo). Coisa em que os socialistas nem querem pensar. Pois prometem sempre dar mais (sem terem o que dar). Ora, ou nada cumprirão ou vão gastar de novo e rapidamente as reservas deixadas e o pouco crédito que temos. Cigarra-Formiga-Cigarra.
Depois, é simples: pela 4ª vez, a troica, um programa de resgate e anos difíceis. Mais uma vez...
E isto vale para toda a (irresponsavel) esquerda que temos. Syrizas... 

setembro 24, 2015

Todos a zurzir no défice

Ontem, a esquerda atacou forte sobre o valor do défice.
Nada de inesperado, mas demasiado básico.
Então, estão todos a reclamar do défice (que a meio do ano estava já a 4,7%) esquecendo-se do que disseram cinco minutos antes sobre o exagero da austeridade, dos impostos altos, dos cortes dos salários e das pensões...

Ora, mais uma vez, fazem-nos todos tontos.
Onde estaria este défice se o Governo não tivesse feito o que fez, ao contrário do que defede a oposição?

Quanto aos "custos" do Novo Banco que é como quem diz, do descalabro do BES, duas coisas: 

1)Nem tudo está perdido pois ainda há alguma coisa a vender. Mas, a verdade é que a venda não cobrirá o custo pelo que haverá qualquer coisa a pagar. Menos que no caso de outros bancos;

2)O roubo e o descalabro ocorreu por muitos anos (a maioria "socialistas"). Coube a este governo detetar, aguantar com o rebentamento da "coisa" e tratar dos seus efeitos nefastos...

Afinal, "estes" apenas estiveram a tratar dos problemas criados e deixados pelos "outros". Agora, depois de todo o esforço feito vêm estes "outros" a querer imputar culpas dos efeitos da "cura" aos primeiros. Muita lata...

setembro 21, 2015

PS e Costa : argumentos e chavões

São demasiado básicas e demagógicas as matérias que corporizam os chavões do PS com vista à conquista dos indecisos nas próximas eleições.

Sinceramente, o PS arrisca-se a perder muitos dos votantes aparentemente já conquistados. Isto porque os argumentos utilizados são tão desesperados como assustadores para quem tenha alguma (mínima) capacidade de pensamento.

Vejamos:

1)O PSD chamou a troica. Devem estar a brincar. Mas o assunto é demasiado sério para ter piada. Só por dizer isto, devia levar uma sova a 4 de Outubro. Merecia.

O PS levou o País à bancarrota. Chegamos a 2011 sem dinheiro, com um défice de 10% do PIB (o Governo gastava mais 20% do que conseguia cobrar) e várias tranches da dívida pública venciam-se nos meses seguintes. Ninguém nos emprestava nada, estavamos no "lixo" para os investidores internacionais. Precisavamos de dinheiro para mantermos as coisas à tona. Quem nos emprestava? A referida troica (FMI mais os nossos parceiros europeus). Havia alternativa? Não. Quem nos levou à troica? O PS. Quem a chamou? O PS. Quem desenhou o memorando? O PS. O que fez o PSD? Manifestou a sua concordância pelo empréstimo que evitou a rotura, tendo até assumido (como partido maioritário da oposição e futuro governo) as responsabilidades de cumprir com a tais metas contratadas pelo PS mesmo se tendo confrontado (mais tarde) com a insuficiencia das medidas elencadas (o que levou ao conhecido ir além da troica).

2)A coligação empobreceu o País. Mais uma brincadeira sem graça.

O PS governou anos em defice galopante. Ou seja, gastando, distribuindo e dando o que pedia emprestado. Como acontece sempre, chegou o dia que mais ninguém lhe emprestou dinheiro ... e, para safar as coisas, veio a troica. 

A riqueza anterior era falsa. Resultou de dinheiro que não tinhamos. VIviamos melhor, mas com dinheiro emprestado. E chegou o dia de o pagar. De "vir à terra", de voltar aos níveis de vida que podiamos ter, com o dinheiro que criavamos. Com a agravante de termos que cair ainda mais, pois havia uma dívida a pagar. O que gastamos a mais ontem era a verdadeira razão dos cortes de hoje. 

Pelo que não empobrecemos coisa nenhuma. Deixamos apenas de fazer vida de rico com o dinheiro que não tinhamos. Mas não pudemos voltar a gastar apenas o que produziamos. Não. Tivemos que nivelar ainda mais por baixo pois tinha sido criada uma dívia - a pagar.

3)A coligação não reduziu a dívida. Até a aumentou. A coligação foi para além da troica. Aumentou impostos e cortou, demais, onde não devia. Mas, afinal, onde ficamos?

Como é possível repetir e insistir numa afirmação tão contraditória como esta?
A coligação, a muito esforço (da população) baixou o défice de 10% para 3%. A caminho dos 0%. Se seguisse as políticas defendidas pelo PS (as mesmas que levaram o País à ruína em 2011), o défice estaria muito mais alto e a dívida dispararia... E, mais uma vez, ninguém nos emprestaria e... troica outra vez.

Aumentou a dívida? Claro. Enquanto há défice (e há défice quando se gasta mais do que se recebe) a dívida aumenta. Os doutos economistas do PS não explicaram isto a Costa?

Para o PS a coligação peca por ter ido além da troica (reduzindo o défice e estancando o crescimento da dívida, assegurando que pelo menos tinhamos o dinheiro da troica) mas também peca por ter aumentado a dívida... Ora, uma contradição total.

4)Crescimento económico é que salvará tudo isto. Baseado na procura interna...

Como é possível, nos dias de hoje, acreditarmos numa falácia deste tipo. Crescimento económico? Procura interna? Mas como? Com que dinheiro, se não produzimos? Com empréstimos? E logo depois quando for necessário paga-los?

Só há crescimento económico com aumento de produção transacionável. Acreditar que o consumo interno poderá garantir isso é um pressuposto que nos levará de novo à troica. O consumo interno logo garante mais importações. E mais défices (desta vez comerciais). Não tem sentido lançar dinheiro para garantir consumo interno quando esse consumo acaba no exterior.

Há sempre uma cigarra para suceder às formigas. Uma cigarra que acredita que há ou houve uma formiga que se precaveu pelo que pode bem se divertir à beça...
Há sempre um socialista que acha que alguém produziu e tem o que ele precisa para distribuir por quem não produziu.
E como, hoje, nas democracias ocidentais os subsidiados sociais (antes era a classe média trabalhadora) são quem ganham as eleições, estamos lixados...

Dias duros. Para Portugal e para as democracias ocidentais à conta de esquerdas tão irresponsaveis. Até que se entenda o que está em jogo (o fim do crescimento económico tal como o entendiamos) só damos passos firmes para o abismo.

setembro 19, 2015

PS+PC? ou PSD/CDS a prazo?

Está mais ou menos visto.
Novas eleições dentro de 3 meses.
Nenhuma das partes governamentaveis tem a maioria.

Três possibilidades resultarão:

1)Se ganha o PS, terá (mesmo, mesmo que a contragosto) governar à Siryza. Pois precisará do BE ou do PC. Medidas difíceis para endireitar as contas públicas (sim, rumo ao défice zero, única possibilidade de nos safarmos) nem vê-las. Caímos no mesmo depois de deitarmos ao lixo os esforços dos últimos 3 anos. Depois de dois anos de desbunda à esquerda, o défice dispara, a dívida idem até ninguém nos emprestar mais nada. A cigarra volta a chamar a formiga (troica).

2)Ou ganha a coligação PSD/CDS e nada passará no parlamento. Aqui há uma possibilidade: cai Costa e vem alguém que governe em bloco central. 

3)Senão, novas eleições dentro de 3 meses com novas caras no PS. Aí, voltamos ao zero mas talvez já com um PS menos à esquerda apontando para soluções "alemães".

A escolha está nestes termos:

A vitória PS é um beco sem saída. Pois governará à esquerda, condicionado pelo PC ou BE. O fantasma grego.

A vitória Coligação, dentro do impasse, terá mais saídas. Pois obrigará a um PS menos à esquerda que permita acordos ao centro e aí, teremos uma janela de oportunidade...

Estamos nos impasses da democracia. 
A maioria vive de subsídios, as eleições são ganhas por quem os promete...

Daqui só sairemos quando se efetuar uma mudança estruturante que não deixa de ser simples: a unidade de trabalho (um emprego) passa a ter, de base, menos horas diárias (digamos 6) com o corte remuneratório correspondente. Desta forma esbate-se o desemprego, ajustam-se as situações (empresas e estado) de sobre-emprego, aumenta-se a qualidade de vida (menos trabalho) mesmo que à custa de um corte de rendimento. Corte esse que potênciará novo emprego, menos subsídios, trabalho para os jovens, menos emigração, mais natalidade, reequilibrio das contas do Estado e da Segurança Social.

De que estamos à espera? Da morte das democracias?

setembro 17, 2015

Costa cigarra outra vez?

O PS volta a trazer a política da cigarra face à formiga.

Começo a ficar indignado com o discurso do Costa. E quais são o chavões?

1)O Governo aumentou a dívida. Um pecado... Mas, ao mesmo tempo acusa o mesmo Governo de ter feito demasiada austeridade. Mas, onde ficamos? A austeridade serviu para diminuir o défice público, o que permitiu descer dramáticamente o crescimento da dívida. Pois dívida igual só com défice zero. Ora todas as políticas do PS apontam para (muito) mais despesa pública. Logo mais défice e muito mais dívida.

2)O Governo foi além da troica (e até a chamou). Ora, o PS levou a dívida à estratosfera e o País à bancarrota. O que se seguiu (três anos) foi um período difícil para resolver o problema criado pelo PS. A troica veio e tinha que vir porque mais ninguém nos emprestava nada. Não havia dinheiro e a dívida não conseguia sequer ser renovada. Quanto mais o défice pago... A troica definiu objetivos. As medidas no memorando foram colocadas pelo PS para "ajudar" ao trabalho necessário no futuro. Mas ajudou pouco porque esse trabalho teve de ser feito por este governo. E essas medidas não chegavam aos objetivos da troica. Teve que se ir mais longe para atingir os objetivos que até foram alijeirados.

A vinda da troica era uma inevitibilidade pelo que fez o PS antes. Com a troica veio o único dinheiro possível que precisavamos.

O discurso de Costa é muito básico e extremamente demagógico. Vai perder quem tem meio palmo de testa. Pois é incongruente e contraditório.

Pelo que, outra vez a cigarra? 
Quando ainda nem temos as contas públicas com défice zero? 
Não obrigado.