novembro 29, 2010

Medidas adicionais em 2011

É evidente que a economia vai cair em 2011, mais do que prevê o Governo Português.
É evidente que, para garantir o défice, vão ser necessárias medidas adicionais.
Para além do aumento substancial (substancial mesmo) dos custos nos transportes - metros, viários, ferroviários e fluviários (a fim de eliminar o deficit elevado e recorrente nas empresas em questão), é previsível um corte nos subsídios de férias e Natal dos funcionários públicos. Que deverão reduzir (ambos) 25% em 2011 (as tais medidas adicionais) e mais 25% em 2012. Uma redução definitiva e generalizável à privada. Tudo isto para além do congelamento total de remunerações e progressões e de uma flexibilização das leis laborais.

novembro 26, 2010

Crise portuguesa

Imagine uma família.
Que ganha 100 e gasta 120.
Todos os anos tem que pedir emprestado para pagar o que devia, mais 20, ou seja, aquilo que gastou a mais do que ganhou.
Rapidamente, a dívida aumenta, ao ritmo de 20 ao ano.
Um dia, quem lhe empresta, apercebe-se do risco e ... stop.
Agora, não só a família terá de viver com os 100 que produz como terá que pagar 10 por ano, durante muitos anos, para saldar a dívida acumulada.
Ou seja, terá de deixar de gastar 120 e passar a gastar só 90. Menos 25%...
Portugal é assim...
E o problema é que grande parte das despesas são fixas. Subsídios para todo o lado e um Estado-Social impossível é a herança socialista.

Mas, as famílias portuguesas estão iguais. Têm os cartões de crédito esgotados e terão que começar a paga-los. A estes, juntem-se-lhe dois problemas:
1)Grande parte da sua despesa é fixa. Despesas com o crédito habitação, escolas das crianças e custos com alimentação e casa. Levam os 90 e nada sobra.
2)Os ordenados baixam, os impostos sobem.
3)E, para piorar a situação, a euribor começa uma escalada. Lenta, mas irreversível. Logo, logo, não há qualquer capacidade para cumprir as obrigações bancárias com o crédito habitação.

Logo de seguida, perante o crescimento (serão centenas de milhares de famílias incumpridoras) de hipotecas a serem activadas, temos os bancos portugueses na situação dos irlandeses. E a economia estrangulada.

E fecha-se o País... 

novembro 24, 2010

Geração Qualificada deixa o país

Nada de inesperado.

Num país com o mercado de trabalho "congelado" em que, subsídio por subsídio, o emprego ( e o trabalho) fica nas mãos da geração mais velha (a que fez o 25 de Abril e as leis que nos comandam e que nos trouxeram ao beco sem saída actual).

Num país em que não se entendeu aínda que muitas centenas de milhares de empregos perdidos nesta crise não voltarão (estão algures na China).

Num país que ainda discute de a crise é em forma de U, V ou W e não entende que será um L... e que a única variação é saber se as linhas desse L descem muito ou pouco, mais rapidamente ou mais controladamente.

Nesse país, as novas gerações, mais qualificadas, não podem esperar. Até porque estarão sempre em minoria nos processos futuros de escolha democrática. Os subsidiados, reformados e desempregados serão sempre a maioria e vão impor, sempre, a sua vontade eleitoral. Vão sempre ganhar os que mentem (sempre serão o mal menor) ou os que prometem fazer o inverso do que é necessário para o país.Pelo que o país de nada valerá para aquelas gerações.

A democracia representativa (em Portugal e na maioria dos paises desenvolvidos) será reconhecida, em breve, como um travão ao desenvolvimento. O que virá a seguir?

Greve Geral

Esta greve, mais do que de protesto pelas medidas orçamentais decididas para 2011 é de revolta contra todos aqueles que, mandantes neste país nas últimas dezenas de anos, levaram o país a este ponto.

Uns mais responsáveis que outros, mas todos na direcção errada. Gerir anos e anos a fio em déficite só podia dar nisto. Um dia, quem tem dinheiro a haver, faz-se pagar. Governaram para si e para os da sua idade, em prejuizo das actuais e futuras gerações.

novembro 20, 2010

Uma gestão economicista

É frequente assistirmos a acusações - quase sempre, de esquerda - de haver, em qualquer situação, uma gestão economicista, o que significa colocar o dinheiro antes das pessoas...

Se a gestão não deve ser economicista, então deve ser não economicista.

O que será isto?

É colocar as pessoas (de hoje) antes do dinheiro (que há de ser pago pelas pessoas de amanhã). O problema é que o amanhã já chegou...

Pelo que, por conta das pessoas de ontem, as pessoas de hoje vão começar a penar. Socialismos... Egoísmos. Onde nos trouxeram...

novembro 16, 2010

Banco de Portugal e CGD querem escapar à redução de ordenados

Não é situação nova.
Uns argumentam com a "independência" (BP) outros com a "concorrência" (CGD).
Quanto à independência, logo virão os Juizes com o mesmo argumento. Que o poder judicial é independente do executivo. E é mesmo.
Quanto à "concorrência", isso é consequência possível para qualquer quadro ou funcionário da administração pública.
Ou estão todos com o País ou então, não está ninguém.
Veremos com Sócrates e Teixeira dos Santos se saem desta.

novembro 15, 2010

Luis Amado sugere coligação lógica

Luis Amado deu entrevista onde apelou a uma grande coligação para assegurar a governação do país.
Sócrates logo veio nega-la.
O PSD também indicou não haver lugar a tal acordo, pois ao Governo, já estendeu uma passadeira vermelha para que possa cumprir o seu orçamento.
Mas a proposta é simples, válida e aceitável. Para dentro de 8 meses…
Luis Amado quer dizer que, com Sócrates e com este Governo já não vamos lá.
Para o PS não se pulverizar (vai ter que gerir o país pelo menos 8 meses com este – seu – orçamento) terá que já se colocar numa posição de negociação perante o futuro governo, do PSD.
Evidentemente que, sem Sócrates. Mas… talvez com ele… Amado.
Mesmo que a votação aponte claramente para o PSD, a situação do país deverá justificar um envolvimento presidencial – perfeitamente extraordinário - e envolver um acordo de mudança significativa no país (revisão substancial da Constituição) envolvendo os três partidos da área democrática. A 4ª República será a saída lógica.

novembro 13, 2010

O que virá fazer o FMI?

Vem assegurar o cumprimento do Orçamento aprovado.
Mas virá para muito mais.
Para concretizar o que Sócrates não conseguiu fazer. Aquilo que poucos se arriscam a apontar como necessário.
A acção mais imediata e urgente será o ajuste de contas das empresas públicas, principalmente as dos transportes.

Será o fim do regabofe das administrações e a duplicação imediata das tarifas (sociais) actualmente praticadas, suportadas por indemnizações compensatórias de serviço público e por crescimento incontrolado da dívida. 
Será a suspensão dos investimentos previstos (e impagáveis) tais como o TVG e o início da amortização, a sério, da imesnidade das dívidas daquelas empresas públicas.
Carris, CP, TAP, METRO, Transportes do Porto e Coimbra, etc. Todas terão que adaptar o seu tarifário às respectivas despesas. Acrescidas do pagamento das suas dívidas.
Será o fim de mais um desiquilíbrio relevante no nosso País: os habitantes das nossas maiores cidades sempre usufruiram deste benefício à conta dos impostos pagos por eles, mas também por todos os outros.

Crescimento de zero virgula...

Os dados mais recentes referem um crescimento da nossa economia em zero virgula, qualquer coisa. Apesar dos bons sinais do sector exportador, é preciso não esquecer que o mesmo vem de situação de grande queda. Ou seja, subimos, mas a partir de uma posição pouco cómoda.
Por outro lado, não entendemos a satisfação no facto de nem crescermos 1% do PIB quando a economia é injectada com quase 10% do PIB ao ano, a partir de financiamentos vindos do exterior, só para a gestão pública. Se considerarmos mais 10% do PIB (embora já em queda) no restante tecido económico (empresas e particulares), teremos uma fatia de 20% do PIB a entrar, vindo do exterior, na economia. Se esta cresce 1%, para onde vão os restantes 19%?
Pois. Vão para pagar a (cada vez maior) dívida que temos.
Pois. Vão nos dividendos do investimento estrangeiro.
Pois. Vão nos investimentos das empresas portuguesas no exterior.
Pois. Vão...

Mas, infelizmente não irão por muito tempo pois o tempo da confiança dos nossos credores está no fim. A crise em Portugal não é a mesma crise do resto do Mundo. E tem data: o ano novo.

novembro 11, 2010

Execução Orçamental em 2011

O nosso ministro das finanças tem-se multiplicado em intervenções públicas (e não só) com vista a assegurar aos credores que o orçamento é para cumprir. Mas, indo mais longe, vai passando a mensagem que espera do PSD o mesmo comprometimento.
Ora, o PSD não executa orçamentos. Não é governo e não tem que assegurar nada daquilo.
O PS que assuma o orçamento como seu e cumpra-o. O PSD vai vigiar e assegurar que é cumprido. Porque se não o for (e é isso que dele esperam os mercados), tirará as respectivas consequências.
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Mas atenção:
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1)O orçamento (este) apenas é necessário porque o PS criou essa necessidade após anos e anos de gestão pública danosa.
2)A crise internacional não é a razão da "nossa" crise. A nossa crise é estrutural e motivada pela gestão pública nos últimos anos. Apenas apanhamos de "ressaca" a crise internacional, através da escassez de liquidez e crise das dívidas soberanas.
3)Este orçamento é o orçamento do PS. É mau e terá consequências sociais e económicas a imputar por inteiro ao PS. O PSD viabilizou mas não aprovou.
4)Não haverá inversão da situação tão cedo. O mais provavel que que nunca haja. E que este seja um processo a gerir e não a inverter. E estejamos todos certos: não vamos lá com socialismos...

Juro de 7 por cento

Quem tem dinheiro empresta. Quem não tem pede emprestado.
Quem empresta dinheiro, empresta a quem quer. E impõe as suas regras.
Quem pede emprestado, sujeita-se...
Quando há poucos a emprestar e muitos a querer emprestado, os custos sobem.
Nada de mais normal e espectável.
Especulação? Os mercados "lobo mau"?
Isso não existe.
O que existem são paises "formiga" e paises "cigarra".
E essa é uma estória já muito antiga.

Crise? Que crise?

Nos últimos dias, fala-se da crise. A Cáritas informa sobre a duplicação dos pedidos de apoio.
Mas a crise ainda não chegou...
Salvaguardando quem perdeu o emprego, tudo ainda está para vir.
Depois do Ano Novo é que vão ser elas...
Por agora é tudo psicológico.

novembro 05, 2010

Buraco nas contas da Saúde

Um dia depois de Sócrates ter sustentado o seu discurso político no facto do Governo Santana Lopes (pois, já foi à tanto tempo...) ter "escondido" despesa (o famoso déficite de Constâncio) vem-se a saber que a Saúde esqueceu-se de indicar nas apresentação das suas contas ao Parlamento, mais de mil milhões...

PT não é chamada à crise

Atitude patética do Governo. Um dia depois da CGD aprovar a distribuição de lucros não tributados pela venda da VIVO, vem o Governo, qual vítima ofendida chorar sobre o leite derramado...
Para isto sim: justifica-se a utilização da "golden share". Veremos...a coerência quie resta a Sócrates.