julho 26, 2013

A ministra, o PS e os swaps

Conversa da treta para entreter.

Ouço e leio que a (agora) Ministra diz não ter recebido informação sobre o assunto, aquando da sua entrada na Secretaria de Estado.

Leia-se como se deve ler: no dossier de assuntos que recebeu dos governantes anteriores, nada constava sobre o assunto.

É necessário entender e aceitar que, nestas matérias e nestas funções receber informação não é ouvir dizer...

Ora, é evidente que a senhora sabia do assunto (até tinha assinado alguns dos contratos). O que não invalida que seja verdade que os ex-governantes socialistas nada tenham deixado nos dossiers de transição...

Senhores e senhoras, deixem de tretas, trabalhem e deixem trabalhar.

julho 24, 2013

Crise resolvida II

Afinal, foi necessária mais uma semana.
Tempo perdido?
Talvez não.
O Governo sai mais forte. O PS mais contido na sua ambição cega pelo poder imediato sem consideração pelos interesses do País.
Sem acordo triplo, ganhamos uma alternativa menos má, para um próximo governo, distinta dos anacrónicos CDU e BE) .
Resta saber se vamos alterar algumas políticas ... não tendo dúvidas que a austeridade é para continuar (e só pode continuar).

Seguro foi para as negociações ... não negociar. Afinal já tinha garantido a Alegre que não cederia em ponto algum. Ou seja, por muito que PSD e CDS fizessem a sua parte, a sitio nenhum se chegaria.
Mas, assim, com o PS "de canto", a CDU e o BE terão mais dificuldade em crescer por via da insatisfação geral, absolutamente natural num período "formiga" em oposição ao período "cigarra" da governação anterior.

Alguns problemas:

Se o sucesso deste "novo" Governo se vai medir pelo crescimento económico e pela descida do desemprego, é tarefa impossível. 
Podem desistir já.
A verdade é que Sócrates e o PS deixaram o País em queda livre, a partir de um penhasco bem alto.
Este Governo conseguiu abrir um para-quedas e travou a queda. Se conseguirmos chegar ao fundo sem grandes "feridas" isso já seria excelente. Mas, voltar acima, ao "promontório das ilusões" onde o PS nos levou e de onde nos lançou no vazio... isso é outra ilusão.

"Quem acredita no crescimento económico nos Países desenvolvidos é louco ou ... economista".

A Alemanha gosta deste modelo. As contas recuperam (mesmo) mas o desemprego cresce. Exactamente à medida das necessidades alemãs (de imigrantes) nas suas indústrias. Em substituição de outros, de outras origens, culturalmente mais "distantes" (leia-se, muçulmanos) e por isso, mais desinteressantes pois potencialmente mais preocupantes, para a soiedade ocidental, num futuro próximo.

É por esta razão que estamos a ser "massacrados" com o desemprego. Com a saída da nossa juventude (e do nosso futuro) para as fábricas alemãs, os custos sociais (subsídios de desemprego) decrescem e as contas voltam ao equilíbrio...

Assim, ajustamos (em baixa). A ideia de uma crise em U, V ou W é uma ilusão a erradicar. Estamos num ajustamento em L (se possível)...

Não gosto desta solução. Preferia manter por cá a nossa juventude. Pois é o nosso futuro. Daí que teremos que dizer não a esta política e esperar que este "novo" Governo também seja capaz disso.

Se temos 100 horas de trabalho que valem 1000 Euros, será preferível:

1)Ter 10 a trabalhar e a ganhar 100 euros (mais 2 desempregados a receber 50 da Segurança Social e a participar em ações de rua contra a polícia) ou, em alternativa,
2)Ter 12 a trabalhar e a ganhar 80?

É por isso que a grande alteração de política a realizar é na gestão do trabalho. Pois não haverá - mesmo - crescimento económico, logo, não haverá mais trabalho. Assim, não só não se recuperarão os empregos perdidos, como mais empregos se vão perder. Para a Alemanha?

A redistribuição do trabalho é a medida certa - para o País - no momento actual... LER AQUI.

julho 08, 2013

Crise ultrapassada

A crise política está ultrapassada.

Infelizmente, tudo isto poderia ter sido realizado por detrás da cortina, resultando numa simples e necessária remodelação governativa com nota de alteração de políticas. 

Não foi assim. Algumas personalidades não o permitiram. Todos perderam com isso.

Quanto a Seguro, o seu drama é ninguém ter achado que as eleições conduziriam a alternativas positivas. E isto sem contar com o facto de, com essa solução, nos arriscaríamos a incumprir, de imediato, com os programas acordados com os credores. Somando a isso 5 meses sem governo e o adiamento do orçamento 2014, nada de bom daí poderia advir.

Apesar das trapalhadas evidentes, enquanto se entenderem as comadres, o Governo deve ser mantido até ao fim da legislatura pela qual tem o mandato democrático dado pelas eleições.

Seguro não consegue que lhe dêem importância (a menos da que lhes dão os socialistas, sempre com os seus, nem que seja pela "paulada" prometida a quem com eles se mete). A verdade é que a colagem a Hollande não vingou (a sua referência de há cerca de um ano) e a sua insistência no fim da austeridade soa a demagogia pura.

A verdade é que foram os socialistas, os seus governos e políticas que nos levaram ao abismo onde nos encontramos e que negociaram o memorando onde se estabeleceram as metas - que não foram atingidas - mesmo indo mais fundo com os remédios ali anotados (o já batido "ir mais longe que a troika").

O PS é culpado pelo buraco em que hoje vivemos. O actual Governo é culpado por não nos conseguir tirar desse buraco. Que são culpas com um peso de responsabilidade muito  distinto. Até porque resta saber se era exequível a saída desse buraco até onde o PS o cavou. Mais a mais, limitado, no processo de ajustamento, pelo memorando de Sócrates.

A austeridade é necessária e vai ter que ser mantida. Mesmo que Tó Zero ache que não (já Hollande dizia que não). 

Simplesmente, há muita mudança necessária, a concretizar. Pois esta (austeridade) é necessária mas não deve ser destrutiva.