Tudo se conjuga para o chumbo do PEC4 e demissão de Sócrates.
Esticaram a corda e estão, ambos, Passos e Sócrates, em apuros. E com eles o País, pois o fim disto não é o necessário.
O melhor que pode acontecer ao PS é que Sócrates caia, agora.
Dessa forma, o PS vai conseguir (tal como fez aquando da saída de Guterres) evitar, junto ao eleitorado, a responsabilização, por inteiro, do que fez nos últimos anos.
E, assim, o PS posiciona-se para um regresso, a curto-médio prazo, já sem Sócrates. O que é mau para o País.
Sócrates não estará tão satisfeito.
Apesar de se livrar da batata quente que criou, passando-a para as mãos de outros (tal como fez Guterres), abre a possibilidade de abertura dos armários, de onde saltarão muitos esqueletos, prejudiciais - pessoalmente - para ele ...
Neste cenário, ao Presidente da República não restará qualquer solução que não sejam as eleições imediatas. Sócrates vai-se manter Secretário Geral do PS pelo que, assim, sem ele (a solução presidencial não o poderia incluir) nada feito. O PS (ainda de Sócrates) opor-se-há a qualquer intenção de Governo de iniciativa presidencial. Para que esse governo presidencial pudesse incluir o PS, Sócrates não poderia estar lá...
Marcam-se eleições para meados do ano.
Entretanto, o Governo actual, em gestão vai "maquilhar" o PEC 4 e transforma-lo em PEC 4.1 (um mero ajuste) para validação pelo PSD. Que será aplicado. Depois, é simples: Constâncio deixará de "aguentar" Sócrates e o BCE tirará o "tapete" ao financiamento. Daí à colocação de dívida "a seco" é um passo. Ajuda externa e mais PECs, seguindo o memo que o FMI já terá entregue a Sócrates e que ele tem aplicado religiosamente.
Até às eleições, teremos o nível de vida da população mais uma vez e sucessivamente reduzido.
A campanha eleitoral girará sobre este assunto: o PS a zurzir que a ajuda externa e os PECs posteriores ao 4 eram evitáveis e que são "culpa" de Passos e Cavaco, procurando esvaziar o facto do o País ter sido conduzido por Sócrates e Teixeira dos Santos, a isto. E tentando iludir os portugueses sobre a existência de uma (impossível) saída - interna - da situação.
Infelizmente, o Governo a sair destas eleições, nestes termos, será pouco forte para o que precisamos (uma mudança total do sistema vigente) e o PS, mais uma vez, fugirá - na dimensão necessária - à responsabilização pela situação que criou.
Por tudo isto, amanhã o Governo não devia cair...
Ainda há uma saída.
O PSD deve sair de qualquer negociação.
O PSD e Cavaco devem colocar-se à margem e mandar o governo governar.
E marcar uma avaliação da situação para dentro de 3 meses. Nessa altura, com execuções orçamentais de 2 meses para além do 1º trimestre (as contas públicas deste período serão manipuladas), a execução orçamental, a colocação de dívida e o BCE tratarão de fazer o resto.
Para o País é igual. O destino está traçado. A ajuda externa virá de qualquer forma. Nessa altura tomam-se as medidas incontornáveis - por obrigação - que, assim, ficarão "adjudicadas" a Sócrates e ao PS. Assim, talvez o governo que se segue, em resultado de eleições em Setembro/Outubro, possa vir forte e capaz, com o PS penalizado, como devido.
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