Temos um governo de direita que actua à esquerda (aumenta os
impostos e o consumo do Estado face ao PIB).
A única alternativa democrática (o PS de Seguro) pede
“crescimento” e diz que a sua política é o “crescimento”. Infelizmente, o que
cresce é a demagogia. Porque não se cresce economicamente, por decreto. Precisamos de produzir mas isso não basta. É necessário qualidade e preço. Precisamos de investimento estrangeiro, mas não podemos "puxar" investidores para cá, sem termos antes, o que necessitam. E não há nenhuma solução
rosa, nem quaisquer medidas concretas, em cima da mesa, que não custem o dinheiro que não temos,
para lá chegar.
A verdade é que alguma coisa foi necessário fazer quando
essa mesma esquerda rosa deixou o país de mão estendida. A realidade é que, no
final desse período de desgoverno socialista, a dívida foi renegociada (é isso o Memorando de
Entendimento). Nesse processo, a troika foi chamada por Teixeira dos Santos (pelo
PS) que negociou e desenhou esse documento. E aí se indicou que
nos emprestavam o dinheiro que precisávamos para não cair na bancarrota (não haveria dinheiro para pensões, salários e financiamento de serviços públicos como a saúde, educação, justiça e segurança) caso não mudássemos
de vida. E essa mudança, como é óbvio, não era para melhor. Pelo que a boa vida
rosa que Sócrates nos deu (éramos ricos e não sabíamos), à conta de dinheiro emprestado, tinha acabado e,
quem nos emprestou, queria, agora, o dinheiro de regresso.
Entretanto, Passos e Gaspar tiveram que seguir o acordado e
isso foi a sua perdição. Um memorando com medidas draconianas - negociadas
pelos socialistas - que se vieram a se revelar pouco frutuosas.
A alternativa não é a esquerda. Afinal, o governo (formiga austerista) só está a
procurar os objectivos (défice e dívida) negociadas por essa esquerda (rosa) para resolver um problema também criado pelos socialistas. As medidas variam, têm avanços e recursos, mas os resultados são sempre os mesmos: maus. E não se vislumbram, vindas
dessa zona ideológica, quaisquer soluções.
É comum dizer-se que para Seguro (cigarra gastadora) chegar ao poder bastará fingir-se
“morto”. E é isso que tem feito. Conseguiu (com o PS e Sócrates) que um governo que vinha conotado
como liberal aplicasse as medidas socialistas “difíceis” negociadas por eles, com a
troika, assumindo todo o desgaste desse facto. Mas mais: medidas que se
tornaram necessárias pelo desgoverno de anos ... deles. E para o futuro? Nada. Mais do
mesmo e vacuidades tais como “não queremos austeridade… queremos crescimento”.
Na área da direita liberal, tudo parado. Não é possível agir
pois o governo tomou como sua a política imposta pela troika (memorando
socialista, relembre-se) que é tudo menos ... liberal. Por outro lado, Passos e Gaspar já estão a chegar ao
ponto de não retorno, onde a alteração de políticas já não se podem fazer … com
as mesmas pessoas.
Entretanto, a rua cresce…
Tudo isto para gáudio da esquerda negra, que vive da indignação, da insatisfação, da lástima, da
miséria e do desemprego que medra nas ruas. Que se alimenta e cresce a partir do agravamento desse estado de coisas. Do negativismo, da infelicidade crescente.
O que nos leva à recente polémica face às afirmações de Isabel Jonet. Uma
acção meritória (no Banco Alimentar) que tem vindo a colmatar muitos problemas
que o Estado Social não resolve (e, não nos esqueçamos, não há dinheiro sequer para
manter este Estado Social, muito menos haverá para aumenta-lo para que possa
fazer mais).
Essa esquerda negra não gosta desse tipo de intervenção.
Pois esta resolve ou no mínimo, atenua, situações e problemas graves de muitas famílias E também
não gosta porque essa acção potencia a retirada dos indignados da rua ou seja, tira-lhes “o pão para a sua boca”…
Acha que o Banco Alimentar faz a politica do "pega o pacote de esparguete". Para eles, tudo é devido a toda a gente. Como se tudo caísse do céu, com ou sem o trabalho que o pudesse permitir. Infelizmente, toda a galinha dos ovos de ouro, acaba esfolada, nas mãos destes...
A esquerda negra apela à força, à rebelião, ao protesto, à
indignação. E chegam aí pelo desemprego, pela miséria, pela fome. Pelo que
querem que tudo isso cresça e aconteça. Pois, com tudo isso e só assim, também eles crescem...
A manifestação dos militares e o congresso do Bloco
acrescentaram notas preocupantes sobre estas matérias.
E esta malta é perigosa. Só aceitam a democracia até
que e apenas enquanto dá jeito…
Mas,
Passos e Gaspar tentaram e falharam. Seguiram o memorando
rosa-troika e isso falhou. O País está no limite da extorsão fiscal, da queda
dos rendimentos e cada vez mais, na rua…
Infelizmente usurpam a “vaga” e o espaço ideológico da direita e uma grande parte
da população acha que as políticas liberais são estas…
É preciso mudar mas, infelizmente, não se vislumbram
alternativas no terreno. Ou melhor, quem possa pegar nelas e avançar.
Isabel Jonet teve razão em quase tudo. Mas teve ainda mais
razão quando referiu que o crescente número de famílias e pessoas em
dificuldades tinham de ser ajudadas para reduzir o seu desespero e indignação.
Pois caso contrário, os problemas na rua serão tão grandes que todas as medidas
que se possam definir, a partir daí, e por muito bem desenhadas que estejam, não terão terreno
para vingar (a esquerda negra tratará de garantir isso).
Ora, por isso, a primeira grande medida será inverter por completo as políticas de trabalho e emprego de Passos e Gaspar. Que têm
seguido a direcção inversa das que são necessárias e aconselháveis. Há menos
trabalho e o crescimento é uma miragem (impossível nos próximos anos). Em vez
de dividir esse pouco trabalho por mais pessoas, trataram de aumenta-lo para
muitos (mais horas, menos férias, feriados, reformas mais tardias) o que
provocou despedimentos em massa. E aí, grupos de indignados e a juventude na
rua ou a emigrar. Neste caso é o nosso futuro a sair porta fora. Mesmo que exista uma agenda conspirante, com vista ao desemprego, escondida...
É necessário introduzir uma política de divisão/distribuição
do trabalho existente (sem prejuízo de que, logo de seguida, procuremos criar mais trabalho) incluindo no mercado de trabalho, pelo menos 70% dos
desempregados atuais. Isto faz-se com menos egoísmo dos que estão (até quando)
seguros, nos seus empregos atuais. Dando lugar, principalmente aos jovens, bem
formados. Evitando a sua saída para o exterior, que é um problema para o nosso futuro. Sem
jovens, não haverá uma força de trabalho com mais formação, não haverá crianças,
não haverá futuro. E são os jovens, que têm mais ganas de “engordar” as manifestações
de indignação, da esquerda negra.
Desta forma teremos muitos mais a trabalhar, um país mais
equilibrado, com menos insegurança e indignações. Mais a contribuir e a pagar
impostos e menos a receber subsídios e a imigrar…
E teremos que fazer bastante mais:
Não é necessário mais dinheiro. Com acordo geral dos credores, deveremos
congelar a dívida. Assegurando que os Fundos Internacionais os acodem e garantem os pagamentos das próximas tranches (que se acumulariam em nova dívida, renegociada, a prazos longos e taxas não extorsionárias).
Deveremos encontrar instrumentos para olear a economia (liquidez) e
conseguir o financiamento interno do défice, a anular gradualmente num período de ajuste (5 anos) que se iniciaria agora; e devem ser repostos os rendimentos (devolução dos subsídios, tal como se concediam antes ou divididos pelos salários mensais) e os impostos, aos níveis anteriores (que já eram altos).
Deve ser salvaguardado o sector bancário naquilo que é
essencial para o país: crédito habitação e financiamento da economia.
O Turismo deve ser cuidado (com pinças) bem como toda a indústria (restante) e serviços que
tenham incorporação forte de bens e serviços nacionais.
Deve ser criado um grupo de pressão de países em dificuldades que
imponham, na Europa, políticas coerentes com a sua situação.
Deve ser alterar o sistema fiscal e o financiamento da
Segurança Social.
E sim, finalmente, deveremos refundar o Estado, ajustando a
Constituição. Não para o diminuir, mas para o sustentar. Porque aquele que
temos neste momento é … suicida. Ou ajustamos ou afundamos.
Resta-nos, talvez, o Presidente da República… e uma solução
abrangente.
Mas, em cada dia que passa, se aperta o túnel das soluções…
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