No que se refere ao emprego, tudo parece estar a ser feito
ao contrário.
Num ambiente económico em que o trabalho se deslocaliza continuamente
para os países emergentes, reduzindo a sua disponibilidade, tudo apontaria para
a flexibilização das regras que definem uma unidade de trabalho, com
a finalidade de assegurar uma melhor distribuição desse bem, o mais relevante
na nova economia.
A verdade é que há cada vez menos trabalho e nada aponta para que a situação se
inverta. Os nossos líderes vão manifestando estranheza em relação aos níveis do desemprego, mas a única estranheza possível é o fato deles estranharem o que era evidente e mais que previsível...
Ao contrário do que seria de esperar - que as
unidades de trabalho se reduzissem com o correspondente corte remuneratório - as
políticas atuais (sob pressão dos Planos de Ajuste) atuam ao contrário: mais
trabalho para alguns (os que conseguem manter o emprego, nas empresas sobreviventes) e muito mais desemprego. Mais
horas de trabalho diário, menos feriados, menos dias de férias. Reforma mais tarde. Tudo
(aparentemente) ao contrário…
E é aqui que entra a “teoria da conspiração”.
A redução do trabalho disponível, sendo irreversível, atinge
cada país (do bloco) desenvolvido de formas e timings diferentes. A verdade é
que os nossos “salvadores”, os países do centro e norte europeu ainda têm industria para
mais alguns anos, a salvo dos países emergentes. E já entenderam o erro que
estavam a seguir no que se refere à mão de obra de baixo custo que estavam a
absorver. A sua imigração tinha origem em países cultural e principalmente
religiosamente muito distintos dos seus. A França, Alemanha, Holanda, Bélgica, Finlândia,
Suécia, Noruega, etc começam a sentir, “na pele”, esse erro.
As mesquitas multiplicam-se, bem como outros efeitos colaterais...
Os desequilíbrios
culturais e religiosos internos começam a assumir proporções imprevistas no centro da Europa. E,
rapidamente, esses países começam com o processo inverso: conter essa origem de imigração
(repatriando, inclusive, o máximo possível) usada e abusada nos últimos decénios e abrindo uma nova porta de entrada, a novos imigrantes vindos de dentro da Europa… dos países do Sul (Portugal, Espanha, Grécia, ... Itália).
Para que esta nova política funcione, três coisas precisam - antes - de ficar garantidas:
1)Que há muito desemprego nesses países.
2)Que o trabalho que "fica" nesses países seja ainda menos bem pago do que actualmente (face ao que pagarão no centro e norte da Europa pelos empregos mais
desprestigiados).
3)Que os respetivos dirigentes sejam controláveis e que, por
essa via, valorizem publicamente a emigração como alternativa à economia local, em depressão
e ao estado de coisas (lamentáveis) que atingem esses países.
O que pode justificar a política seguida. Quanto ao resto, cada um que conclua…
Trabalho qualificado?
Esse, só mesmo nos países emergentes. Pois o acesso a esse trabalho, os países "desenvolvidos" do centro da Europa, guardam para os seus...
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