São notícia todos os dias.
As dívidas regionais, nomeadamente a da Madeira.
É grande, estava escondida, influi no défice, exige medidas
compensatórias para o cumprimento dos objectivos contratados com a troika.
Mas é uma dívida contida, geograficamente.
Sabe-se quem a criou, o que resultou dela, quem usufruiu dos
investimentos…
Pelo que, sabe-se bem, quem deve paga-la, sem prejuízo de, para o efeito, ser necessário, claramente
um plano de resgate ou um Plano de Ajuste a “contratar” pelo Estado com o governo regional que
resultar das eleições de 9 de Outubro. Afinal, a unica conclusão que se pode
tirar desta situação é que a Madeira está como está o País e como este, ficará
refém, por alguns anos, de terceiros, num processo de ajustamento financeiro
que lhe retirará muita margem de manobra. Num caso, provocará a perda de uma
“fatia” de Autonomia, no outro – já provocou – um corte na Soberania.
Por isto tudo, dizem muitos, a regionalização é má.
Por tudo isto, digo eu, a regionalização é óptima: mais uma
vez, só assim, sabemos quem se endividou, quem beneficia do investimento feito pelo que,
sabemos bem, quem deve pagar…
CARRIS
STCP
METRO PORTO
METRO LISBOA
Estes, são exemplos de empresas regionais. De Lisboa e Porto. Acumulam défices e dívidas sucessivas. Usufruem de indemnizações compensatórias
e praticam preços sociais (de que só beneficiam os utilizadores e habitantes
das regiões onde actuam). As dívidas são garantidas pelo Estado (que um dia as
pagará…).
Estas são dívidas regionais que serão pagas por todos
os portugueses. Pois estão “penduradas” no Orçamento de Estado. E são várias
vezes maiores que as dívidas da Madeira.
Pelo que, perguntamos: será que o “problema” da Madeira não é oportunista? Por ali
haver eleições? E para desviar as atenções dos esforços pedidos todos os dias
aos portugueses para pagar dívidas que, como as dos exemplos dados, nem são suas?
A verdade é que, para um bracarense, algarvio ou açoriano, é muito mais aceitável
a dívida da Madeira do que a do Metro de Lisboa. Não pela primeira ser menor, mas pelo facto dessa não ser – nunca – paga por ele. Ao contrário da
segunda…
E se Alberto João Jardim consegue listar os investimentos que fez (são visíveis), o mesmo já não conseguem fazer os responsáveis por algumas empresas públicas continentais tão ou mais endividadas que a Madeira. Pois a sua dívida cresce à custa da subsidiação das despesas correntes nada sobrando para as gerações seguintes, senão o pagamento da dívida...
O oportunismo da comunicação social e de muitos
“comentadeiros” que por lá pululam permite a criação de confusões entre
compensações contabilísticas e pagamentos de dívidas. Se é verdade que – por
conta da troika e do respeito pelos 5,9% de défice para 2011 - um buraco aqui tem de ser coberto
por um excedente ali, também é certo que isso não implica nem provoca qualquer
transferência financeira. Pelo que as dívidas (e as respectivas amortizações e
juros) ficam – claramente – para quem as criou.
4 comentários:
Oh amigo diga-me lá uma coisa...os transportes na madeira não têm indeminizações compensatórias?? E em relação as empresas que referiu....sendo bem ou mal geridas (eventualmente todas mal geridas) a questão é que são dívidas conhecidas e documentadas! No caso da dívida regional da Madeira pelos vistos segundo as palavras do seu Presidente são 5 mil e tal milhões de euros coisa pouca igual a da Metro do Porto. Eu ia jurar que a da Metro do Porto era metade...mas atesta realmente a capacidade de Alberto João Jardim no que diz respeito a finanças... Eu também gostava de viver com qualidade de vida europeia..por isso vamos fazer o mesmo e a dívida de Portugal triplica. Alguém há-de pagar!
Não há mais pachorra, é tudo a sacar, não há pessoas verdadeiras na política, vão todos a olhar para eles, para o poleiro, e depois o dinheiro não é deles, o que acham que fazem? o que todos andaram a fazer, os amigos também têm família.... precisam de comer....
O que é certo, é que o português não age, e nem aparece ninguém que nos fale verdade, mas mesmo que houvesse, quem o iria escutar? quem iria acreditar? seria sempre "mais um", mesmo que fosse sincero e honesto. Um bem haja para todos.
Amigo Filipe
Na Madeira os transportes também são compensados indemnizatoriamente. Mas pelo orçamento regional. Suportado pelos contribuintes da área geográfica onde o serviço é prestado. Por aqueles que poderão tirar partido do mesmo.
Originando (ou não, o que seria o ideal) uma dívida.
Um serviço regional, indemnizado regionalmente.
Vê a diferença?
Não se compara com uma indemnização de compensação por serviço prestado abaixo do custo, no Porto, a pagar, também pelos algarvios...
A dívida directa da Madeira será semelhante à do Metro do Porto. Os 5 milhões incluem outras situações.
Quanto à qualidade de vida:
Na Madeira lá se fazem lá se pagarão...
No Porto e Lisboa, lá se fazem, todos (incluindo outros) pagarão...
http://www.publico.pt/Pol%C3%ADtica/governo-da-madeira-volta-a-contradizerse-sobre-a-divida-1513474?all=1
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