...a Madeira tem uma dívida directa de 1,094 mil milhões de euros que, nos mesmos termos utilizados para o calculo da dívida continental, conduziria ao valor de 6,75 mil euros a cada madeirense (e nunca aos 30 mil indicados). Que seria o valor comparável com os 16,09 mil euros referente à dívida do cidadão “continental”...
Transcrição integral do texto recebido num comentário:
Tolentino Nóbrega está intitulado como “correspondente” do Público na Madeira.
No entanto, todos os seus trabalhos respeitam a assuntos “negros” da vida regional. Não se lhe conhece qualquer “correspondência” que verse um qualquer assunto perfeitamente inócuo (nem pedimos um com conotação positiva) da vida social e económica madeirense.
Sendo assim, o leitor regular do Público acaba por ficar limitado, no seu conhecimento sobre a Madeira, e em absoluto, apenas às matérias “negras”...
Outro dos grandes problemas é que muitos dos trabalhos do jornalista em questão suportam-se em dados não comprovados e que seguem uma linha pré-definida, de má-fé e meias verdades, que se mantém, apesar de fartamente desmentido e esclarecido nos dias seguintes a cada publicação. Mas volta a se repetir, sucessivamente. A intencionalidade do mau dizer é evidente.
Infelizmente, nada fica por aqui. Os seus trabalhos são publicados sempre com algum destaque no Público e, apesar de, na Região, se multiplicarem os desmentidos posteriores, nada transparece para os leitores continentais.
Mas, mais:
É frequente serem os trabalhos deste “correspondente” as "munições" utilizadas pela maioria dos jornalistas, comentadores e bloguistas, que nos dias seguintes à referida publicação, "desancam" na Madeira, ampliando os erros e a deficiente informação produzida por Tolentino e pelo Público.
É, claramente, o caso do trabalho de hoje, 13 de Setembro de 2011. Uma sucessão de informações erradas e mal intencionadas, nitidamente encomendadas por interesses e interessados nas eleições, que a 9 de Outubro próximo, irão decorrer na Região. Nesse trabalho, Tolentino não se faz rogado, cumprindo com rigor tudo o que a parte mais negra do seu íntimo revoltado e anti-Madeira, dita.
Uma nota de justiça no referente ao Editorial da mesma edição. Apesar de algumas afirmações nitidamente potenciadas e alavancadas pelo trabalho de Tolentino, diz o essencial: a Madeira terá que acartar com as dívidas que criou e os madeirenses “embarcarem” nos esforços que são pedidos à população do todo nacional. Ora, nem mais, nem menos. Exactamente isso.
Sobre o trabalho de Tolentino:
Dívida dos madeirenses
Calcula a dívida do cidadão continental dividindo a dívida pública directa (diz que é 172 mil milhões) por 10,7 milhões de habitantes chegando aos 16,09 mil euros.
Mas, para a Madeira, divide uma dívida global estimada (e não a directa) de 8 mil milhões pelos 162 mil habitantes. O valor per capita, assim obtido, é de 30 mil euros, sendo chamado à estampa, na primeira página do matutino.
Ora, a má fé é evidente porque, não só não refere que a fonte da estimativa do valor da dívida são cartazes eleitorais do PS regional, fartamente negado por todas as entidades públicas, incluindo os relatórios do Tribunal de Contas que nunca referiram esse valor, mas pior que isso, anota e reconhece, no gráfico publicado, que a Madeira tem uma dívida directa de 1,094 mil milhões de euros que, nos mesmos termos utilizados para o calculo da dívida continental, conduziria a um valor de dívida de 6,75 mil euros a cada madeirense (e nunca aos 30 mil indicados). Que seria o valor comparável com os 16,09 mil euros de dívida do cidadão continental”.
Mas não se fica por aqui, nesta matéria. Tenta também passar, de forma errada, a ideia que as dívidas nacionais e regionais são acumuláveis sendo que os madeirenses terão dívidas dobradas. Não é verdade. Aquelas duas dívidas - ao contrário do que se passa com as dívidas das autarquias que resultam de outras competências - são concorrentes, paralelas e, por isso, não acumuláveis. Resultam de actividades que são paralelas (competências iguais concretizadas em zonas geográficas distintas) de ambos Governos, na sua maioria, despesas de Saúde, Educação e Investimentos vários.
Investimentos
Sobre os 500 milhões de dívida detectada há semanas atrás, Tolentino evita clarificar que o ajuste nacional - a decorrer - é meramente contabilístico no cálculo do défice face às instâncias internacionais e à troika, cabendo - sempre - aos madeirenses assumir o respectivo pagamento.
E não traduz a afirmação de AJJ que, repetitivamente, na Região, tem afirmado que assim procedeu (somou dívida ao ritmo de 3,33% do PIB em cada ano) com vista a capacitar a Região de estruturas básicas e não só, de que a Região estava deficitária. E que entendia e defendia que essas estruturas, ficando ao dispor das novas gerações, também podiam (e deviam) ser pagas por elas (o que irá, provavelmente, acontecer).
O "perdão da dívida" de António Guterres
Tolentino volta a falar do que sabe bem não ser verdade. Guterres nunca perdoou qualquer dívida à Madeira. Limitou-se a transferir a parte que cabia à Região nas receitas das privatizações de empresas públicas concretizadas na década de 90 (referentes a bancos e outras empresas). Afinal, as empresas vendidas tinham imobilizado e actividade regional. Pelo que era devido um acerto de contas.
Que foi feito. Por Guterres, com a garantia de que os valores assim transferidos (e devidos) se aplicariam à redução da dívida regional. E, clarifiquemos bem: Guterres assim procedeu apenas porque nos Açores, Carlos César, recém vencedor de eleições regionais, lhe pediu um arranque de funções com dívida a zero, para poder consolidar melhor a vitória obtida, impondo o socialismo naquela Região.
Guterres calculou assim o valor que transferiu para ambas as Regiões. Baseou-se na dívida dos … Açores, ou seja, naquela que, realmente, queria anular.
A Madeira obteve o mesmo valor por consequência (e por estadismo de Guterres, reconheçamos) não sendo suficiente para a cobertura integral da dívida respectiva (à altura) pois a mesma era já superior à dos Açores.
Nota: posteriormente, em 2006/2007, Sócrates já não esteve com essas meias medidas e, com Maximiano Martins, avançou determinado no prejuízo da Madeira - sem qualquer vergonha na cara (o estadismo já não era virtude sua) - rasgando unilateralmente uma Lei de Finanças Regionais equilibrada e votada por unanimidade na Assembleia da República poucos anos atrás, trocando-a pela actual, ao abrigo da qual passou a entregar mais 180 milhões de euros anuais aos Açores, em relação ao que (muito menos) passou a atribuir à Madeira.
Pagar a Tempo e Horas
Mais uma vez, Tolentino usa uma meia verdade para passar uma falsa ideia. O programa em questão não permitiu que Sócrates “injectasse” dinheiro nenhum na Região. Tão só validou um empréstimo a (mais) longo prazo para satisfação de compromissos imediatos, com fornecedores. Apenas se trocou uma dívida (a fornecedores de curto prazo) por outra (aos Bancos e a mais longo prazo). A ideia “tentada” por Tolentino de que o “continente” pagou alguma coisa à Madeira é repetida, quando o programa em questão apenas permitiu mudar as características da dívida por pagar – e sempre – pelos madeirenses.
Austeridade a dobrar?
Verifica-se uma tentativa de colação de Tolentino à ideia que o PS regional está a tentar lançar neste período pré-eleitoral de que os madeirenses terão austeridade a dobrar. Face à tal dívida a dobrar e ao Memorando Regional.
Ora, nada disso tem de acontecer e não deve acontecer.
Não só (já vimos) a dívida não se dobra, como o Memorando da troika é claro: todos os portugueses são chamados a resolver os seus problemas, incluindo os madeirenses. Neste aspecto a troika impõe procedimentos da responsabilidade do Estado nas suas áreas de competência geográfica e orgânica. Onde se incluem-se cortes nas transferências financeiras para a Região e se estabelecem prazos para que as entidades nacionais negoceiem com as entidades regionais as condições (memorandos regionais) que coloquem as Regiões dentro do mesmo processo e dos mesmos objectivos nacionais.
Nada é de entendimento mais simples: a Madeira (e os Açores) estão confrontados com as mesmas dificuldades que o Estado teve no acesso à liquidez, o que se deve à dívida criada nas suas gestões dos últimos anos.
A troika proporciona ao Estado essa liquidez (78 mil milhões), contra o cumprimento estrito das condições impostas no Memorando de Entendimento. Caberá ao Estado, até ao final do ano, dar acesso às Regiões da parte devida dessa liquidez, estabelecendo, em contrapartida, junto às Regiões, algumas regras de governação contida semelhantes aquelas a que se sujeitou, perante a troika.
E se há algo a explicar será o porquê da receita extraordinária do 13º mês cobrada nas Regiões não ficarem nas mesmas. A verdade é que essa cobrança – feita nas Regiões – acabará por servir para o abate da dívida “continental”. O que inverte a ideia instalada de que o dinheiro circula no sentido contrário…
Tal como Portugal perdeu uma grande parte da sua soberania na negociação (?) com a troika, a Madeira (e os Açores) não estão em melhor posição para a negociação que aí virá, dentro de semanas. Pelo que a Autonomia sofrerá. O que nos leva, de novo ao Editorial do Público: não há que punir, mas as regras devem ser iguais para todos. Os Memorandos de Entendimento Regionais tratarão de consolidar isso mesmo.
Esta é – também - uma parte da verdade.
Infelizmente, inacessível, por sistema, aos leitores do Público.
O texto acima foi-nos referenciado através de um comentário. Considerando a sua pertinência, aqui o transcrevemos integralmente.
20 comentários:
A CONTRA-INFORMAÇAO DO DR JARDIM, ESPECIALISTA EM CONTRA-INFORMAÇAO E ACÇAO PSICOLOGICA NO TEMPO EM QUE DEFENDIA A GUERRA CONTRA OS "TERRORISTAS" DAS COLONIAS.
PARA O DR JARDIM A MADEIRA CONTINUA A SER AFRICA E ELE O CHEFE DA TRIBO.
ELE ATE JA CONFESSOU QUE NEM CONHECE O TOTAL DA DIVIDA. NAO ADMIRA, TAL FOI DESCONTROLO...
Todos os madeirenses sabem que o que este artigo diz é verdade. Talvez por isso é que o Alberto João continua a ganhar eleições na Madeira. O ataque actual é muito forte. No Continente estão todos ingenuamente intoxicados pela propaganda e falsidades veiculadas por tipos como o Toloentino. Falsidades que são dadas como certas e depois usadas e ampliadas pelos comantadeiros na comunicação social.
Os continentais não sabem mesmo o que se passa na Madeira. E estão a ser, ingenuamente, enganados na tentativa de derrube do PSD na Madeira.
A dívida total da Madeira é 8000 milhões. Os 1100 milhões eram o acrescento oculto até ontem. Hoje já são mais 250 milhões.
Oito mil milhões é o valor afirmado pelo PS regional. Por muito que se somem buracos, não chega ali.
Nenhuma entidade credível (o PS não o é) chega aqueles valores (nem perto).
Mas, 6, 7 ou 8 milhões, vai dar ao mesmo. Apenas permite concluir que a Madeira está como está o País.
Pelo que, pelas mesmas razões, exige um plano de resgate. Para que possa pagar as suas dívidas e iniciar um período de gestão cuidada. Tão só isso.
Mas, a dívida da Madeira é dos madeirenses e será paga pelos madeirenses. Não pelos continentais, que estão a ser enganados todos os dias pela imprensa nacional, acirrada contra Alberto João Jardim, e que lhes passa a ideia - totalmente errada - que estão ou vão (os continentais) pagar essa dívida. Não estão, nem vão...
Pelo contrário, todos os portugueses vão, por exemplo, pagar as dívidas das empresas públicas (regionais de Lisboa e Porto) de transporte. E vão pagar o buraco do BPN, criado pelos tubarões de Lisboa, as imparidades na CGD, etc.
Estas situações, sim, deveriam preocupar o País porque serão pagas por todos.
A dívida da Madeira existe. Podia ser menor. Devia ser menor? Talvez...
Mas, pelo menos, será paga pelos madeirenses.
As outras dívidas? Nem por isso...
Não é bem assim, Joaquim. Além da dívida per capita da Madeira ser o dobro da dívida per capita nacional, há uma questão muito importante: a dívida nacional não tinha, até agora, buracos escondidos. Graças ao Jardim, Portugal mentiu sobre a dívida acumulada à troika. Coisa que nem o PS, com todos os seus defeitos, alguma vez fez...
A dívida per capita da Madeira é o dobro? Mesmo contando com o valor não reportado a dívida directa (aquela que é utilizada por Tolentino para calcular a dívida per capita continental) regional não chegará ao valor nacional.
Esse valor dos 8 mil milhões é o valor, não demonstrado, do PS. E quanto a números do PS não podemos confiar. O que nos leva a 2010 e 2011 quando ainda eram governo. Foi um vê se te havias de buracos (dívidas não consideradas) que sucessivamente se anunciavam e fizeram subir o défice de 6 até 10%...
Pelo que (era bom que não fosse assim) a Madeira está como o resto do País. Tem uma dívida e, como o País, terá que se confrontar com um plano de resgate.
Hakeem
O PS nunca fez?
O que estiveram Sócrates e Teixeira dos Santos a fazer nos últimos 12 meses em que governaram se não a gerir buracos que se acumulavam no défice e na dívida? Afinal, tudo o que justificou o plano de resgate da troika?
Gonçalo, o valor de 8000 milhões nunca foi desmentido nem pelo PSD -Madeira nem pelo PSD nacional, e já sabemos o que isso quer dizer... Aliás, já nem se deve confiar na palavra do PSD - Madeira pois ainda à pouco mais de uma semana garantia que a dívida da Madeira não ultrapassava o valor de um orçamento regional... E, convém informar, que a passagem do défice nacional de 5,8% para 9,1% se deveu a alterações na forma de fazer contabilidade dentro da UE (e ainda bem que estão a acabar com as contabilidades "criativas"). Todos os países da UE tiveram de rever (para cima...) o valor dos défices, e ninguém encontrou dívida escondida. Repito, que nisso não têm ponta por onde pegar com o PS. E não nos podemos esquecer que só houve uma vez em que um governo nacional escondeu dívida da UE - foi o governo PSD que tinha Manuela Ferreira Leite a ministra das finanças...
Eu até concordo com o Jardim de que é preciso investimento público quando os privados estão com a corda na garganta. Isso não pode é ser feito à custa de dívidas ocultas!
O valor de 8000 milhões já foi desmentido pelo PSD-Madeira sendo que o PSD nacional não se mete (e bem) no assunto.
O valor anotado ontem, para a dívida é de um pouco mais de 5 mil milhões de dívida. Equivalente à do... Metro do Porto.
O défice de Sócrates subiu repetidamente porque não estavam a ser contabilizadas dívidas que o deviam ser...
E não foi por as regras terem mudado. Foi porque a UE começou a exigir que as existentes se cumprissem. Ora isso pode querer dizer que se escondeu dívida. Ou se omitiu ou, mais simplesmente, que não se reportou...
Daí que, a situação actual só coloca o PSD Regional à altura do PS de Sócrates.
E, para avaliar o nível de dívida per capita, sugiro apenas que se divida a dívida directa pela população. Em ambos os casos (Continente e Madeira). Depois, tiramos conclusões...
http://www.publico.pt/Pol%C3%ADtica/jardim-se-portugal-e-madeira-sao-dois-paises-deemnos-a-independencia_1513442
Vamos então trabalhar os números:
5.800 milhões de euros a dividir por 254.000 habitantes dá: 22.835 euros! (dívida per capita)
O Governo PSD projectou para o final de 2013 uma dívida de 115% do PIB (quando acaba o dinheiro da troika e temos a dívida máxima...). Eu sou um pessimista e vou fazer as contas a 130 mil milhões de euros de dívida total: dá uma dívida per capita de 12400 euros (e isto inclui a dívida madeirense, metro do porto, EP's, etc e tal).
A área metropolitana do Porto tem mais de milhão e meio de gente a lá viver. Seriam precisos pelo menos 5 Metros do Porto só para fazer equivaler a dívida de um portuense à de um madeirense.
Houve uma mudança metodológica da contabilidade europeia. O próprio relatório do INE (que é o organismo que recolhe a informação a ser analisada em Bruxelas...) avisa que a subida se deve apenas à mudança de metodologia. E como a dívida das EP's era pública, só teve de ser incorporada na data em que essas mudanças foram implementadas pela zona euro. Foram mesmo mudanças nas regras.
Pois, vamos trabalhar os números. Mas não podemos misturar alhos com bugalhos…
Você divide a dívida total (alhos) pela população da Madeira.
Mas depois considera a dívida directa (bugalhos) nacional para calcular a dívida per capita do País...
Não me atrevo a fazer contas. Deixo a outros:
http://www.jornaldamadeira.pt/not2008.php?Seccao=11&id=196095&sdata=2011-09-24
“…um valor de 14.180 euros por cada residente na Região.
Comparou este montante aos 160.5 mil milhões de euros do país. Um montante que equivale a 93% do PIB e que corresponde a 15.200 euros per capita”
As suas contas com o Metro do Porto são desajustadas. Uma empresa pública regional indemnizada e com passivo dependentes do Orçamento de Estado…
Por mim, essa (e outras) empresa regional podia ter a dívida que entendessem por bem. Desde que não me tocasse. Situa-se no Porto, envolve esse milhão e meio de pessoas (uns usam outros não) pelo que deviam ser esses mesmos a assumir a dívida e a pagar (via os seus impostos) as indemnizações e o passivo. E não o resto do País que, por sua vez, na sua esmagadora maioria nem tem serviço equivalente…
Quanto às mudanças metodológicas, dão sempre jeito.
http://economiafinancas.com/2011/04/oficial-ine-volta-a-rever-em-alta-o-defice-de-2010-91/
Simplesmente, neste caso, o que mudou foi a interpretação dada que, à altura, dava jeito ser uma, mas que depois se verificou ser outra, a correcta.
Acho ainda não percebeste que não se deve confiar cegamente na informação veiculada pelos media corporativos... (sejam do continente, da madeira ou da conchichina!)
Estive aqui sempre a fazer contas com a dívida total por uma razão muito simples: o dinheiro sai sempre dos cofres do Estado, seja do governo central, do governo regional ou das empresas e fundações públicas. O resto é retórica vazia que só serve para iludirmos a realidade.
"5.800 milhões de euros a dividir por 254.000 habitantes dá: 22.835 euros! (dívida per capita)"
Eu fiz um erro e peguei no número errado do PIB português para calcular a dívida total portuguesa. Vou voltar a ser pessimista e vou calcular a dívida per capita se a dívida total for de 200 mil milhões de euros, partindo de um PIB total de 168 mil milhões: dá 19.047 euros de dívida per capita.
E tens razão, as contas com o Metro do Porto estão desajustadas, porque a dívida do Metro do Porto é de 2,5 mil milhões de euros. Lembra-te de não ires na conversa que te querem vender...
Claro que não se deve confiar nos veículos corporativos. Que, actualmente, no Continente, são … todos. Basta ver o que escreve sucessivamente o Público, sobre a Madeira.
Você diz fazer as contas a partir da dívida total, mas apenas faz isso na conta da Madeira. Pois com a conta continental, utiliza o valor da Dívida directa. Como não conhecemos o valor da Dívida total do País, teremos que nos limitar à dívida directa nos dois casos… Ora, esta, na Madeira ascende a 3,8 mil milhões. É com este número que deve calcular a dívida per capita da Madeira para que seja comparável ao seu, que tem como base a mesma dívida no Continente.
O dinheiro não sai sempre dos cofres do Estado. O dinheiro sai sempre dos bolsos dos contribuintes. Mas, na Madeira, dos contribuintes da Madeira para pagar investimentos e dívida da Madeira.
No Continente, do bolso de todos para pagar muitas das dívidas de Lisboa e do Porto…
O chinfrim sobre a Madeira apenas serve para lançar poeira sobre estas situações.
Ou acha que o País tem que arcar com 2,5 mil milhões de dívida do Metro do … Porto?
A verdade é que contribuintes há em muitas cidades (e não só). Metros só há dois. E empresas rodoviárias públicas com serviços subsidiados pagos pelo orçamento de estado, mais uma vez, só em Lisboa e Porto. Não tem sentido quando em todas as outras cidades, a mobilidade é um custo dos próprios utentes ou das respectivas autarquias.
É esta realidade que tem de ser mudada. A Madeira é só para entreter...
Não, fiz as contas com as dívidas totais. Para a Madeira e para Portugal.
Gonçalo, é assim: se não queres perceber o que escrevo eu estou aqui a gastar o meu latim para nada. As contas estão aí à tua frente.
Se te preocupam tanto assim as dívidas das empresas de transportes, então faz as contas ao combustível que é poupado ao não ser utilizado o transporte próprio. Isso são menos compras que fazemos no exterior, logo é um défice menor.
Não se conhece a dívida total do País. Apenas a directa. Daí o que referi.
Considero importante o investimento nas redes de transportes públicos. Mas que se financiem de forma correcta. Não tem sentido criar serviços regionais subsidiados pelo todo nacional. Que, por sua vez não os tem na sua zona, nem nada equivalente. Aí, pagam os seus (transportes) e os dos outros...
Não me preocupam as dívidas das empresas de transportes. Preocupa-me quem as vai pagar. Que são todos os contribuintes portugueses - e estes deverão estar mesmo preocupados - apesar de estarem em questão dívidas regionais.
Situação que não ocorre com a dívida da Madeira. Pois esta está contida. Sabe-se quem usufrui dos investimentos que a criaram pelo que se sabe quem as vai pagar.
Já devias ter parado de fazer a confusão entre dívida total e dívida directa. Mas, se te ajuda, deixo-te aqui a explicação do que é dívida directa, indirecta e administrativa:
1) A Dívida directa constitui toda a dívida financeira da responsabilidade directa da Região Autónoma, desde títulos emitidos a créditos bancários. É apenas esta dívida que é assumida no Orçamento madeirense. Como se verifica, o valor é de cerca de 20% do PIB regional e não tem subido muito nos últimos anos.
2) A Dívida indirecta é toda a dívida garantida indirectamente pela Região. É o caso de um aval ou garantia de crédito dada a uma empresa que quer emitir dívida nos mercados.
3) A Dívida administrativa são responsabilidades que não levaram à emissão de dívida financeira mas que constituem "dívida" no sentido trivial da palavra. É o caso de dívidas a fornecedores e despesas que ficaram por pagar.
Fonte: http://comunidade.xl.pt/JNegocios/blogs/massamonetaria/archive/2011/09/22/as-poss-237-veis-contas-da-madeira.aspx
Não há confusão nenhuma.
Não discuto definições nem me interessam glossários.
Apenas refiro que é lícito que se comparem apenas as coisas que são comparáveis.
Como não se conhece a dívida total do País (apenas foi apurada a dívida directa), para apurar um valor de dívida per capita comparável (Região-Estado), usa-se apenas esta dívida. Aí, a dívida Regional será de 3 mil milhões e do Estado 160,5 mil milhões. Dividindo pelas populações em questão, obtemos valores semelhantes (um pouco menos na Madeira do que no País).
Apenas isto.
Alhos com alhos, bugalhos com bugalhos.
A Madeira está como o resto do País. Era preferível que estivesse melhor? Sim. Mas não está. Ou seja, os madeirenses vão ter que embalar para os mesmos e exactos esforços que farão todos os portugueses.
"Não discuto definições nem me interessam glossários." ?! Tás a gozar, não tás?...
Claro que é lícito comparar o que é comparável: os 160,5 mil milhões nacionais são os totais, dívida indirecta incluída (lembras-te do início da nossa conversa, quando escrevi: "a passagem do défice nacional de 5,8% para 9,1% se deveu a alterações na forma de fazer contabilidade dentro da UE (e ainda bem que estão a acabar com as contabilidades "criativas")"" ???? - foi exactamente isso.
Reparaste como hoje ninguém se interessou pelas partes das dívidas que são directas, indirectas, ou ainda mais indirectas? Pois foi assim que Portugal foi tratado pela troika...
Não deve ser exigido aos madeirenses nem mais nem menos que a todos os portugueses. Mas eu às vezes pergunto-me até que ponto os madeirenses se sentem realmente portugueses quando aparentemente se preparam para reeleger o indivíduo que meteu um défice orçamental de 23% só no ano de 2010! (repito: 2010! - com Portugal a ver as taxas de juro a serem atacadas, os neoliberais da UE a exigirem sangue e a Grécia na bancarrota) e que depois ainda insulta os continentais.
Gonçalo, diz-me agora muito a sério: os madeirenses são portugueses?
Claro que os 160 milhões não são as dívidas totais.
Onde ficam as responsabilidades das PPPs, cujo resgate está em estudo por uma Comissão do Ministério das Finanças? E as dos Hospitais Empresa?
Não ficam (para já) em lugar nenhum... (na dívida directa do Estado).
Quanto ao "interesse" sobre se as dívidas são directas ou indirectas é um problema recorrente. Se forem na Madeira, é tudo igual. Se for no Estado, aí, já não...
Os 23% do défice desse ano resultam da introdução forçada das contas de uma PPP (cujos encargos cairiam ao longo de muitos anos em que os investimentos respectivos seriam e serão pagos). Por falta de capacidade de financiamento bancário (liquidez) para o efeito. Essa PPP foi resgatada e entrou, num único ano, integralmente nas contas públicas. Daí os 23%.
Imagine que as responsabilidades das PPPs nacionais caíssem todas agora, de uma vez, nas contas do Estado? Em vez de terem os seus impactos reflectidos anualmente, nos próximos 25 ou 30 anos, como está previsto...
http://desmitos.blogspot.com/2011/06/blog-post.html
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=343578
Desafios a Lisboa.
De onde se esperam respostas.
http://ultraperiferias.blogspot.com/search/label/Nota
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