Face às imposições da troika, o modelo autárquico em
Portugal terá de ser revisto.
Imposição que não deixa de ser conveniente...
Todos sabem que o mapa autárquico precisa de revisão e que a mudança é necessária. Mas todos receiam o processo. O facto da troika impor dá jeito. E facilita. Mas falta o resto.
Fala-se em menos 40% dos cargos dirigentes. E de executivos
mono partidários.
Os problemas a resolver para esta mudança anunciada são os
interesses instalados e o desenho do (novo) mapa autárquico.
O ideal seria assegurar uma redução de 30% das entidades (menos
câmaras e juntas) aliada a um corte nos cargos dirigentes de todas elas, a
partir da assunção executiva das vereações por parte do partido vencedor (ou de
uma coligação pós-eleitoral).
Quanto ao mapa autárquico, não terá qualquer sentido entrar
em “guerras” locais determinando que acaba esta ou aquela junta, este ou aquele
concelho. Daí não sairá ninguém ileso.
Assim, uma sugestão para acelerar o processo:
1)As actuais fronteiras manter-se-iam.
2)Encontar-se-iam as médias
de votantes nos últimos 5 actos eleitorais, em todas as autarquias.
3)A área geográfica das juntas (e concelhos) cuja média de votantes, acima indicada,
fosse inferior a um determinado
valor X (a definir) seria obrigatoriamente integrada numa nas freguesias (ou
concelhos) vizinhas, a definir por escolha referendária dos eleitores da freguesia
ou concelho que desaparece. A freguesia (ou concelho) escolhida não teria opção
no respeitante à integração da área vizinha e o acto eleitoral seguinte já
elegeria um executivo comum.
4)Ao valor X, acima indicado, será multiplicado um
coeficiente que dependerá da área da freguesia (ou concelho). Com vista a
introduzir um factor que respeite autarquias com áreas mais significativas.
5)Manter-se-iam as regras actuais de criação de autarquias,
a que se juntaria a necessidade de consideração deste novo factor (número médio
dos votantes nos últimos 5 actos eleitorais teria que ser superior ao triplo de
X, acima determinado). Assim, só se criariam novas autarquias que tivessem mais
do triplo dos votantes médios que determinam a sua extinção.
Com este procedimento:
1)As fronteiras actuais seriam mantidas o que permitiria um
“by pass” no processo de discussão sobre os novos mapas (evitando-o),
2)Seria determinado um critério claro para a fusão de
autarquias, sendo, ao mesmo tempo, incentivada a participação nos actos
eleitorais;
3)A população decidiria (via referendo) qual a fusão
desejada.
O procedimento é simples. E eficaz. E evitaria conflitos. Só
resta avançar.
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