Está fechada a (última) discussão sobre o modelo de
avaliação docente.
Uma perda de tempo…
Para os alunos porque os seus professores estão mais preocupados
com a papelada e com a respectiva avaliação do que com eles.
Para os professores pela perda de tempo que consomem em
burocracias sem fim (e, como veremos, sem objectivo).
Para os sindicatos que não querem distinguir docentes (todos são
muito bons) e muito menos fazer depender a respectiva progressão (leia-se,
maiores ordenados) da qualidade do trabalho de cada um. Apenas dizem que querem ser
avaliados pois isso cai bem, no discurso politicamente correcto. Avaliação sim,
mas desde que o resultado não distinga os docentes, muito menos que isso
determine a sua progressão. Daí que, tudo bem, desde que o modelo seja estabelecido sem quotas.
Para a tutela a quem não interessa a avaliação (não podem admitir isso), mas somente a
implementação de um qualquer processo de seriação de docentes que concretize uma
limitação da progressão (e, leia-se, ordenados maiores). Daí que, tudo bem, desde
que o modelo seja estabelecido com quotas.
O problema é que, quanto mais esforços se empenham neste
processo, mais difícil será rasga-lo (o que deveria ser feito), por completo.
Porque será que não se coloca, à partida e antes de qualquer
negociação, em cima da mesa o porquê da necessidade (ou desnecessidade) do
processo? A razão ou razões de fundo da sua existência?
A verdade é que daqui nada de bom sairá…
Não precisamos de um sistema de avaliação. Bastará um sistema
de seriação. Que separe os melhores (independentemente de serem bons, muito
bons ou excelentes o que, só por si, já reúne 99,5% dos docentes em Portugal,
tornando quase inúteis os outros níveis avaliativos) para uma promoção
merecida. Mas que não premeie, de forma igual, os restantes docentes (que não são os
melhores).
Podem referir outras vantagens da avaliação. Tais como a detecção dos problemas (professores inabilitados ou desadaptados). Mas se não há mecanismos de reacção aos mesmos, de que servirá?
Este sistema de seriação teria de ser simples e “entregue” às
escolas.
O modelo que se prepara continuará a ser conflituoso e obrigará ao
consumo de recursos sem fim. O que não augura nada de bom para os alunos, escolas e orçamento da Educação.
E não haverá acordo da FENPROF.
Que só acontecerá, perante um modelo de avaliação que não sirva para absolutamente nada…
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