setembro 07, 2011

Alemanha e Grécia duas faces da mesma moeda


A Alemanha está aflita?
Grécia em fase de pré incumprimento?

Nada disto é estranho. Nem imprevisível. Anuncia-se há muitos anos e os sinais eram evidentes.

A Alemanha já entendeu que os seus excedentes comerciais se esfumam no exacto momento em que os seus vizinhos deixem de ser "gastadores e despesistas"…

E que grande parte dos fundos financeiros a que, hoje, acede, são originários desses países, onde os investidores reconhecem-lhe o facto de ser, hoje por hoje, um país refúgio (tal como a Suíça ou a aplicação em ouro). O BCE deverá tratar de avançar com um modelo intermédio de EUROBONDS que consiga atrair esses fundos para aplicação nos países de origem, sem prejuízo da sua (dos fundos) segurança e garantia.

E finalmente, o facto de muita da economia alemã se suportar no que paga a uma multidão de imigrantes que ocupam os empregos de nível inferior na sua sociedade. Imigrantes que têm segundas gerações mais exigentes, limitadas aos rendimentos sociais e não integradas (leia-se empregadas). Um problema potencial face aos acontecimentos recentes na Inglaterra.

A Grécia já terá ultrapassado a ilusão do crescimento. A recessão é uma necessidade e objectivo das medidas de austeridade. No ajuste à realidade. Mas também será a razão das “contas feitas” não baterem certo. A economia caí e a receita também. Bem abaixo do que era previsto. Assim, fica o incumprimento (de objectivos e do pagamento das dívidas) à vista.

O único caminho possível (será o próximo passo), aqui e, quem sabe, noutros países, passará por uma MORATÓRIA UNILATERAL. Em que o incumprimento será uma realidade, mas não associado, forçosamente, a um haircut. Aí, a Grécia determinará que as suas dívidas se mantêm nos valores actuais, mas os seus prazos e taxas de juro são unilateralmente determinadas, em valores aceitáveis (prazos longos e taxas aplicáveis pelo BCE na sua cedência de fundos). Nesta situação, o país fica entregue a si próprio, gastando o que produz, mas “aliviado” do problema da dívida e da constante necessidade de a refinanciar.

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