A Alemanha está aflita?
Grécia em fase de pré incumprimento?
Nada disto é estranho. Nem imprevisível. Anuncia-se há muitos anos e os sinais eram evidentes.
A Alemanha já
entendeu que os seus excedentes comerciais se esfumam no exacto momento em que
os seus vizinhos deixem de ser "gastadores e despesistas"…
E que grande parte dos fundos financeiros a que, hoje, acede, são
originários desses países, onde os investidores reconhecem-lhe o facto de ser,
hoje por hoje, um país refúgio (tal como a Suíça ou a aplicação em ouro). O BCE
deverá tratar de avançar com um modelo intermédio de EUROBONDS que consiga
atrair esses fundos para aplicação nos países de origem, sem prejuízo da sua (dos fundos) segurança e garantia.
E finalmente, o facto de muita da economia alemã se suportar
no que paga a uma multidão de imigrantes que ocupam os empregos de nível
inferior na sua sociedade. Imigrantes que têm segundas gerações mais exigentes, limitadas aos rendimentos sociais e não integradas (leia-se empregadas). Um problema potencial face aos acontecimentos recentes na
Inglaterra.
A Grécia já terá
ultrapassado a ilusão do crescimento. A recessão é uma necessidade e objectivo
das medidas de austeridade. No ajuste à realidade. Mas também será a razão das “contas feitas” não
baterem certo. A economia caí e a receita também. Bem abaixo do que era
previsto. Assim, fica o incumprimento (de objectivos e do pagamento das dívidas)
à vista.
O único caminho possível (será o próximo passo), aqui e,
quem sabe, noutros países, passará por uma MORATÓRIA UNILATERAL. Em que o
incumprimento será uma realidade, mas não associado, forçosamente, a um
haircut. Aí, a Grécia determinará que as suas dívidas se mantêm nos valores
actuais, mas os seus prazos e taxas de juro são unilateralmente determinadas,
em valores aceitáveis (prazos longos e taxas aplicáveis pelo BCE na sua
cedência de fundos). Nesta situação, o país fica entregue a si próprio,
gastando o que produz, mas “aliviado” do problema da dívida e da constante
necessidade de a refinanciar.
Sem comentários:
Enviar um comentário