Um dos grandes problemas actuais, que justificam os
falhanços das políticas económicas e fiscais reside no foco – errado – dado às
dívidas soberanas. As dívidas, como diria qualquer estudante em Paris,
gerem-se. Não se pagam.
Infelizmente, a troika, que actualmente nos sustenta, só tem
olhos para a dívida (e para a garantia do seu pagamento). Nestes termos, com o
governo português, demasiado seguidista, podemos estar a caminhar suicidáriamente,
no sentido errado.
Austeridade ou crescimento, foi a última distração que nos venderam.
Mais uma. Como se alguém pudesse gostar de austeridade e não desejar o
crescimento. Nem uma nem outro são determinantes, por si só. Apenas em conjunto
e aí, chegamos ao foco certo: o défice zero,
ou seja, o equilíbrio.
É isso que teremos que procurar urgentemente: o equilíbrio. E, se possível, esse equilíbrio deve ser encontrado do lado
dos excedentes e não do lado dos défices. Ao se conseguir isso, a dívida
torna-se realmente irrelevante. Pois passa-se a poder geri-la. Mas só aí, com os défices anulados.
Nessa altura, também, os “mercados financeiros” perdem grande parte da sua preponderância. Através da perda do poder que têm adquirido a partir das dependências criadas pelas dívidas que cresceram em todos os países desenvolvidos, quer para sustentar o Estado Social - importante, mas desmesurado face às possibilidades - na Europa, quer nos Estados Unidos, para sustentação do consumo - por lá endeusado - dimensionado acima da produção de riqueza local.
Afinal, os mercados financeiros globais são, simplesmente, a placa giratória que recolhe a riqueza onde ela é excedentária, colocando-a onde é necessária ou solicitada. Com ganhos financeiros (juros) ou de outro tipo (criação de dependências), com ganhos políticos e estratégicos.
Nessa altura, também, os “mercados financeiros” perdem grande parte da sua preponderância. Através da perda do poder que têm adquirido a partir das dependências criadas pelas dívidas que cresceram em todos os países desenvolvidos, quer para sustentar o Estado Social - importante, mas desmesurado face às possibilidades - na Europa, quer nos Estados Unidos, para sustentação do consumo - por lá endeusado - dimensionado acima da produção de riqueza local.
Afinal, os mercados financeiros globais são, simplesmente, a placa giratória que recolhe a riqueza onde ela é excedentária, colocando-a onde é necessária ou solicitada. Com ganhos financeiros (juros) ou de outro tipo (criação de dependências), com ganhos políticos e estratégicos.
Os equilíbrios encontram-se com crescimento mas também com
austeridade. Ou melhor, através de um equilíbrio entre ambos. Poderão não acontecer em
simultâneo e exigir algo mais.
A verdade, é que no momento actual não podemos crescer a crédito. Pois isso não é mais possível. Por outro lado, não podemos impor cada vez mais e sempre mais austeridade pois a quebra económica daí resultante inibe as necessárias receitas fiscais e sociais, aumenta o desemprego e, com ele, as despesas sociais. Ou seja ... mais défice.
A verdade, é que no momento actual não podemos crescer a crédito. Pois isso não é mais possível. Por outro lado, não podemos impor cada vez mais e sempre mais austeridade pois a quebra económica daí resultante inibe as necessárias receitas fiscais e sociais, aumenta o desemprego e, com ele, as despesas sociais. Ou seja ... mais défice.
Infelizmente, os "mercados financeiros internacionais", as bolsas e os bancos são instrumentos ajustados ao modelo económico global que tem vingado nos últimos 15 anos. Conjunto que, neste preciso momento, revela-se totalmente impotente (ou talvez indiferente) face à conjuntura em que vivem os países desenvolvidos. Será como querer fazer costura com ferramentas de pedreiro : não funciona. Assim, são necessários novos instrumentos e novas abordagens. Chegou a altura do local (nada tem nada a ver com autarquias) junto ao global sem prejuízo da relevância de ambos. É o tempo do glocal. [ler Existência Sustentada]
O caminho certo passará pela focalização no défice zero, através de políticas que conduzam aos equilíbrios. Elencamos 9 áreas de actuação.
3.Divisão (distribuição) do trabalho disponível em oposição ao despedimento.
4.Salvaguarda do sector bancário no referente ao crédito imobiliário.
5.Turismo a tratar como a indústria exportadora (que é).
4.Salvaguarda do sector bancário no referente ao crédito imobiliário.
5.Turismo a tratar como a indústria exportadora (que é).
6.Criação de grupo de pressão europeu (dos países "secos" de liquidez) sobre a Alemanha.
7.Financiamento da Segurança Social pela via do consumo.
7.Financiamento da Segurança Social pela via do consumo.
8.Ajustamento fiscal, empolando os impostos sobre o consumo em detrimento (anulação se possível) dos impostos sobre o rendimento.
9.Redefinição do papel do Estado.
9.Redefinição do papel do Estado.
(clicar para ler)
2 comentários:
Permita-me um comentário:
na minha opinião, a troika está mais preocupada com os credores e os seus interesses do que com a dívida.
Exactamente. Nem mais.
A dívida só preocupa a quem lá colocou o dinheiro (aos credores).
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