Socialistas vencem em França.
Apenas mais uma demonstração de democracia.
E para onde o sistema eleitoral
democrático nos levará.
A alternância formiga-cigarra
repete-se até à exaustão e ao descalabro. Nada de inesperado.
Mas nada mudará. A Europa (e a
França também), junto com outros países desenvolvidos terão de se ajustar. Por
decisão própria ou de forma imposta pelos… mercados.
E o ajuste é em baixa. No nível de
vida das populações (empobrecimento dizem alguns) enquanto outras populações do
planeta (muito à distância e muito abaixo) nos países emergentes ajustam em
sentido contrário. Na prática, como num sistema de vasos comunicantes, ajustam no
sentido do equilíbrio.
O motor desta mudança (sem
inversão possível, socialista ou não) é a globalização e os elementos
determinantes são o capital e o trabalho.
O primeiro desloca-se rapidamente
para onde está o segundo. Pois estarão também aí as rentabilidades e garantias das
respetivas aplicações. Países com défices, dívida e desemprego não terão qualquer
possibilidade de atrair investimentos externos. A Grécia e o seu processo
quebrou totalmente a confiança na aplicação financeira em dívidas soberanas. Daí
que serão os mais penalizados no ajuste (em baixa). E estamos a falar de
(quase) todos os países desenvolvidos onde a mão-de-obra é muito cara fazendo
com que o trabalho saia (se deslocalize) a grande velocidade. A diferença que
antes se fazia na disponibilidade de capital para investimento e pela
exclusividade do conhecimento e da inovação (know how) desapareceu. Agora,
estes dois elementos estão na nuvem global, em empresas extra-nacionais (para
além de multi-nacionais) “caindo” e
atuando onde a produção é segura, acessível e fica mais em conta.
Será uma desilusão, em França, quando
se entender que a cigarra terá que viver como a formiga…
Aí, verão, seria preferível ter a
formiga a fazer o papel de… formiga.
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