Em linha com as políticas e medidas anteriores - erradas - no que respeita ao trabalho,
produtividade e emprego, o Governo determinou a suspensão da prerrogativa de
reforma antecipada para os trabalhadores do sector privado.
Em princípio, se as regras estão bem-feitas
(se não estão, corrijam-nas por favor) e o sistema equilibrado (foi isso que nos venderam há poucos anos atrás) quem se reforma antecipadamente paga
essa opção, através de um ajuste no valor a receber. Daí que, retirando o facto
do acesso a essa reforma se fazer antecipadamente, não viria daí nenhum mal ao
sistema e à sua sustentabilidade.
O problema é que o sistema será - na realidade - um saco roto onde todos os recursos se “esvaem”…
Menos reformas antecipadas
significarão (ainda) menos emprego para outros. Nomeadamente para os jovens. Pois os empregos manter-se-hão ocupados por mais tempo.
E tudo isto em linha com as outras medidas - erradas
– tomadas antes e que concentram (aumentando até) o cada vez menos trabalho
disponível em cada vez menos pessoas.
Depois, assistimos à troika a
manifestar estranheza quanto à evolução dos números do desemprego. Ora, estranheza
haverá se dentro de alguns meses não estivermos a roçar os 18% e a caminhar
para um panorama “espanhol” no que respeita a esta matéria.
E seguem este caminho iludindo-se
com o facto destes - cada vez - menos trabalhadores que se mantêm empregados, passarem
a produzir mais, pelo mesmo rendimento. A verdade é que o País, no seu todo
nada ganha com isto. Pois, havendo menos trabalho disponível, de nada adiantará que uns
quantos sejam sobrecarregados enquanto cresce o exército dos desempregados.
Tudo aponta para que seria uma muito melhor
solução (inversa da actualmente seguida) em que o trabalho disponível seria melhor distribuído.
Com o devido ajuste remuneratório…
Sem necessidade de haver menos
feriados, menos férias, mais horas e dias de trabalho. Reformas mais tardias e
impedimentos na sua antecipação. Apenas trazendo mais gente para a produção, distribuindo o trabalho de forma mais justa…
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