Já escrevi, aqui, por várias vezes que não haverá qualquer
regresso aos mercados, pelo menos, nos termos do nosso passado recente. O caso
da Grécia eliminou qualquer possibilidade de isso acontecer.
Nenhum investidor
colocará um cêntimo no refinanciamento de dívidas públicas. Principalmente
quando estas são “grandes”. E são grandes em quase todo o universo dos países
desenvolvidos.
Assim, não só Portugal não terá quem invista na sua dívida,
como o mesmo acontecerá com muitos Países desenvolvidos, nos próximos anos.
O PS confundiu querer
com ter a certeza. Todos queremos,
mas temos dúvidas.
Mas pior, o PS colocou o “regresso aos mercados” como o
objetivo da austeridade e a meta central para o País. E pergunta para que são
os esforços a que estão sujeitos os Portugueses se não conseguiremos regressar
aos mercados naquela data…
Ora, senhores socialistas, estão mesmo às aranhas.
A austeridade e os esforços a que nos sujeitamos todos não
têm como objetivo o regresso aos mercados. Destinam-se a reequilibrar o País
depois de anos e anos dramáticos de desgoverno. Destinam-se a equilibrar as
nossas contas (públicas e não só) e a nos colocar em linha com o
que temos e produzimos. É esse o objetivo dos esforços que fazemos.
A verdade é que se chegarmos a esse objetivo, o regresso aos
mercados será uma consequência e nunca um fim. E a diferença é fundamental: é
que, se nos equilibrarmos orçamental, económica e financeiramente, os mercados
serão pouco ou nada relevantes… pois não precisaremos deles para nada.
Estarão para o País como uma casa de penhores está para uma família
com o seu orçamento equilibrado. Estão lá e sempre disponíveis. Mas apenas para
as eventualidades…
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