outubro 12, 2011

Automóvel e Restauração - sectores em crise


Estamos todos de acordo que o País terá de se reequilibrar.

Que todos deverão conter os seus gastos, pagar as dívidas e aumentar a poupança.
E isto é válido para o Estado, Empresas e Particulares.

Entretanto, os bancos têm que se recapitalizar. E, por isso, não conseguem libertar liquidez para a Economia.

Por outro lado, a liquidez resultante da poupança que se vai criando paulatinamente, sai do País. Porque está em défice a confiança e ninguém arrisca a aplicação dos seus excedentes, em títulos de dívida soberana nacionais ou até em depósitos em bancos com notações “lixadas”.

Neste ambiente, haverá consequências negativas.
Que serão os efeitos da cura…

O sector automóvel, em Portugal é, principalmente, comércio de viaturas importadas. Se queremos (e temos) redução de importações, este sector sofrerá. Menos comprarão e muitos adiarão a compra.

O sector da restauração também sentirá efeitos negativos. As famílias retraem-se no que podem e comer fora é uma das primeiras coisas a abater… É verdade que o aumento do IVA terá consequências. Mas não tantas como se quer fazer crer. Os restaurantes terão que repercutir esse aumento nos seus menus, a menos do que poderão poupar na redução da TSU (que terá todo o sentido de ser aplicada já, aqui).

Alguns restaurantes poderão ter que despedir face à procura que cairá. Outros fecharão. Desejavelmente os menos preparados, menos adaptados e menos procurados. Estes encerramentos serão um balão de oxigénio para a concorrência na zona. Esses restaurantes que resistirem poderão reequilibrar a respectiva procura e a sua situação financeira. O cumprimento das regras fiscais terá de ser assegurado. Mais fiscalização e penalizações mais acentuadas terão de ser implementadas.

Não podemos esperar é que se obtenham ganhos nas balanças comerciais e financeiras, que todos ajustem o que consomem ao que ganhem e, ao mesmo tempo, a Economia cresça

Não pode ser assim e não será assim.

A Economia cairá e o nível de vida da população também.
E – esperemos – se deverá ajustar à produção. Garantindo equilíbrios.
E aí, sim. Depois de cair, a Economia poderá voltar a crescer. Mas nessa altura, aprendida a lição, de forma sustentada: na produção e não no endividamento.

Endividar-se mais, para ir à procura de crescimento foi uma opção que durou mas que não vingou. Apenas nos trouxe até aqui…

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