Sim. É especial. Mas apenas porque tem eleições dentro de 1
mês.
No restante, está na mesmíssima situação do resto do País. E
isso, por opção própria.
A verdade é que a Região madeirense está endividada e apresenta défices
orçamentais localizados aqui ou ali. Mais ou menos visíveis. Afinal, nada
diferente do que se passa (passou) no resto do País…
A situação na Madeira é igual à que se vive no Continente. E, segundo
Alberto João Jardim, por opção própria. Afinal, porque teria de estar a Madeira,
desde 2005, em regime de contenção, quando no resto do País, se vivia a ilusão
gastadora socrática?
Algumas recordações:
Em 2005, Sócrates, devidamente aconselhado e pressionado
pelo recém eleito deputado regional Maximiano Martins, iniciaram um processo de
“garrote financeiro” sobre a Madeira.
A Região tinha perdido recentemente o estatuto de
beneficiário máximo dos Fundos Comunitários. Devido a isso, deixou de ter
acesso a algumas centenas de milhões de euros do actual QCA.
Por outro lado, Sócrates, Maximiano e o PS, mantiveram a
regra de endividamento zero à Região. E Teixeira dos Santos nem se dignou a
responder a repetitivos pedidos de endividamento limitado (previsto na Lei do
Orçamento) para uso na componente regional de aproveitamento dos Fundos
Comunitários.
Os socialistas ignoraram, também, a possibilidade de
negociar com a UE a não utilização do PIB como medida para apurar o
desenvolvimento regional (aquele, na RAM, estaria empolado pela Zona Franca) e iniciou um
processo manhoso, de “morte lenta” daquela estrutura de serviços financeiros, onde o
Governo Regional obtinha receitas fiscais significativas.
Sócrates, Maximiano e a recente (em 2005) maioria absoluta do PS, “rasgaram”
unilateralmente, a anterior Lei de Finanças Regionais (de Guterres e aprovada
por unanimidade na AR) e criaram uma nova, em que o Estado transferia menos
recursos para ambas as Regiões mas, pior que isso, passa a transferir para os
Açores uma bolada acrescida, de dinheiro, distinguindo as duas regiões (até aí recebiam
equilibradamente) em cerca de 180 milhões de euros anuais.
Nos orçamentos regionais em questão, o peso das
transferências do OE não chegam a 20% na Madeira e são quase 50% nos Açores… o
que diz muito do resultado e objectivos das políticas adoptadas por Sócrates e Maximiano.
Garrote total, tendo como objectivo implementar, pela asfixia, o poder
socialista na única Região nacional que não era, à altura, socialista.
Alberto João Jardim fez o que achou por bem.
Não aceitou o “garrote” e contornou-o como conseguiu.
Assegurou que a Madeira não entraria em contenção enquanto o
resto do país socrático desbundava em gastos, défices e dívidas crescentes. Se
assim não fosse, a Madeira teria chegado ao ponto actual já depois de 6 anos de
contenção. O que seria um ponto de partida injusto e inaceitável para os
madeirenses. Assim, agora, todo o País avançará para a contenção, em igualdade de circunstâncias.
A Madeira deve. Pois deve. Como deve o País inteiro.
Ao contrário do que se vai referindo, a Madeira não procura
quem assuma as suas dívidas. Apenas quer garantir a liquidez necessária para a
satisfação dos seus compromissos de curto prazo, enquanto se ajusta (e às suas
despesas) à nova realidade.
Afinal, exactamente o que conseguiu o Continente perante o
exterior.
A Madeira está como está o resto do País.
Apenas precisa de um programa de ajustamento (um Memorando de Entendimento Regional) a consolidar com o Governo de Passos Coelho, que inclua compromissos de governação contida (as contratadas pelo Governo da República com a troika acrescidas de outras, mais específicas e regionais) e os recursos necessários para o
efeito (a substituição de créditos a curto prazo por outros a mais longo
prazo).
Tudo o mais e tudo o resto é oportunismo pré-eleitoral.
Apesar do que possam dizer, ligeiramente e sem conhecimento,
muitos dos que, diariamente aparecem – de cátedra - nos canais de TV a fazer os
seus comentários.
1 comentário:
http://antipublico.blogspot.com/2011/09/madeira-nao-e-como-o-publico-pinta.html
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