Talvez por influência do Congresso das Cigarras, volta a ser
aventada a possibilidade das políticas de austeridade estarem
erradas devendo-se, em alternativa, adoptar medidas expansionistas (mais
dinheiro) para relançar a economia, o emprego e o crescimento, sendo que, só
assim, poderemos reequilibrar e pagar o que se deve.
Lindo. O canto das cigarras, na sua plenitude…
Algumas notas:
Políticas expansionistas? Mas como?
1)Já não podemos imprimir dinheiro e se pudéssemos, não
seria, na mesma, solução pois paga-se sempre, mais para a frente – e com juros –
através de inflação e perda de competitividade. Era pior a emenda…
2)Então, teríamos que pedir emprestado. Mas, a quem? Ninguém
nos empresta mais dinheiro nenhum… Nem sequer para renovar o que está em
dívida. Muito menos para financiar mais défices e ainda – cereja em cima do bolo – políticas expansionistas…
3)Mas mesmo que conseguíssemos esse dinheiro extra, o que
aconteceria? Mais dinheiro lançado na economia poderia dar um “sopro” na mesma
e – como aconteceu nos últimos anos – dar uma “ideia” e uma ilusão de
crescimento. Ou sejam, mais 1 ou 2 pontos no PIB, que custariam 4 ou 5% do mesmo
PIB (défice) a somar à dívida e um aumento consequente dos seus encargos… Ou
seja, a estrutura actual da economia nacional (antes dos necessários ajustes) apenas
terá capacidade para responder com um crescimento anémico, mais défices (de
todo o tipo) inflação e agravamento de compromissos futuros.
Se em Portugal já não podemos ir por aqui (ufa, ainda bem),
graças à troika que nos tem na mão face ao empréstimo dos 78 mil milhões que
nos mantém à tona, e estamos a ajustar em recessão e em baixa (não há
alternativa), o mesmo não se passa noutra zona do globo, onde os impactos dos
erros serão maiores: nos EUA.
Ali, envereda-se pelo caminho socialista (quem diria), criando-se
mais dívida, lançando-se mais dinheiro na economia. Á procura do novíssimo Santo Graal das economias desenvolvidas.
O crescimento perdido…
Falta entender - e actuar em conformidade - que nas
economias crescidas (leia-se, desenvolvidas) não voltará mais o crescimento.
Esse, agora e no futuro próximo será, inteirinho para as economias em
desenvolvimento. Lideradas pela China.
O problema é que, quando ali (nos EUA) rebentar, vai sobrar
para todos…
Propostas no blog Existência Sustentada: Globalização |
Desenvolvimento | Crise
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