setembro 12, 2011

Políticas expansionistas? Agora?

Talvez por influência do Congresso das Cigarras, volta a ser aventada a possibilidade das políticas de austeridade estarem erradas devendo-se, em alternativa, adoptar medidas expansionistas (mais dinheiro) para relançar a economia, o emprego e o crescimento, sendo que, só assim, poderemos reequilibrar e pagar o que se deve.

Lindo. O canto das cigarras, na sua plenitude…

Algumas notas:

Políticas expansionistas? Mas como?

1)Já não podemos imprimir dinheiro e se pudéssemos, não seria, na mesma, solução pois paga-se sempre, mais para a frente – e com juros – através de inflação e perda de competitividade. Era pior a emenda…

2)Então, teríamos que pedir emprestado. Mas, a quem? Ninguém nos empresta mais dinheiro nenhum… Nem sequer para renovar o que está em dívida. Muito menos para financiar mais défices e ainda – cereja em cima do bolo – políticas expansionistas…

3)Mas mesmo que conseguíssemos esse dinheiro extra, o que aconteceria? Mais dinheiro lançado na economia poderia dar um “sopro” na mesma e – como aconteceu nos últimos anos – dar uma “ideia” e uma ilusão de crescimento. Ou sejam, mais 1 ou 2 pontos no PIB, que custariam 4 ou 5% do mesmo PIB (défice) a somar à dívida e um aumento consequente dos seus encargos… Ou seja, a estrutura actual da economia nacional (antes dos necessários ajustes) apenas terá capacidade para responder com um crescimento anémico, mais défices (de todo o tipo) inflação e agravamento de compromissos futuros.

Se em Portugal já não podemos ir por aqui (ufa, ainda bem), graças à troika que nos tem na mão face ao empréstimo dos 78 mil milhões que nos mantém à tona, e estamos a ajustar em recessão e em baixa (não há alternativa), o mesmo não se passa noutra zona do globo, onde os impactos dos erros serão maiores: nos EUA.

Ali, envereda-se pelo caminho socialista (quem diria), criando-se mais dívida, lançando-se mais dinheiro na economia. Á procura do novíssimo Santo Graal das economias desenvolvidas. O crescimento perdido…

Falta entender - e actuar em conformidade - que nas economias crescidas (leia-se, desenvolvidas) não voltará mais o crescimento. Esse, agora e no futuro próximo será, inteirinho para as economias em desenvolvimento. Lideradas pela China.

O problema é que, quando ali (nos EUA) rebentar, vai sobrar para todos…

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