No PSD? Claro que não. No castigo a Sócrates? Sim. Seria importante.
Por alguma razão, Pedro Passos Coelho pede uma maioria absoluta.
Saberá mais do que nós e do que as empresas de sondagens?
Se Portugal fosse um País normal, o PS seria fortemente penalizado. Não teria 33%, nem 30%, nem 27%. Seria reduzido à sua base fixa, talvez pelos 25%, sem apelo nem agravo.
Mas... talvez Portugal seja um país normal. Se assim for, as empresas de sondagens teriam uma enorme derrota e seriam descredibilizadas definitivamente e por uma razão simples: não sabem o que fazer quando se confrontam com um enorme peso de indecisos. Umas vezes ignoram-nos, tratando-os como não votantes ou votantes em branco. Outras vezes, dividem-nos pelos partidos, em proporção.
Bem recentemente, algumas sondagens indicavam haver mais indecisos do que votantes em todos os partidos juntos. Se Portugal fosse um país normal, a votação no PS já estava fixada.
Se Portugal fosse um país normal, a maioria desses indecisos pairaram apenas sobre as possibilidades de não votar ou votar no PSD/CDS. Pouco ou nada mais.
Nas sondagens, uma simples pergunta aos indecisos, aos que não sabem ou não respondem, resolveria a questão (para bem da credibilidade das sondagens):
Mas pretende votar? Se sim, coloca a possibilidade de votar no partido do governo?
Se Portugal fosse um país normal, a esmagadora maioria deste grupo (relembre-se que, a certa altura eram mais dos que apontavam um partido preferido) apenas aguardaria mais alguma informação - a obter durante a campanha eleitoral - para se decidir. Afinal, os marqueteiros de Sócrates lutaram muito para criar uma ideia de impreparação de Passos Coelho.
Se Portugal for um país normal, a indecisão já não existirá no que respeita à necessidade de castigar Sócrates. Pelo que muitos desses indecisos, votarão mesmo. E não votarão, claramente, no PS.
Se Portugal for um País normal, já tudo terá ficado clarificado no que respeita às intenções, frontalidade e preparação de Passos Coelho e do PSD, para liderar o País durante a “ressaca” que se avizinha. Serão anos seguidos, durante os quais teremos que pagar pelo desgoverno do PS.
Se Portugal for um País normal tudo se clarificará a 5 de Junho. E esses indecisos irão optar por castigar Sócrates e já se terão decidido, em grande maioria, pelo PSD. Clarificando definitivamente a questão sobre quem ganhará as eleições.
E, se Portugal for um País normal, o voto útil da esquerda, no PS será desbaratado ainda a tempo das eleições de 5 de Junho. Os – usualmente – votantes na CDU e, principalmente, no BE, voltarão aos partidos originários. Pois já não haverá voto útil no PS contra a direita. Está perdido...
Finalmente, se Portugal for um País normal - perdido por um perdido por muitos - até alguns socialistas (os próprios socialistas) poderão decidir seguir a via da abstenção, dando início e reforçando o processo interno que se seguirá, para afastar Sócrates, do PS do futuro. Que terá de ser muito diferente ao actual, forjado em Matosinhos.
Se tudo isto acontecer, as empresas de sondagens sairão de cena com o rabo entre as pernas e, quem sabe, haverá uma maioria absoluta.
Mas não para o PSD isolado. Afinal, Portugal não será um país assim tão normal...
Mas no castigo a Sócrates? Claramente, sim!
PS 66; PSD 107; CDS 25; CDU 15 e BE 17
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