Fixados no sebastianico crescimento económico, alguns economistas e comentadores da nossa praça vão propondo mais horas de trabalho (mas o mesmo salário) para garantir mais produtividade. E assim, confundem produtividade individual com produtividade do País. Bem como produção com transacções...
Não consideram que poderá ser preferível pagar menos (pelas mesmas horas de trabalho) e, assim, poder empregar mais, reduzindo os custos sociais com os desempregados, que são também significativos e incontornáveis para a (necessária) estabilidade social que é determinante para que se possa - mesmo - produzir.
A produção nacional não crescerá com aquela medida (mais horas de trabalho). Afinal, há muito potencial de produção (trabalhadores desempregados) que está disponível…
Se hoje não se produz é por outras razões: os produtos não têm preço concorrencial ou espaço no mercado. Externo e Interno. Daí a relevância da baixa (ou eliminação) da TSU. Daí a importância de suportarmos o nosso Estado Social através dos impostos sobre o consumo e nunca criando "peso acrescido" nos bens e serviços que produzimos. Pois, desta forma, os mesmos perdem quota e capacidade concorrencial no confronto com a produção externa...
O caminho certo não passa por aumentar o tempo de trabalho individual. Mas sim por flexibilizar o mercado de trabalho. Facilitando o processo de emprego-desemprego. Pois cada vez se emprega menos por razões que se prendem com a dificuldade em desempregar.
Finalmente, estamos numa encruzilhada: o mundo desenvolvido inicia uma regressão económica incontornável. Mas que pode ser controlada (ou não). Os primeiros a enfrentar o problema foram os países mais endividados. Que foram condenados pelos mercados a parar o endividamento e a iniciarem o desbaste da dívida soberana num ambiente económico adverso. Mas não é adverso momentaneamente. Será adverso por décadas...
E, tudo isto, enquanto os EUA se aguentarem. Pois, quando chegar a vez do colosso americano iniciarem o mesmíssimo processo que enfrentamos, tudo o que vivemos parecerá uma brincadeira.
A verdade é que há muitos chineses a aguardar a sua vez, de terem uma pequena parte do que nós usufruímos há muitas décadas…
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