março 19, 2013

Problemas de comunicação

Estamos a viver tempos muito complicados. Temos um governo com objectivos duvidosos e que erra políticas. Temos uma oposição que é pior emenda que soneto... 

A verdade é que não se consegue passar a mensagem correta. As pessoas estão fartas e em dificuldades. E isso cega... 

Precisamos de cortar 4 mil milhões na despesa do Estado. Simplesmente porque gastamos esse valor a mais, em comparação com o que o Estado arrecada. E não queremos (ainda) mais impostos. Pois não? 

A verdade é que, no que gasta o Estado, estão 8 mil milhões de juros. Isto porque devemos 120% do PIB a credores vários. Se a dívida fosse metade (60% do PIB), pagaríamos metade daquele valor, em juros (grosso modo, a menos de algumas variações nas maturidades) e não precisaríamos daquele corte nas despesas do Estado. Ora, a dívida era de 60 mil milhões quando o PS iniciou as suas políticas e a dívida é agora 120% do PIB, no fim da sua governação e após mais dois anos de défices, face à inércia estrutural das praticas públicas - socialistas - estabelecidas (mesmo depois de todos os cortes na despesa que se vão fazendo). 

A evidência revela que as medidas deste governo (dito liberal ou ultra liberal) não podiam ser mais esquerdistas, com o Estado a confiscar todas as receitas possíveis, estrangulando a liquidez na Economia. É triste ouvirmos o PS, que nos trouxe à situação actual, conseguir fazer passar um discurso de vítima e passar impune. Como quem tem as mãos limpas. E o governo a gastar o seu “liberalismo” com medidas quase comunistas... 

Temos problemas graves. Não entendemos ainda que estamos a ajustar e não em crise. Que é uma situação em forma de L e não em V ou U como todos apregoam. E mantemos como referência (perigosa porque ilusória e impossível) para o futuro, o nível de vida dos tempos socialistas (sustentado pelos défices e dívidas agora traduzidos naqueles montantes de juros a pagar) a que nunca voltaremos. 

Entretanto, o Governo (e as instâncias internacionais) seguem políticas erradas. No emprego, na fiscalidade e na criação de condições de liquidez na economia. O resultado é uma rotura social que nos pode levar para os braços de soluções de esquerda (com consequências bem piores que as actuais) e uma saída maciça do país, dos jovens e de todos os nossos melhores trabalhadores. O que sobrará? Pouco...

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