Indignado pela demagogia da
esquerda comunista e bloquista que, depois dos gastos e dos empréstimos para
sustentar a (boa) vida que tivemos nos últimos anos (mantendo os “direitos” sem olhar aos deveres) agora não os
querem pagar.
Indignado para os que protestam e
são do contra, mas alternativas… nem vê-las.
Mas também protesto contra as
opções erradas e pelas vistas curtas.
Estamos perante problemas novos,
precisamos de medidas novas.
Os mercados financeiros são
instrumentos globais importantes e necessários para garantir que a globalização
cumpre os seus (bons) objectivos Mas, pelo caminho, criam-se situações que
precisam de ser geridas de forma inovadora. No processo global, a maioria
ganha, mas alguns perdem e, está visto, não há instrumentos capazes na “ferramentaria
global” para acudir a estes no seu processo de ajustamento. São danos
colaterais…
Seria como fazer costura com os
instrumentos de um carpinteiro. Não é possível, mesmo que esses sejam os
melhores instrumentos (para carpinteiros) que existam …
Estou indignado porque são falsos
e mentirosos, aqueles decisores que mantêm viva a expetativa de que voltaremos aos
(bons) dias que tivemos nos últimos anos. Não vamos voltar.
Mas também estou indignado por
não nos apresentarem um plano credível e entendível pelo cidadão comum que
assegure que - um dia – conseguiremos estabilizar a situação e poderemos
começar a olhar para o futuro. Precisamos de uma luz ao fundo do túnel. Mesmo
que o túnel seja a descer… precisamos de esperança para a saída do mesmo e para
que o percurso, a partir daí, possa estabilizar.
Estou indignado face aos que
contestam o ajuste que decorre e defendem (só pode ser isso) mais défice e mais
dívida. Coisa impossível pois ninguém já nos empresta para retomarmos essa nossa
vida boa, que tivemos, a viver acima do que produzíamos.
Estou indignado pelas políticas
de gestão do trabalho que temos. Que ao invés de ser distribuído por mais gente
é serciado a muitos. Através de mais horas de trabalho diário, menos feriados e
férias. E reformas mais tarde. O que não tem sentido nenhum. Infelizmente, os
desempregados (e os jovens, arredados do acesso ao mercado de trabalho)
tratarão de fazer sentir essa insatisfação nas ruas. Da pior forma. Estamos a
seguir políticas inversas às que deveriam ser seguidas.
Estou indignado com os indignados
que, protestam, mas não têm qualquer ideia nem apresentam qualquer alternativa
face à situação que vivemos.
Estou indignado face aos indignados
que seguem os demagogos que, também sem soluções, só se encavalitam na
insatisfação geral.
Estou indignado. Mas estou
indignado, digo porquê e apresento caminhos diferentes.
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