outubro 10, 2011

Jardim vence 45ª

E será com Alberto João Jardim que se estabelecerá o Plano de Ajuste financeiro da Região Autónoma da Madeira.

Foi a 10ª maioria absoluta consecutiva em Regionais, a mais à tangente, de todas.
A esquerda sofre um trambolhão significativo (PS, CDU e BE perdem todos um deputado) demonstrando que o eleitorado entendeu que não são as respectivas políticas que endireitam a situação.

A derrota em toda a linha do PS abre caminho a Bernardo Trindade que assim, parte (quase) do zero na reconstrução do partido (que está mesmo partido), perante uma legislatura que irá ser difícil e conflituosa.
Terá sido mesmo o equívoco do PS e de Maximiano Martins que assegurou a manutenção da maioria absoluta do PSD. Alinhou na estratégia do PSD identificando a Madeira com AJJ. Se isso jogou a favor do PSD (atacar Jardim seria o mesmo que atacar a Madeira), não ajudou o PS (que atingiu a Madeira ao atacar Jardim).

O CDS-PP (e o PTP de Coelho) são os grandes vencedores (para além do PSD) mas deverão contar que este novo eleitorado é, em grande parte, volátil: é um voto de protesto e aviso a Alberto João Jardim. 

Jardim já demonstrou que a dívida regional per capita é equivalente à nacional pelo que só serão aceitáveis esforços dos madeirenses ao nível dos aplicados aos continentais. Sem prejuízo da necessidade do ajuste do desequilíbrio das despesas correntes, da contenção (significativa) do plano de investimentos, do corte de benefícios não aplicáveis no Continente e da implementação de taxas, portagens e custos ao nível do resto do País.

Poderá não haver complacência do Governo na avaliação da situação passada (há ou não ilegalidades) mas deverá ser muito bem pensada a aplicação de sanções sobre o povo madeirense. Que não tem qualquer responsabilidade no assunto.

Este deve pagar pelo que usufrui (investimentos que geraram a dívida) e ajustar os gastos (e benefícios, sociais e outros) às receitas obtidas, mas sem quaisquer veleidades de, simultâneamente, ser chamado a pagar pelas mesmas responsabilidades, criadas e usufruídas fora do seu território. 

E, se os madeirenses já sentiram (e vão continuar a sentir) os benefícios dos investimentos concretizados nos últimos anos, poderão agora, avaliar do seu valor real (ou não) ao pagar pelos mesmos.

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