outubro 27, 2011

Grécia e os bancos nacionais

Claro que só devemos saber uma parte do acordo.
Mas a que conhecemos diz-nos que serão perdoados 100 mil milhões de euros de dívida à Grécia a “assumir” por quem lhes emprestou (que perderá 50% do total dos empréstimos).
Em acréscimo, Atenas receberá da troika uma nova tranche de 100 mil milhões.

Arredondando as coisas, perante uma dívida soberana grega de 200 mil milhões, metade passam a ser prejuízo dos credores e a outra metade é substituída pela nova tranche. Os bancos retiram-se da Grécia que fica apenas exposta aos 100 mil milhões da troika, a taxas aceitáveis e a prazos longos.

Ganha tempo para se ajustar às novas realidades. E terá de passar a viver – exclusivamente – do que produz.

Entretanto, “alguém” vai ter de aguentar com os 100 mil milhões “perdoados”.

Os Governos europeus disponibilizam recursos para recapitalização dos seus bancos. Estes, mesmo contra vontade, terão que recorrer a esse fundo. Um valor que passará a constituir capital público nas instituições. O facto do valor dos bancos estar pelas ruas da amargura (acções a preço de saldo) pressupõe que a entrada de capitais públicos poderá ser de grande impacto.


Por cá, Passos Coelho já disse que o Estado seria accionista passivo nos bancos recapitalizados pelos fundos públicos.

Entretanto, ter-se-há acordado que esse recurso aos fundos públicos de capitalização será descontado dos empréstimos que as empresas públicas mantêm nos bancos. Empréstimos que serão saldados pelo Tesouro. Mais défice (nuns casos).

Resta saber se, logo a seguir, não virá outro País, a necessitar e pedir a mesma solução…

Sem comentários: