Depois de quase um ano a comprar títulos de dívida nacional, travestidos de mercados, nos teatrinhos de venda de dívida soberana, os banqueiros nacionais, agora, a uma só voz, pedem que o Estado pague…
O que mudou, entretanto?
Em primeiro lugar mudou o Governo. Antes, era um afã de “dar tapete” a Sócrates e ao PS. Adiando o inevitável para o País. E prejudicando-o (ao País) seriamente. Mesmo hipotecando a segurança e a boa gestão das instituições de que eram (e são ainda) responsáveis. Agora, tudo se inverte: “o Governo tem de pagar…”.
Entendem-se bem duas coisas:
1)O alinhar dos banqueiros com a malta de Sócrates. Com um Governo sério tudo passa a ser… rigoroso. Daí que já nada do que antes era verdade agora se ajusta.
2)O facto dos bancos portugueses terem sido instrumentalizados, em força, nos últimos anos, pelo polvo socialista socrático. Tomaram conta de tudo e em tudo intervieram. Com os resultados que se vêm…
Finalmente, uma palavra para o BCP: uma pena. A destruição maciça de valor a que foi levado nos últimos anos.
Há anos atrás, face a uma gestão privada não alinhada (afinal “era” um banco privado, também não isento de erros, reconheçamos…) a máquina do PS colocou-se em campo. Aliou-se com alguns grandes empresários. Estes acederam a empréstimos chorudos cedidos por um banco estatal para a compra maciça de acções do BCP. Que foram determinantes para a mudança de gestão.
Conquistado o Banco, a gestão passou a ser de alguns, que por sinal eram gestores do banco estatal que emprestou o referido dinheiro para a tomada de posição accionista que permitiu o “golpe palaciano”. Remanescem algumas questões: em que condições se fez esse empréstimo? Com que garantias? Terão sido as acções, elas próprias (que agora valem uma ínfima percentagem do valor de então)? E como estão esses empréstimos? Saldados? Ou em reescalonamento contínuo?
Face à relevância dos cargos que ocupam exige-se um mínimo de responsabilidade destes senhores. Que devem ser minimamente comedidos nas suas intervenções públicas.
Eles sabem bem que não há dinheiro algum.
Sabem que, simplesmente, se fez um reescalonamento da dívida com base em compromissos (MoU).
Mas querem sair da equação. Pois compraram (eles, no seu papel superveniente com Sócrates) dívida soberana nacional. Para isso, pediram emprestado ao BCE. Agora, interessava-lhes sair. Pois a exposição que têm ao nível das dívidas soberanas coloca, em causa, a instituição. Na prática, pedem que os títulos (que compraram livremente) lhes sejam recomprados pelo Estado. Reduzindo a equação Estado Português >Banca Nacional > BCE a apenas dois intervenientes: Estado Português > BCE.
Sem comentários:
Enviar um comentário