Portugal viveu acima das possibilidades durante muitos anos.
Fez investimentos a pagar no futuro.
Excedeu-se.
Deixaram de nos emprestar o dinheiro (cada vez mais) necessário para pagar esses excessos.
Chegou a altura de passar a viver com o que produzimos e de pagar o que ficamos a dever.
Os nossos credores já nos deram uma "jeito" ao renegociarem as tranches da dívida soberana que se vencem nos próximos 3 anos, emprestando-nos 78 mil milhões, a pagar a muito mais longo prazo. Caso contrário entrariamos em default e na bancarrota já este mês. Os 78 mil milhões vieram com algumas regras: o MoU. Assinado pelos 3 maiores partidos portugueses.
O resultado é simples: vamos ter que viver – todos – com muito menos…
Neste cenário, o que não entendem os sindicalistas, o BE, a CDU e alguns socialistas?
Direitos adquiridos?
Direitos Sociais?
Maioria social?
Protesto nas ruas?
Não terão entendido que a situação a que chegamos vem na sequência de políticas de esquerda que, dando mais do que podia, sobrevalorizou o rendimento social em detrimento do rendimento sustentado no trabalho e na produção?
Que se criou um Estado Social que acabou se suicidando?
Sim. O novo governo terá que se haver com aqueles que recusam a “troika estrangeira”. Mas que não negaram os benefícios que o dinheiro deles lhes permitiu…
Sim. O novo governo poderá ter que se haver com socialistas que se negarão a si próprios no referente aos compromissos que assumiram.
Sim. O novo governo terá uma tarefa dura e não poderá governar para a imagem e ao sabor das sondagens. E não será, provavelmente reeleito.
Vamos ser o que se passará com a "maioria social", cuja existência nos foi revelada por António Costa, na sua aparição em campanha de Sócrates.
Todos teremos que passar a viver pior. Com menos rendimentos e perante bens e serviços mais caros. O que não entenderão os sindicalistas, o BE, a CDU e alguns socialistas?
O que acham que quererá dizer que temos de mudar de vida? Qual a parte que não entendem?
PS1: os funcionários públicos, a partir do PEC3 já entenderam e encaixaram com uma parte do problema. Agora, teremos que tratar das empresas públicas, nomeadamente de transportes. Onde, os trabalhadores começam muito mal o processo…
PS2: os sindicatos terão de entender que terão de deixar de largar a defesa dos direitos (sociais) adquiridos e passarem a agir para que os mesmos não caiam mais do que – digamos - 15 ou 20%. Aí, sim, teríamos parceiros sociais e não apenas contestatários bota-abaixistas… na defesa de grupelhos contra a sociedade (e o País) que não podem sustentar.
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