A visão provável
Não deverá ser muito diferente desta a distribuição de mandatos na próxima Assembleia da República.
O PSD conquistará a maioria com 90 (+9) lugares que, junto aos 27 (+6) do CDS terão uma maioria absoluta tangencial com 117 mandatos. Não chegarão, juntos, aos 50% dos votos expressos. O PS terá 84 lugares (-13), o BE ficará com 13 (-3) e a CDU ganhará um, para os 16. Serão 113 deputados à esquerda.
Melhor que isto, só se se concretizar um voto útil do CDS no PSD em Beja, Guarda e Santarém. Ou se os indecisos decidirem, maciçamente votar PSD, penalizando Sócrates. O que seria um procedimento normal num país normal. Veremos se Portugal é um País normal no dia 5...
Nestes dias é relevante a mensagem de que é importante ir votar. O descrédito e a desilusão não devem ser traduzidos em indiferença. É preciso penalizar fortemente os responsáveis pela péssima situação do País. Votando e desalojando-os do poder.
O PS deverá resistir mais do que o que seria de esperar, face à situação a que conduziu o País. Mas, sendo derrotado, Sócrates deverá resignar e abrir caminho a um "novo PS", já sem si e sem algumas das "caras feias" que se comprometeram demasiado com ele. Vide Matosinhos...
O BE apenas se safará de uma derrota caso se consiga libertar do voto útil no PS (contra a direita). Percebida a inutilidade desse voto, na recta final, os bloquistas poderão voltar a optar por votar no seu próprio partido.
O BE apenas se safará de uma derrota caso se consiga libertar do voto útil no PS (contra a direita). Percebida a inutilidade desse voto, na recta final, os bloquistas poderão voltar a optar por votar no seu próprio partido.
Será também com esse novo PS, devidamente castigado e liberto de Sócrates ou apenas com alguns bons socialistas (deverá haver alguns apesar de, por agora, não parecer) que poderá haver um governo bastante alargado a 6 de Junho. Liderado pelo PSD, com o CDS a assegurar a maioria absoluta, mas incluindo - patrioticamente - o tal "bom" PS que deverá emergir no pós 5 de Junho. A verdade é que o que vem aí precisará de todos. Mas não de Sócrates e dos seus apaniguados. Simplesmente porque eles nos conduziram a isto.
Açores: Terá de haver voto útil do CDS no PSD a fim de assegurar a possível vitória deste último. Se assim for 3-2 para o PSD ao invés de 3-2 para o PS. Os votos do CDS no PSD poderão fazer toda esta diferença.
Aveiro: O PS deverá perder um deputado para o PSD ou para o CDS. No PSD e CDS o voto útil é no partido que cada um preferir. O BE deverá manter um deputado.
Beja: Um voto útil maciço do CDS no PSD poderia tirar um deputado ao PS (para o PSD). É possível. O voto no CDS é inútil neste distrito.
Braga: O PS deverá perder 3 deputados. Dois para o PSD e 1 para o CDS. Os dois do PSD estão mais seguros. No PSD e CDS o voto útil é no partido que cada um preferir.
Bragança: Não haverá mudanças 1 para o PS e 2 para o PSD. O voto no CDS é inútil, mas o voto útil do CDS no PSD não retirará o deputado do PS. No PSD e CDS o voto útil é no partido que cada um preferir.
Castelo Branco: Não haverá mudanças 2 para o PS e 2 para o PSD. O voto no CDS é inútil, mas o voto útil do CDS no PSD não retirará deputados ao PS. No PSD e CDS o voto útil é no partido que cada um preferir.
Coimbra: O BE deverá perder o deputado que o Distrito perdeu. No PSD e CDS o voto útil é no partido que cada um preferir.
Évora: Não haverá mudanças 1 para o PS, 1 para a CDU e 1 para o PSD. O voto no CDS é inútil, mas o voto útil do CDS no PSD eliminará surpresas (o PS roubar o deputado do PSD).
Faro: O novo deputado para o distrito deverá ir para o PS. No PSD e CDS o voto útil é no partido que cada um preferir.
Guarda: Deverá ficar igual: 2 para o PS e 2 para o PSD. Um voto útil maciço do CDS no PSD poderia tirar um deputado ao PS (para o PSD). Não é provável. O voto no CDS é inútil neste distrito.
Leiria: O PS perderá um deputado para o PSD. O BE poderá perder um deputado para o CDS. No PSD e CDS o voto útil é no partido que cada um preferir.
Lisboa: O PS perderá um deputado para o PSD e talvez 2 para o CDS. CDU e BE deverão manter os 5 deputados cada. No PSD e CDS o voto útil é no partido que cada um preferir.
Madeira: Deverá ficar na mesma 4-1-1. O efeito dos partidos marginais (PND e PT) deverão evitar que o PS ganhe um deputado ao CDS em relação às últimas legislativas.
Portalegre: Não haverá mudanças 1 para o PS, 1 para o PSD. O voto no CDS é inútil, mas o voto útil do CDS no PSD eliminará surpresas (o PS roubar o deputado do PSD).
Porto: O PS perde 3 deputados. Dois para o PSD e um para o CDS. CDU (2) e BE (3) deverão segurar os seus deputados. No PSD e CDS o voto útil é no partido que cada um preferir.
Santarém: Não deverá haver mudanças. manter-se-hão os 4-3-1-1-1 das eleições anteriores. No entanto, algum voto útil do CDS no PSD poderia retirar um dos deputados CDU ou BE para o PSD. Não é impossível mas é pouco provável.
Setúbal: O PS deverá perder um deputado para o CDS. No final 6-3-2-4-2
V.Castelo: O PS deverá perder um deputado para o PSD 2-3-1. No PSD e CDS o voto útil é no partido que cada um preferir.
V.Real: Não haverá mudanças 2 para o PS e 3 para o PSD. O voto no CDS é inútil, mas o voto útil do CDS no PSD não retirará deputados ao PS. No PSD e CDS o voto útil é no partido que cada um preferir.
Viseu: O PS deverá perder um deputado para o PSD 3-5-1. No PSD e CDS o voto útil é no partido que cada um preferir.
Estrangeiro: Mantém-se o 3-1 para o PSD.
Esta análise não tem qualquer base científica e resultou da avaliação das votações nas últimas duas eleições para a Assembleia da República e das tendências visíveis reveladas pelas sondagens mais recentes. A aplicação do método de Hondt e os mandatos em jogo completaram o estudo.
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