As recentes sondagens têm duas consequências importantes:
Primeira: colocam o PSD no seu lugar. Nada está ganho. Dispensam-se decisões pouco pensadas. É necessário profissionalismo, união e poucos tiros nos pés.
Segunda: os quase quarenta por cento que dizem ir votar mas ainda não sabem em que partido, passam a se aperceber claramente da simples possibilidade de termos “repetição” de uma governação sócio-socrática. O que será o bastante para entenderem a absoluta necessidade de se decidirem e optarem pelo voto correcto.
A hipótese que estas sondagens colocam sobre a mesa (a manutenção no poder dos responsáveis pela situação que vivemos) é muito mais assustadora que a possibilidade da vinda do Homem do Saco, para uma criança de 3 anos que não quer comer a sopa.
A verdade é que o PS tem um grupo fixo de votantes. Aqueles que, por princípio genético votam “esquerda”. Que preferem um País em bancarrota e com a independência perdida para entidades externas – por sua exclusiva responsabilidade – a um centro-esquerda (PSD e PP), no poder. São os Mário Soares e Alegres que, mesmo perante as evidências, acabam também na trincheira de Matosinhos…
Um dos maiores problemas do País é que a classe “jornalística”, que controla a maioria dos meios de comunicação nacionais, enveredam por esta opção.
Daí que 28% será um valor, abaixo do qual, dificilmente o PS desce.
Acima disso, neste momento, precisa de voto útil. O que será difícil para a situação actual. A penalização dos ordenados e pensões, em resultado da governação socialista, é demasiado grave para que a CDU perca a sua base para esse voto útil. Daí que a CDU terá sempre um valor próximo dos 9%.
O BE perderá fulgor. Cresceu e tal como nos ensinou Peter, através do seu princípio, não lidou bem com isso. Deverá se ver limitado a valores um pouco abaixo da CDU. Sete (7%) por cento é uma boa possibilidade.
O efeito “Sócrates outra vez, não!” deverá ter consequências nas opções de votação no PS e à direita do PS. Aqueles quase 40% (quantidade quase igual aos que dizem ir votar no PSD e PS somados) que não assumem que não vão votar, mas não sabem ou não querem dizer em que partido, decidirão o futuro do País. Serão, na sua maioria, eleitores do arco centro-esquerda, que votam usualmente PS-PSD.
Alguns voltarão a votar no PS (poucos). Outros, não irão votar, mesmo perante a possibilidade (que não lhes agrada) de regresso de Sócrates. Mas, votar mais à direita, é opção que ainda não os convence.
A maioria do grupo, neste momento, pairará entre o PSD e o PP. E pairam ainda, porque, apesar se saberem que o voto útil é no PSD, tardam em ver esse partido a “descolar”…
Daí que tudo se irá decidir neste grupo, podendo a “coisa” ir desde uma maioria absoluta do PSD, até uma situação meio pantanosa de indecisão governativa, com PSD e PP à beira de uma maioria absoluta que não é atingida. A meio caminho, um governo absoluto PSD-PP com o PS encostado à esquerda, com o BE e a CDU numa oposição dura, de rua, perante o depauperado clima sócio-económico que aí virá. O PS estará, no entanto, algo fragilizado, nessa situação, já sem Sócrates, pois será totalmente responsabilizado por tudo o que, nessa altura, de mal, se viverá no País.
Sem comentários:
Enviar um comentário