

Não se entende...
Restruturação da dívida: é um manifesto cigarra. Pedimos emprestado
em determinadas condições. Assinamos por baixo. Agora, dizemos que não pagamos
ou que pagamos menos? Parece simples, mas a verdade é que o resultado é ainda
mais: quem nos empresta deixará de o fazer. E nós (as cigarras) como ficamos?
Quem fará negócio connosco depois disso? Quem nos venderá a energia que não
temos? E tudo o resto que não produzimos? Ninguém...
Crise: dizer que estamos em crise é um lugar comum. Todos sabemos
que estamos em crise. Certo? Errado! Não estamos em crise. Estamos em
ajustamento. Não vamos voltar ao ponto inicial e ainda há que continuar a
ajustar. Ajustar o quê? Simples: ajustar a despesa à receita. Equilibrar as
contas. Gastar hoje apenas o que temos (défice zero). Gastar mais do que isso obriga
a empréstimos e o resultado é que (quando chegar a altura de pagar) teremos
menos riqueza disponível. Infelizmente, este futuro é já o nosso presente.
Austeridade: estamos a viver um momento de grande austeridade. Mais
um lugar comum. Pois. Mais um lugar comum errado. Como austeridade se nem
conseguimos, ainda, viver com o que produzimos? Cada um vive com o que produz.
E viverá melhor ou pior consoante o que tem e como gasta o que tem. Ora temos
vivido acima das nossas possibilidades. Agora, passamos a viver abaixo delas
(pois é preciso pagar o que gastamos a mais, nos anos – cigarra – anteriores).
Vivemos em austeridade? Então vai ser por muitos anos. Pois ainda nem chegamos
ao ponto de equilíbrio: o Estado gastará, ainda, no final de 2014, 8% acima do
que tem. E quem lhe tem garantido essa possibilidade? A troika. Emprestando a
diferença (o défice) necessária. Troika rua! Ou: obrigado troika...

Pelo que o ajuste vai continuar e
terá que ir até ao défice zero. Depois disso sim: poderemos passar a “gerir” a
dívida. Pois dívidas, como diria o “pai de todas as cigarras”, não se pagam.
Gerem-se. O que não é mentira, caso o défice seja mesmo nulo.


Preocupações: Desemprego, Demografia, um Estado Social sustentavel.
Um Estado a redimensionar, um novo sistema fiscal, uma Justiça renovada.
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