maio 03, 2013

O erro da coisa

O desemprego vai chegar aos 18,5% em 2014.
Bem, se prevêem 18,5%, vai superar os 20% de certeza.
Afinal, todas as políticas implementadas apontam para isso. E os números em Espanha são uma amostra do que é possível.

Não consigo aceitar que não se coloque em cima da mesa, uma alternativa a este processo que é – socialmente – demasiado negativo.

Temos quase 20% de desemprego, ou seja, 1 português em cada 5, sem emprego. É verdade que o crescimento traria empregos. Mas muitos falam de crescimento da boca para fora. Ora, o crescimento exige investimento e este precisa de dinheiro. Que não há. O investimento necessita de expectativas positivas de quem investe. Que não existem.
Quem fala de crescimento fala de ilusões. Não haverá crescimento algum nos próximos (alguns) anos.

Isso coloca os 20% de portugueses desempregados em problemas.
Problemas que crescem se a idade de reforma sobe.
E se quem trabalha, passa a trabalhar ainda mais.
Vinte por cento é muita gente. Muito indignado. Que precisam de apoio social. Que se não vier coloca os indignados na rua. No crime ou em manifestações frente à Assembleia.
Daí ter que haver apoio social. Que custará dinheiro, que terá de vir do trabalho de outros. Daqueles que, ao trabalhar mais horas, vão colocar no desemprego os primeiros.
Mas, pior que isso é assistir à separação de famílias e à saída dos jovens, que emigram à procura de trabalho.

Como recuperará o País o investimento feito na sua formação?
Quem terá filhos em Portugal no curto prazo?
Como se renovarão as gerações?
Quem contribuirá para o sistema social no futuro?

Que sentido terá isto tudo?

Nenhum. A actual política de trabalho é um erro tremendo.

Há menos trabalho disponível. As razões são várias e incluem os ganhos na introdução de novas tecnologias e a deslocalização de fábricas e produção para o exterior. E a expectativa de crescimento para recuperar dessa situação (sem custos maiores que os ganhos) é uma ilusão.

Esta redução do trabalho disponível era previsível e corresponde a um ideal de sempre da humanidade: viver bem, trabalhando cada vez menos.

Chegados a este ponto, o procedimento lógico apontaria para uma redução do tempo de trabalho associado a um emprego. Numa lógica de partilha numa sociedade que se deveria reequilibrar quando algo (neste caso o emprego disponível) falha.

O caminho correto seria:

1)Promover reformas mais cedo com os consequentes ajustes (cortes na pensão).
2)Permitir um corte no tempo de trabalho associado a cada emprego associado a um corte remuneratório proporcional.

Ler mais, aqui:
O caminho errado? É o que estamos a seguir... 

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