setembro 08, 2012

Passos Seguro(s) para o abismo

Cada dia que passa, mais ficamos com a certeza de que o caminho percorrido só nos poderá levar... ao abismo.
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Por um lado temos Passos Coelho, austerista ferrenho, demasiado seguidista das orientações dadas pelos nossos credores (não são mais que isso, a troika).
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Por outro, Seguro, que mais não se revela que uma nova "cigarra", defensor de mais do mesmo. Do mesmo que nos trouxe à situação atual.
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Infelizmente, ambas as receitas estão erradas.
A troika está fixada na dívida e na garantia do seu pagamento. Equilíbrios orçamentais e comerciais, economia e emprego são situações de segundo plano. Questões nacionais, dizem eles...
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De Seguro ainda se espera menos. Os seus discursos suportam-se no vazio. Mais investimento e mais despesa pública. A partir de quê ou de onde (não temos, nem ninguém nos empresta) nem sinal, no seu discurso.
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E da realidade que vivemos e que temos que enfrentar, nenhum sinal, em nenhum dos lados.
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Apenas medidas de remedeio. Que adiam a rotura para tempos em que os decisores atuais já passaram o testemunho a outros. Mas o testemunho passado está cada vez maior e mais pesado...
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A discussão está acesa entre os fiscalistas/orçamentalistas e os monetaristas. Lá no fundo, porque interessa no discurso demagógico, lá aparece o emprego (ou o desemprego). Quanto à economia, à produção, a industrialização (perdida), a balança comercial e o trabalho, pouco ou nada se fala.
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As soluções são todas, menos as que são-nos apresentadas. Nesse aspecto (e mais uma vez) só Medina Carreira nos vai conduzindo para a realidade. Precisamos de mais trabalho. De mais produção. De mais indústria. De bens transacionaveis. Algo que seja vendável, a quem tem para vender o que precisamos...
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Intervenção do Banco Central Europeu? Sim. É necessário. Para ganharmos tempo para fazer o que é essencial. Mas essas, não são mais do que medidas de contenção da rotura. Não resolvem nada. Absolutamente nada. Adiam apenas.
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Estamos completamente reféns da armadilha da liquidez. Aqui, sem moeda própria, teremos que ser inovadores. Temos também que tratar do assunto do mercado imobiliário, dividir o trabalho (enquanto não conseguimos criar mais) para retirar muitos do desemprego e utilizar os impostos sobre o consumo (em crescendo) para concretizar um choque fiscal que seja eficaz. Reduzindo (ou eliminando): 1)os impostos sobre o rendimento e 2)o financiamento da segurança social sobre o trabalho e sobre as empresas.
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Soluções fiscais austeristas serão (e são) apenas mais do mesmo...
Neste momento, ou se inova (porque os tempos são novos) ou se morre. 

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