A crónica de hoje de manhã, na RDP, de João Goverb revelou muito. O cronista já se juntou à turba de Matosinhos que trata, todos os dias, de branquear o descalabro governativo de Sócrates e do PS nos últimos anos.
Hoje, foi sobre a candidatura de Nobre nas listas do PSD.
Apesar do que Nobre já teve a oportunidade de explicar e clarificar.
Goste-se ou não da opção de Passos Coelho, é necessário entende-la.
A explicação dada, ontem na RTP, já terá sido o suficiente para que o assunto tivesse morrido ou sido relegado para a prateleira dos assuntos menores.
Mas não para a estratégia arruaceira, de caserna e trincheira definida e levada à prática em Matosinhos.
Com muitos (e demasiados) seguidores na comunicação social, que está demasiado "presa" - por base genética, avessa a todas as evidências - às ideologias de esquerda que levaram o País à bancarrota.
Ultrapassando este facto, vamos ao assunto em questão:
Afinal, só se chega à Assembleia por via de listas partidárias.
E todos dizem que a partidarite exagerada prejudica o País.
O PSD levou a efeito uma acção que permitirá o acesso à Assembleia de alguém que, bem recentemente, encarnou esse espírito extra-partidário, nas últimas eleições. Ora, caiu o Carmo e a Trindade. Penaliza-se quem tem cão e quem não o tem...
Nobre clarificou que não conhece o Programa do PSD. Nem podia. Afinal, ainda não foi divulgado. Mas referiu que não era do PSD, como não foi de nenhum partido ou facção em outras (anteriores) suas aparições e apoios. Nem se tinha comprometido com o PSD nem com o seu programa. Apenas com o seu líder, num acordo pessoal onde tudo se centrou na área do apoio social que será determinante nos anos mais próximos, de ressaca da governação e descalabro socialista, onde o Estado se verá "despido" de muitas das suas capacidades interventivas por falta de recursos. Obrigando a uma acção alternativa - complementar à do Estado, que ficará mais fraco pois terá as dívidas criadas por pagar. É nessa acção, com as ONGs, que Passos Coelho também aposta, neste caso, com Nobre.
Difícil de entender? Difícil de aceitar? Sim, provavelmente para quem quer manter o "status quo" que nos trouxe aqui...
Tudo isto, sem qualquer prejuízo na manutenção do Estado Social sustentável que é parte do código genético do PSD. Sim ao Estado Social, sem prejuízo de outras acções paralelas e complementares. Sim ao Estado Social sustentável e não ao Estado Social suicida que (o PS) criou e que nos levou ao estado actual das contas públicas.
Foi triste ver Gobern (um comentarista que se esperaria, diferente da turba socialista de Matosinhos) a colocar a hipotese (absurda, digo eu) do PSD desmantelar o SNS, Estado Social e a Escola Pública. Como se isso fosse, sequer, uma possibilidade...
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