outubro 17, 2010

FMI já está em Portugal

É evidente que o FMI já está em Portugal.
Só assim Sócrates teria avançado para o aperto que se aproxima.
E se um grupo de homens vestidos de negro ainda não desembarcou de um avião na Portela, não nos é difícil imaginar um Teixeira dos Santos manietado pelo FMI, a aplicar um grupo de medidas enviadas, por e-mail da sede mundial daquela organização.

As medidas de auteridade são incontornáveis. Vão dizendo.
Mas, afinal, foi Sócrates e Teixeira dos Santos que nos trouxeram até aqui e até esta situação.
Pelo que, à incontornalidade na aplicação destas medidas.
Foram eles que, no Orçamento de 2009, em ano deflacionário e de redução significativa de juros (Euribor) com efeitos significativos nos bolsos de muitos Portugueses com créditos habitação, subiram os ordenados da função pública em 2,9% e reduziram o IVA. Para além de terem lançado (ainda) mais apoios sociais.
E tudo isso foi feito com o País com os problemas estruturais iguais aos de hoje. Nem mais nem menos.
A crise internacional não nos atingiu directamente. A verdade é essa.
Os Bancos portugueses estavam salvaguradados do junk americano e o Estado não viu os seus referenciais estruturais (dívida e déficit) alterados por essa razão.
O único caso de um Banco que caíu nos braços do Governo tinha problemas de outra ordem. Já agora, neste caso, os orçamentos já interiorizaram e absorveram o respectivo impacto?

Infelizmente, com os restantes países desenvolvidos sedentos de financiamento, os investidores internacionais direccionaram-se para estes, mais seguros que Portugal. E, secando a fonte, originaran esta crise.
Não podemos contestar as opções de quem tem dinheiro, entre financiar o déficite da Inglaterra ou ... de Portugal. Isto porque o da Inglaterra é pontual e resulta da "salvação" do sistema bancário que se revelou necessário. Ao contrário do de Portugal que é estrutural e de reversibilidade muito complicada.

Pelo que (infelizmente) teremos os lobos a guardar as ovelhas.
Infelizmente, teremos que ter este orçamento e, a geri-lo, os mesmos que nos conduziram a ele e á sua necessidade.

Passos Coelho deverá esticar a corda até à última. Demonstrando inequívocamente que nada tem a haver com este orçamento. Mas terá que reconhecer, no final, que o mesmo é incontornável pelo que se abstêm por superior interesse nacional. Mas terá que passar a mensagem que, infelizmente, ainda terão que ser os responsáveis pela má situação a que chegamos a gerir o País nos próximos tempos. Que, como se verificará, será um mero "estancar da hemorragia". A mudança estrutural terá de ser imediatamente iniciada. Com a alteração da Constituição. E com a anuência do PS, a troco da viabilização (e não aprovação) deste orçamento.

Caso contrário, cá estaremos, de novo, dentro de um ano, nas mesmas condições. Mas já uns degraus abaixo...

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