maio 31, 2014

Chumbo do Tribunal de Contas

Depois do chumbo de Seguro ao Governo e de Costa a Seguro, vem o chumbo do Tribunal.
O Governo ganhou o seu último ano de legislatura.
O PS ganhou alguns meses de confusão interna. O País que espere. A verdade é que o erro do PS vem de trás. Seguro é pouco capaz e esteve na liderança tempo de mais. Vieram os 31% e caiu o Carmo e a Trindade. Foi um ror de socialistas a zurzir no pobre do Tó Zero. Até o velho Soares...

O Tribunal de Contas veio decidir em matéria de legislador. E, assim, interviu no sentido contrário ao que defendeu: os cortes apenas são lícitos se aplicados apenas a uma parte dos pensionistas e funcionários públicos. Estranha igualdade...

Ao governo, restam algumas saídas. Algumas interessantes: aumento do IVA (tem muita margem de subida, por troca com descida dos impostos sobre o rendimento e das taxas sociais sobre o trabalho); e, redução unilateral do tempo de trabalho dos funcionários públicos com ajuste equivalente dos salários (o rendimento/hora não é mexido o que retirará o Constitucional do caminho); quanto às pensões por excesso dos atuais reformados (nunca descontaram o que estão agora a receber à conta dos descontos das gerações seguintes que nunca terão retorno dos mesmos) é assunto bem mais complicado. Pois, aí, os Juízes anacrónicos tratarão sempre de defender o seu... 

maio 26, 2014

Eleições - a mensagem

Resultados com uma mensagem muito clara: 

não gostamos de ver reduzidos os nossos rendimentos e níveis de vida, de perder o emprego e ter que imigrar mas a verdade é que reconhecemos que a este governo (formiga) não restaram muitas alternativas. Não nos esquecemos que foi o PS (cigarra) que levou o País à ruína e que assinou um Memorando em 2011 com objetivos de ajustamento a troco do dinheiro que já não tínhamos.

O PS ficou entre a espada e a parede. O resultado não foi mau ao ponto de Seguro ter que sair, nem atingiu níveis que garantam seja o que for nas legislativas dentro de um ano. Nem justificou o desejo socialista da antecipação das mesmas.

Marinho Pinto cavalgou a insatisfação com o status quo e a abstenção foi a reação mais forte dos portugueses. Não gostam mas ... não há alternativas. 

Consideramos até, que a abstenção revela mais insatisfação para com o PS do que para com o Governo. Ou seja, o PS é o causador de tudo isto e não merece confiança no processo que se segue. Ou seja, ainda não é o tempo da cigarra...

Quanto ao Governo, os resultados traduzem a insatisfação do que aconteceu nos últimos 3 anos. Daí que os potenciais eleitores dos partidos da maioria ficaram em casa. Pois, reconhecerão, a verdade é que talvez não houvesse mesmo alternativa. Pelo que não se justificará a mudança. E, nessa ordem de ideias (não gostamos, mas...), o Governo até trabalhou bem e tem seguido o seu caminho no sentido da anulação do défice (só chegados aí é que a dívida fica contida e, por isso, será gerível).

Há mudanças a fazer? Sim. E em toda a Europa. Basicamente, duas coisas:

1)Alterando a típica unidade de trabalho de 8 horas para 6 horas. Com redução de rendimentos de 25% mas dando trabalho a quem não o tem, reduzindo a emigração e potenciando o aumento da natalidade.

2)Alterando por completo o sistema fiscal vigente. Mantendo o IVA (mesmo que crescendo até os 40%), eliminando totalmente os impostos sobre o rendimento e os custos sociais sobre o trabalho. Tudo, mas tudo seria financiado pelo IVA, consignando fatias da receita para cada fim de intervenção estatal. Assim, as produções nacionais ficariam mais protegidas (sem vantagens, mas também sem as desvantagens atuais - os custos sociais são aí totalmente cobrados) das importações.

maio 23, 2014

O canto ensurdecedor das cigarras - Europeias 2014

Estamos a terminar a campanha eleitoral para as Europeias. E é ensurdecedor o canto das cigarras.

Depois de terem colocado o País na bancarrota e, antes de serem postos a andar, de assinarem um acordo de sobrevivência com três entidades financeiras que nos asseguraram o dinheiro necessário (a troco de medidas duríssimas de ajuste aplicados por outros), voltam agora, pujantes, cantando a plenos pulmões contra a austeridade e a favor do crescimento.

Vaja-se a lata: anotam que a dívida cresceu. Ora, pois cresceu. O que acontece sempre que há défice. Ou não sabem disso? Mas o défice de 10% de Sócrates (aí sim, a dívida crescia abruptamente) foi contido para 4% este ano (prevê-se).

Mas mais contraditório é o facto de serem contra a austeridade que permitiu esse ajuste. Para eles, era sempre mais Estado, mais despesa… Logo (mas não reconhecem) mais défice e mais dívida. A demagogia (o seu canto de cigarra) dá votos.

Mas, e aqui todos enganam, a coisa não acabou. E não pode acabar enquanto não eliminarmos o défice. Aí sim, a dívida já não valerá de muito. Pois bastará geri-la, pagando os juros. E quem disse (e bem) isto? Sócrates, na sua estada em Paris…

Os esforços que ainda faltam estão já encaminhados. Para atingir 2,5% de défice em 2015 e, depois, o zero nos dois anos seguintes. E isto são esforços e dificuldades que se acumulam às anteriores. Não são dificuldades estendidas no tempo, mas novas contenções que se somam às já aplicadas.

A nossa esperança é que a economia, vendo-se no bom caminho, possa arrebitar e permitir que este fim de programa possa ser atenuado.

Só que, as cigarras estão a cantar bem alto. Se o povo não entende que precisamos de mais algum tempo de formiga, pelo menos até acertarmos isto, estamos bem tramados. É que volta tudo ao mesmo e dentro de 3 ou 4 anos, estamos com troikas de volta…