setembro 04, 2019

Assalto ao Poder


Está em andamento um processo que levará a que um grupo que representará cerca de 20% do eleitorado capture, pelo menos durante 4 anos, os votos – e o poder por eles investido – de mais de 50% dos votantes em Portugal.

É um grupo único, com a mesma agenda e base ideológica que se divide entre o PS e o Bloco.

Separa-se numa hipotética clivagem, na prática inexistente, no ponto denominado por Cristas como esquerdas encostadas. É que não estão encostadas porque nem se separam. Têm exatamente as mesmas bases e agendas ideológicas. De esquerda caviar. Mas, pela primeira vez, estão prestes a tomar o poder absoluto em Portugal, para a execução da referida agenda. Que estatizará o país e colocará em polvorosa a sua economia, nomeadamente a privada.

A geringonça é uma brincadeira de crianças, pois foi ainda controlada por parte do PS moderado. Juntamente com o tal grupo de esquerda dura, que trata e tem tratado do entendimento com o Bloco.

Mas, isso está a acabar. O tal meio-grupo, que se situa – por interesse – na esquerda do PS é quem realmente lá manda e, estrategicamente, colocou-se á margem nesta fase pré-eleitoral. Costa, nessa estratégia, virou-se contra o Bloco, ignorando o PSD.  A ideia é dar a sugerir que há briga com o Bloco e que o PS é moderado. E, assim, conquista votos à direita, à custa do PSD. Mesmo que isso custe alguns votos à esquerda, para o Bloco.
Ora, para o grupo do PS à esquerda, isso é pacífico e até interessante. E não desejam sequer maioria absoluta pois isso passaria o poder para o PS moderado que agrupa muito mais gente.

Não. Ao contrário do que pensa Rui Rio, o PS que manda mesmo, é o da esquerda, e este não quer a maioria absoluta: Dá-se muito bem com o Bloco, até quer que este cresça, mesmo à custa do PS, desde que tal perda se compense à direita, esmagando o PSD.

Assim, sem maioria absoluta, o PS precisará do Bloco que imporá a sua agenda que … é a mesma do tal grupo forte do PS radical de esquerda. Aí, sem maioria absoluta, mas bastando o BE para tal, voltará a mandar, baseado na relação com esse partido e “aceitando” (com agrado) as medidas radicais de esquerda que se imporão na negociação pós-eleitoral entre o PS e o Bloco. Passando para a realidade a agenda do Bloco (que também é a deles, sub-repticiamente).

E assim, os votos do PS moderado e até aqueles que serão conquistados à direita, no eleitorado confundido, que seria normalmente votante do PSD, serão capturados por essa minoria radical de esquerda para impor tal agenda.

Um processo de Assalto ao Poder que – aparentemente – poderá ter sucesso.
Uma situação em que 50% dos votos serão usados por 20% para impor uma agenda oposta aos interesses à esmagadora maioria dos portugueses. Que verão a sua sociedade estatizada e toda uma economia livre e privada ser esmagada em quatro anos.

Como se chegou a isto? A uma possível venezuelização do País?
Um PSD distraído, um PS – que é moderado – que se vendeu à sua margem de radicais de esquerda a troco do “estar no Poder”.

Centeno não vai prosseguir porque não se sujeitará ao descalabro que aí vem. De que ele será também responsável. Pois não é possível adiar mais o investimento público, a economia está em queda, a balança económica entrou em défice, a dívida não reduziu um milímetro, não se fizeram reformas, o turismo não vai crescer sempre, o contexto externo está em início de recessão e … vem mesmo aí o diabo.

Ora, gerir a vinda do diabo com os radicais de esquerda a gerir o País…
Temos o caldo entornado…