O actual Governo do PS, manietado pelos partidos de
extrema-esquerda, encontrou a justificação necessária para avançar com medidas
ideológicas de que sempre gostou mas que antes, a vergonha que ainda tinha na
cara, o impedia de consumar.
É uma das consequências para o País por ser governado por
uma geringonça. Infelizmente, tal como no passado, vamos acabar por pagar tudo
isto, no futuro, de forma dura e dramática. Pois é muito fácil reverter o que
demorou a construir, mas muito difícil refazer o que acabou de ser destruído.
Destruir é fácil. Construir não. E o que faz (e bem) a geringonça é destruir…
Vem tudo isto a propósito da sanha esquerdista da geringonça
contra a alocação dos impostos de todos nós à prestação de serviços públicos de
educação por entidades que não sejam a Escola Pública ou seja, contra tudo o
que promova a diferença na área da educação. Ali, o Ministro socialista entende
que só os muito ricos podem ter o direito a essa diferença e a essa escolha.
Todos os outros (sim, este é mais um ataque à classe média) devem ficar
limitados à Escola Pública. Mesmo que entendam fazer algum esforço financeiro extra
para dar algo mais ou de diferente aos seus. Nada disso. A geringonça decidiu
que é tudo na Escola Pública.
A questão é - mesmo - ideológica.
Todos os Portugueses têm direito a
um serviço público de educação. Que é gratuito…
E têm também - diz a Constituição - direito de escolha.
Ora, a interpretação da esquerda é que esse direito se
exerce, exclusivamente, na Escola Pública, inviabilizando a leitura de que uma
Escola privada também pode prestar esse mesmo serviço público. Mesmo que a sua oferta acrescente algo mais (ou diferente) cobrando por isso um excedente.
Tal
como as empresas de transportes ou as farmácias o fazem. Recebendo, à
posteriori, as indemnizações compensatórias devidas pelos descontos que fizeram e que permitem que o serviço que prestaram seja mesmo público e acessível a todos. Não estou a ver que acusem as farmácias de parasitismo do Estado pelas funções que prestam...
Ou seja, não há realmente qualquer apoio a colégios
particulares mas sim um financiamento aos contribuintes a fim de que os seus
filhos possam usufruir de um serviço público que a Constituição determina como
gratuito, variado (por direito de escolha) e alargado a todos.
O Governo, ao alocar
recursos públicos (impostos cobrados a todos) à prestação de serviços públicos
de educação, por escolas privadas está – também assim – a garantir o acesso
universal e gratuito desse serviço público aos cidadãos que tiveram essa opção.
Ao mesmo tempo, a geringonça também promove (não criando
instrumentos de financiamento alternativos aos que agora elimina
unilateralmente) o fim do direito de opção previsto na Constituição (que, para
o que lhes interessa, é sagrada) sobre a escolha das famílias no referente à
educação dos seus filhos pois, sem alternativa viável, tal escolha é
inexistente pois ou morre ou é-lhe inacessível.
E existem modelos alternativos ao actual de apoio por turma.
Desde o cheque ensino ao aplicado na Madeira e que consiste num financiamento simples a todos os estabelecimentos privados de educação (com equivalência e alvará) e que é equivalente ao custo dos docentes (que são quantificados nos termos aplicáveis
na Escola pública).
A verdade é que os mais ricos manterão o acesso à escolha (constitucional), pois podem prescindir da parte que (também lhes caberia) no
financiamento dos seus (educação gratuita para todos, lembram-se). Mas a classe
média ficará impossibilitada de fazer tal opção. Pois para isso precisaria
mesmo do suporte financeiro (mesmo que parcial face à opção de matricula que assume
tomar) proveniente dos recursos do Estado (e vindos - também - dos seus
impostos e contribuições) com vista à educação dos seus.
É indescritível que os Sindicatos actuem contra os
professores que estão nessas escolas que serão agora erradicadas, em favor de
outros professores que estarão (a mais) nas escolas públicas. Sindicatos que
actuam contra professores maus (porque
estão ali) a favor de professores bons (apenas porque estão aqui). Claro que não será nada disto. Os
sindicatos não seriam tão ingénuos. A leitura correta é que tudo isto apenas
prossegue objectivos ideológicos e neste caso, os sindicatos não são sindicatos.
Apenas são comunistas. E ao prosseguirem esses objectivos ideológicos ignoram os
seus fins e actuam contra algo. E não a favor de alguma coisa. O que, no final,
apenas conduz uma sociedade a um destino como o que vemos, nos dias de hoje, na
Venezuela. Triste.
É falso quando se afirma que há custos duplicados. Uma sala
vazia numa escola pública não custa nada (a menos do investimento feito em anos passados e que já estará
ultrapassado). Os custos da educação são custos com pessoal (90%). Não com
espaços (vazios ou não). Se 25 alunos estiverem numa escola particular, tais
alunos não incorrem em custos para a Escola pública vizinha. Pois esta não
alocará pessoal para esses alunos que lá não estão. E se tiver pessoal a mais,
de braços cruzados, então esse deveria ser um problema da Escola Pública a
resolver lá. A não ser assim promove-se a resolução de uma disfunção aqui criando um problema acolá, com a penalização (e
despedimento) de quem está a trabalhar na escola particular ali perto…
A mensagem de que ficarão as turmas contratadas até ao fim
de ciclo de nada vale. Pois considerando um ciclo de três anos, menos 33% já,
66% dentro de um ano e morte em 2 anos não gradualiza nada a não ser uma morte anunciada. A inviabilização de
33% da oferta (que mesmo a 100% é sempre financeiramente precária) mata tudo
logo à partida.
Contratam os despedidos? Mais uma falsidade lançada para
acalmar ânimos pois a contratação segue trâmites que não podem ser
ultrapassados. A origem dos candidatos não pode ser relevante nem sequer
condição na contratação pública.
A Constituição refere
a gratuitidade do serviço público de Educação para todos e o direito de
escolha.
A geringonça definiu que tal escolha é feita apenas na
Escola Pública. Que raio de escolha, só com uma alternativa. E que quem escolhe
algo diferente perde o direito de se socorrer da sua parte (que deveria ser
igual para todos os portugueses) dos impostos pagos, destinado à educação
(gratuita) dos seus.
Não está em questão
a necessidade de, continuamente, assegurar a melhoria da oferta da Escola
Pública, sempre e cada vez mais. Mas
tal processo, não pode, não deve e não tem que ser feito em
paralelo e simultâneo com a destruição de alternativas, estruturas, ofertas e
soluções que estão há muitos anos ao serviço de todos.
O risco é evidente: garante-se a destruição de algo de que não gostam (por ideologia cega) e o
resto… fica na mesma. Fica? Não. A geringonça tem objectivos para além dos que
importam mesmo à sociedade. Como atrás referido, dará um passo ideológico em
frente. A caminho do socialismo (mas não de uma sociedade melhor e mais variada).
Isto porque sabem bem que o dinheiro acabará rápido às cigarras. E que voltará depressa o tempo
das formigas, com nova intervenção
externa (pois vamos precisar outra vez do dinheiro deles pois ninguém nos emprestará
mais nada). É por isso que querem destruir rápido e essa é a prioridade e a sua
agenda. A janela de oportunidade, em que detêm o poder sobre o Governo
socialista-marioneta é curta. Eles próprios sabem que terão pouco tempo até –
eles próprios – tirarem o tapete a Costa. Mas aí, nessa altura, relegados do
poder pela evidência da ilusão agora criada, cantarão vitória sobre os objetivos conseguidos com a destruição de
tudo o que ideologicamente lhes era contrário. Em consequência dessas vitórias
recuaremos novamente muitos anos, estabelecendo um ponto de partida abaixo do
zero. O que nos custará muito mais esforço e mais trabalho para recuperar.
1 comentário:
Muito bom!
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