outubro 07, 2013

Saídas para os Países vergados pela dívida

A questão sobre a viabilidade da dívida é muito relativa...

Antes de passarmos ao assunto em questão é necessário clarificar que a dívida (que tanto nos pesa) foi criada (duplicada) por Sócrates e pelo PS. Uma dívida a metade dos valores actuais custaria metade em juros. Menos 4 mil milhões (a austeridade acrescida que agora nos exigem).

E que o memorando que nos impuseram e que nos permitiu receber os financiamentos para evitar a rotura e a falência foi negociado e assinado por Sócrates e pelo PS. Estes (o Governo actual) herdaram-no.

Mais: a ideia que Passos e Portas foram mais longe que o memorando - e que não o tinham que fazer - é falsa. O memorando regista, no essencial, objectivos. E propõe medidas. Ora, percebeu-se logo que os objectivos eram impossíveis e as medidas, “curtas” para os atingir. 

Como os objectivos eram o que realmente interessava, foi preciso ir mais longe nas medidas. Ora, o PS também falhou aí ao achar que bastava correr 30 metros (o que colocou no memorando) para vencer uma distância de 100. Infelizmente, este governo lançou-se numa corrida de 60, indo mais longe que o memorando, mas nem assim conseguindo chegar aos 100...

E assim, chegamos à “camisa de forças” em que viemos hoje.

Voltamos ao assunto a que nos abalançamos: a dívida é sustentável?

A nossa dívida e os nossos títulos de dívida são lixo. São as empresas de ratings que o dizem. Ora, sendo assim, e chegando a um beco sem saída, é lícito podermos considerar que os nossos credores devem assumir essa situação e perder alguma coisa. Sem prejuizo de, para mantermos a nossa viabilidade no exterior, podermos lhes impor "perdas razoáveis"... Até, diria eu, aceitáveis, face a uma bancarrota, a cedência do País à esquerda, um haircut (Grécia) ou outras medidas de extorção fiscal (Chipre).

Ao beco sem saída já chegamos. O Governo não conseguiu chegar a bom porto no referente aos objectivos do memorando e não temos acesso aos mercados financeiros. Os défices orçamentais mantém-se altos e é chegado o momento em que o Governo está perto de ficar numa posição politicamente insustentável e de dar lugar (pois estamos numa democracia) a uma alternativa que é bem pior. Para todos. Porque à esquerda não há alternativa credível ao estado de coisas actual. O PS ou faz o mesmo (é o mais provavel) ou fará pior. Ou fará as duas coisas. E à sua esquerda, onde poderá que ter de arranjar bengala, estamos lixados.

É chegado o momento de ajuizar e decidir.

1)Um País estará mal se, retiradas as despesas com a dívida (juros e refinanciamento) se mantém em défice. Aí, é lixo e incumprimento. Não se aguenta...

2)Um País estaria menos mal se, alargando os prazos de amortização da dívida para o longo prazo e colocando os juros a taxas “alemãs”, já não se encontraria em défice. Assim, o lixo torna-se menos lixo pois poderiamos "incumprir" sem haircut, ajustando (mesmo que unilateralmente – a dívida é lixo, não se esqueçam) prazos e juros.

Um País estará bem, se o seu Governo conseguir impor políticas de austeridade que garantam este último cenário (excedente orçamental pagando a dívida a longo prazo e respeitando juros a taxas “alemãs”), evitando outras medidas de austeridade bem mais gravosas, que criam desemprego e colocam indignados nas ruas e que vão levar o País – de bandeja - para as mãos da esquerda onde até o lixo (as dívidas) que os credores têm nas suas mãos se acabarão por esfumar...

E nesta solução, não precisamos dos "mercados financeiros". Precisamos de viver com o que produzimos (primeiro) e de assumirmos a dívida em condições (prazos e juros) "alemãs".

Um País não poderá estar bem se o mantêm a pagar dívidas (que valem lixo) através de novos empréstimos a juros extorcionários de 7% e 8%.

Um País não pode ficar bem com 16% e mais de desempregados.

Um País não poderá ficar bem se a sua juventude formada com recursos financeiros (que também “formam” a nossa dívida) sai pela porta fora, emigrando em massa.

Um País ficará mal se, sem essa juventude (seriam eles que teriam os filhos necessários), não conseguir renovar a sua população que suportaria a sua economia e o sistema social no futuro.

Não tem sentido este estado de coisas.

Esta solução (ver post anterior) vai ter que ser implementada. E é para não cairmos no caos. Talvez quando um dos grandes paises da Europa chegar a este ponto a que Portugal já chegou...

Sem comentários: