Nesta reta final da campanha eleitoral, ainda há alguns
fatores em jogo: será o PaF capaz de recuperar a massa indecisa ao centro que lhe garantiu (e garante todas) a maioria absoluta em 2011?
Seria um enorme feito, claramente
de Passos Coelho, se assim fosse.
E a verdade é que é bem possível.
O PS, contando que à sua direita eram favas contadas, atacou à esquerda e fez
um discurso à Syriza. Neste momento, arrisca-se a perder tudo, à esquerda e à
direita restando-lhe apenas a sua base fixa que rondará os 25% a 30%.
1)À esquerda perderá tudo devido à
inutilidade do voto útil. Porque para um governo à esquerda, quem é próximo do BE ou da CDU vai
lá votar para fazer crescer o peso da decisão destes (dos seus) partidos.
2)À direita, todos os que tenham um
palmo de testa, que entenderam que as políticas seguidas nos últimos anos foram
as necessárias depois da desbunda do governo do PS, ao desenvolver as (mesmas)
políticas que agora Costa anuncia.
3)Os ainda indecisos dessa zona,
talvez se decidam a re-votar na coligação face à perspetiva de uma maioria socialista
que, a ser governo, será sempre Syriza levando-nos para o beco sem saída da
Grécia. Maioria que será mais gravosa pois terá um PS fragilizado e um BE e/ou
CDU reforçados a pedir políticas suas.
4)No próprio PS começa a ser
confrangedor o gaguejar, a argumentação incongruente, as promessas ocas. Não há
consistência. Não há confiança.
Mas, a verdade é que podemos cair
no fosso da esquerda.
As democracias ocidentais estão
claramente fragilizadas. À esquerda ou à direita. E isso por culpa própria. É
urgente entender que não há mais crescimento económico e que por aí não se vai.
Não podem existir défices públicos e só podemos contar com o que produzimos (e
vendemos). Mas acima de tudo é absolutamente necessário repartir o trabalho disponível
(e o respetivo rendimento). Porque, se assim não o fizermos teremos menos nascimentos e mais
emigração jovem - que farão toda a falta no nosso futuro - e ainda mais subsidiados (a dar votos às margens políticas
demagógicas que prometem mais subsídios) que são quem passa a decidir eleições.
No dia em que
houver mais subsidiados do que trabalhadores a votar, é o fim.
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