abril 09, 2013

O dilema da democracia

A democracia está em risco, não duvidemos.
"Temos que mentir, caso contrário perdemos as eleições e acabam lá, os outros que também mentem, piorando a situação".
Assim pensam, assim fazem. Mas não um ou outro. Fazem todos.
Pensando assim, legitimam - nas suas consciências - as suas mentiras. Sócrates é um excelente exemplo deste procedimento conseguindo fazer afirmações (falsas e ilusórias) com uma aparência de sinceridade fantástica. 
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O problema não era tão relevante há alguns anos atrás. Antes das grandes mudanças motivadas pela globalização. O crescimento era uma realidade (e uma possibilidade real) e o trabalho ainda existia, dentro das fronteiras dos países desenvolvidos. A energia e a matéria prima existiam em quantidades e preços razoáveis pois os países desenvolvidos mandavam no Mundo a seu belo prazer.
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Hoje, nada disto existe.
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E não enfrentamos os problemas, porque não os queremos reconhecer. Fingimos que não existem, o que não nos permite estuda-los, enfrenta-los e supera-los. Nada disso. Pelo contrário. Negar é que está a dar.
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O primeiro ponto seria entender que não haverá mais crescimento (a não ser que antes se caia muito e de forma desamparada). Que não estamos numa crise (num ponto baixo, recuperável) mas sim num ajuste em baixa (ainda a cair, para um ponto sustentável, mais abaixo).
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E que, não havendo crescimento, não haverá mais trabalho pelo que urge actuar a esse nível (é uma das primeiras medidas). Distribuindo melhor o trabalho existente, aumentando o número dos que acedem ao trabalho, pagam impostos e contribuições sociais, e reduzindo os subsidiados e indignados na rua. E, mais importante que isso, cortando a sangria do futuro que está em andamento com a saída de todo o nosso potencial (juventude) para o exterior (emigração).
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