abril 07, 2012

Regresso aos “mercados”

Já escrevi, aqui, por várias vezes que não haverá qualquer regresso aos mercados, pelo menos, nos termos do nosso passado recente. O caso da Grécia eliminou qualquer possibilidade de isso acontecer. 

Nenhum investidor colocará um cêntimo no refinanciamento de dívidas públicas. Principalmente quando estas são “grandes”. E são grandes em quase todo o universo dos países desenvolvidos.

Assim, não só Portugal não terá quem invista na sua dívida, como o mesmo acontecerá com muitos Países desenvolvidos, nos próximos anos.


O PS confundiu querer com ter a certeza. Todos queremos, mas temos dúvidas.

Mas pior, o PS colocou o “regresso aos mercados” como o objetivo da austeridade e a meta central para o País. E pergunta para que são os esforços a que estão sujeitos os Portugueses se não conseguiremos regressar aos mercados naquela data…

Ora, senhores socialistas, estão mesmo às aranhas.

A austeridade e os esforços a que nos sujeitamos todos não têm como objetivo o regresso aos mercados. Destinam-se a reequilibrar o País depois de anos e anos dramáticos de desgoverno. Destinam-se a equilibrar as nossas contas (públicas e não só) e a nos colocar em linha com o que temos e produzimos. É esse o objetivo dos esforços que fazemos.

A verdade é que se chegarmos a esse objetivo, o regresso aos mercados será uma consequência e nunca um fim. E a diferença é fundamental: é que, se nos equilibrarmos orçamental, económica e financeiramente, os mercados serão pouco ou nada relevantes… pois não precisaremos deles para nada.

Estarão para o País como uma casa de penhores está para uma família com o seu orçamento equilibrado. Estão lá e sempre disponíveis. Mas apenas para as eventualidades…

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