Entretanto os Keynesianos pedem por mais e os alemães, por menos.
Por fim, Zilma
queixa-se do tsunami monetário provocado pelos países desenvolvidos e que
prejudica os emergentes.
Todos têm razão e todos estão errados.
A verdade é que, sem qualquer solução eficaz para os
problemas que enfrentam, os países desenvolvidos ganham tempo e adiam a rotura.
Criando liquidez. E injetando dinheiro na economia.
Mas, então, o que corre mal?
É simples. As economias atuais, nomeadamente as
desenvolvidas, estão estruturalmente muito abertas, tanto à aquisição de bens
externos (são a causa base dos seus défices e dívidas) como à colocação (fuga e saída) de
recursos financeiros para onde estes ficam mais seguros e garantem maiores rendimentos.
Ora, numa economia desenvolvida, muito terceirizada, num
ambiente de austeridade, o dinheiro deixa de ser gasto nos serviços não
essenciais (onde está centrada muita da economia “desenvolvida” - negócio e empregos) e o consumo acaba por
ser feito no essencial e básico (alimentação, energia e indústria), que, na
maior parte das vezes se compra … fora. Afinal, muitas das políticas (comunitárias) dos
últimos anos, têm valorizado e promovido a redução dos setores primários e indústria, valorizando os serviços (incluindo, e em força, também nas áreas da cultura, entretenimento,lazer, etc).
Assim, a liquidez colocada na “rua” pelos bancos centrais
acaba nos países emergentes que produzem aquilo que é essencial e não
acessório.
Acaba em novos títulos de dívida de países com muitos problemas
(por obrigação, sendo uma das “condições” dos bancos centrais no acesso à
liquidez).
E, a restante, assim que “toca” na economia e se transforma
em poupança ou disponibilidade (por muito pontual que seja) é colocado pelas
instituições bancárias que se prezam, onde ficará mais segura e for mais
rentável. Ou seja, mais uma vez, longe dos países desenvolvidos, ou seja, na China,
Brasil e outros países, onde há crescimento real.
É como deitar água fria para arrefecer chão quente num dia
de calor e muito sol. Evapora-se logo… por muita água que se lance.
Depois, teremos as consequências...
Inflação e desequilíbrios. Pois esse dinheiro, impresso e
criado a partir do nada, paga-se sempre. Pois se é verdade que se compram Iphones
e LEDs com papel impresso na hora, esse papel (agora com valor, concedido por FEds e BCEs e outros) voltará, irremediavelmente,
nas mãos de investidores vindos dos países emergentes, para comprar dívida americana ou empresas
de electricidade portuguesas. E muito mais.
Pelo que, neste processo, se trocam electrodomésticos por dependência financeira (e dependência, em absoluto, quando a financeira crescer demais) e por empresas nacionais que
valem alguma coisa.
Convenhamos que não é nada seguro…
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