dezembro 21, 2011

Seguro diz que tinha razão ...


António José Seguro já fez a sua demagogia quanto à retenção de meio subsídio de Natal, depois de acertada a transferência do Fundo de Pensões bancário.

Dizendo que, afinal, havia dinheiro a rodos e não era preciso reter aquela verba. Ora, sabemos todos que o défice estrutural (sem este tipo de medida) cairia nos 8%, muito para além dos 5,9% acertado pelo Governo PS com a troika.

Daí que não, senhor Seguro. Não tinha razão nenhuma quando disse que não havia derrapagens do seu (socialista) orçamento, em direcção aos 5,9% combinados. Havia sim e grandes…

E que esta medida vem para resolver esse problema – note-se que o orçamento de 2011 é do PS – e servirá para injectar dinheiro na Economia, através da recuperação de prazos de pagamento a fornecedores públicos. Desta forma, essa verba circulará virtuosamente. Chega à banca que tem suportado esses fornecedores, recapitalizará o sector e outra parte poderá voltar à economia alavancando as necessidades que se seguem…

Claro que estes 6 mil milhões são “emprestados”. Pois reverterão em forma de pensões, para os seus legítimos proprietários (os funcionários bancários), quando chegar a altura.

Entende-se a ânsia de fazer oposição. Mas o PS terá de digerir muito bem e duradouramente o facto de termos muitos anos pela frente, na gestão de uma situação criada pelos seus governos e pelas suas políticas.

E clarifique-se: o problema não é mesmo a dívida. É o défice. E esse, foi deixado - estruturalmente - a 10% ao ano, por Sócrates e Teixeira dos Santos nas mãos do actual governo. Agora, precisamos de tempo (e dinheiro - da troika, que vem com sacrifícios - para suportar essa travessia do deserto) para coloca-lo (ao défice), não nos 4,5%, nem nos 3%, nem nos 0,5%. Precisamos mesmo de excedentes. Que nos dêem garantias de existência sustentávelna economia global, através da criação de poupanças que potenciem investimentos e, então sim, crescimento.  

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