novembro 28, 2011

EUA aflitos com o que se passa na Europa

O problema dos EUA não é com a Europa. É mesmo com eles próprios.

Porque, por lá, nada se passa de diferente. Tudo o que de mal vier para a Europa, acabará também nos EUA. Não nos iludamos. 

O problema é de défice e de dívida. E, nestes aspectos, todos os países desenvolvidos estão atulhados até ao pescoço. Sem fuga possível.

Entendamos que a liquidez acabou. As disponibilidades libertas pelos países excedentários deixaram de conseguir cobrir as necessidades de refinanciamento e défices das dívidas soberanas (e não só) dos restantes. Os EUA deram, a meio do ano de 2011, a machadada final, ao abrirem a torneira das necessidades em mais 2,1 milhões de milhões de dólares.

Não nos admiramos que, dentro de meia dúzia de anos, teremos uma qualquer moeda universal, depois de mortos os Euro, o Dólar, o Iene. E aí, as economias caem na realidade. Deixa de haver alavancamentos, desvalorizações e impressão de moeda. Tudo remedeios (engenharias financeiras) que apenas empurram os problemas para as gerações futuras. Cada economia passará a viver consoante os recursos que liberta. Sem contar com nada mais. Todo o investimento resultará da poupança possível e, mesmo assim, se a aplicação local dessa poupança demonstrar ser preferível (em segurança e rentabilidade) a outra qualquer aplicação, disponibilizada pelos mercados financeiros, noutro ponto do Globo. 

O processo vai ser duro para os Países “crescidos”. Que já cresceram para além do razoável e para além do que pode ser pago por recursos próprios. Há muita população, no Mundo, à espera da sua oportunidade. Disposta a trabalhar por muito menos do que os (mal habituados) cidadãos dos países desenvolvidos… que terão de ajustar, duramente.

O crescimento económico vai passar a estar localizado, unicamente, nos países em desenvolvimento. Quanto aos restantes, se escaparem às roturas financeiras massivas (com efeitos imprevistos), passarão a ter de gerir um processo recessivo regular. A gestão pública será de sucesso se o descalabro social for evitado até ser atingido o ponto de reequilíbrio económico (fim dos défices de todo o tipo), a partir do qual poderá ser retomado um processo (muito mais lento) de crescimento sustentado.

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