maio 25, 2011

Remunerações docentes e atractividade na carreira em Portugal

O blog Cachimbo de Magritte comentou um interessante gráfico sobre as remunerações docentes em muitos países.

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Não resistimos a acrescentar:

Portugal é o País que maior esforço faz para pagar os seus professores. Ora vejamos:

1)Os respectivos salários máximos atingem 2,82 vezes o PIB per cápita. No gráfico publicado, a barra respeitante ao nosso País está truncada pois extravasaria o espaço disponível...

2)Todos os professores em Portugal atingem o topo da carreira (uns um pouco mais rapidamente que outros) e se reformam com os ordenados máximos, o que não sucede na maioria dos restantes países onde a progressão na carreira é um prémio para os melhores (talvez um terço de entre todos) num processo onde nem todos os soldados chegam a general.

3)Sabemos que há mais professores por aluno, nas escolas em Portugal, que na maioria dos restantes países.

4)Que uma grande parte do trabalho efectuado pelos professores portugueses (não se considerando os dias de férias devidas) é efectuado (...) fora do local de trabalho, sendo, muitas vezes, dispensada a sua realização. Acontece no Natal, Páscoa e em alguns dias (não os de férias) no Verão.

5)Há, por vezes, algumas coincidências nos horários e calendários da formação usufruída que "caiem em cima" do trabalho lectivo, não acontecendo o mesmo em relação ao trabalho não lectivo.

Ou seja, dificilmente se poderá responsabilizar as políticas remuneratórias pelos resultados menos bons do País em matéria de Educação. Por muitas voltas que se queiram dar...

Há mais professores que a média, todos chegam ao topo da carreira e ganha-se muito mais que em qualquer outro país, se medirmos o rendimento pelo seu padrão de riqueza.

Isto não significa que nós (em Portugal) estejamos errados. Até poderão ser os outros - todos - que estejam. O que não é aceitável é aceitarmos o discurso, recorrente, do desprestígio e do não reconhecimento da carreira docente em Portugal.

A verdade é que a atractividade da profissão não se perde só porque no início da carreira docente se ganha ao nível do PIB per cápita português. Até porque isso acontece na maioria dos Países. 

A verdade, também, é que em Portugal a atractividade revela-se através do sempre elevado número de candidatos que se apresentam aos concursos. Pois todos os que acedem à carreira docente sabem bem que progridem a bom ritmo na mesma, garantidamente e sempre até ao topo, aumentando os seus rendimentos de forma ritmada, até valores inusitados no resto dos países, atingindo  uma remuneração de 2,82 vezes o PIB nacional. O que chega a todos, sem excepção...

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